Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura
Por: Grida Terreri • 31/1/2017 • Projeto de pesquisa • 1.436 Palavras (6 Páginas) • 346 Visualizações
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar
Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura
Discente: Grida Auyra Pignata Terreri
Roteiro de capítulos:
- Problemática
- Introdução (escrever ao final)
- A multiplicidade artística de Antônio Ramos Rosa
- “Dinâmica Subtil” e o diálogo com o contexto literário de sua publicação
- Um mundo que nasce
- A paisagem que desabrocha
- Considerações Finais (escrever ao final)
Problemática
A problemática deste trabalho consiste em analisar o diálogo entre o livro “Dinâmica Subtil” e o contexto literário de sua publicação, bem como refletir sobre o binômio linguagem/paisagem. Por uma questão de organização dividiremos a análise em dois momentos: primeiro relacionaremos o livro com o contexto poético português de vanguardas, intencionando contextualizá-lo no panorama em que foi publicado; e, depois, refletiremos sobre as relações entre a linguagem e a formação do mundo, visto que o eu-lírico deste livro narra justamente a formação do mundo por meio da palavra e para tal nos valeremos da teoria da paisagem, tendo como referência os estudos de Michel Collot, Alain Corbain, Simon Schaman, Ida Alves, além dos estudos de críticos literários como Octávio Paz e o próprio Antonio Ramos Rosa.
2. A multiplicidade artística de Antônio Ramos Rosa.
(O capítulo contará com uma breve introdução sobre Antônio Ramos Rosa. Uma apresentação sucinta sobre seu percurso como poeta e crítico literário e sobre suas publicações mais importantes segundo a crítica especializada.)
Antônio Ramos Rosa, ARR, está entre os poetas mais importantes surgidos em Portugal no século XX, destacando-se por sua contribuição não apenas como poeta, mas também como crítico, segundo Silvana Pessoa de Oliveira, especialista em Literatura Portuguesa da UFMG (OLIVEIRA, 2011, p. 211). Ramos Rosa foi um dos cinco fundadores da Revista Árvore no ano de 1952, composta por ensaios e produções poéticas relacionadas as novas vanguardas europeias, como o neo-realismo e o surrealismo. Em 1964 Ramos Rosa atuou na equipe de produção da primeira “Revista PO.EX” (Poesia Experimental Portuguesa) ao lado de outros renomados poetas portugueses desta geração, como E.M. De Melo Castro. A PO.EX contribui para abrir caminho a uma poética experimental e a uma crítica consciente da linguagem durante o regime salazarista, frutificando o cenário português até hoje.
A mais recente publicação do poeta é datada de 2011, “Prosas seguidas de diálogos”, e reafirma sua multiplicidade, já que é a primeira publicação em prosa entre as mais de oitenta obras poéticas, afora as publicações de ensaios, antologias, desenhos e traduções. Assim, percebe-se que o poeta mantém um franco e aberto diálogo em permanente sintonia com as artes portuguesas desde da década de 50.
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3. “Dinâmica Subtil” e o diálogo com o contexto literário de sua publicação
(O capítulo relacionará “Dinâmica Subtil” com o contexto literário de sua publicação. Cabe aqui ressaltar que a intenção não é encaixa-lá em uma das vanguardas vigentes a partir da década de 50 em Portugal e, sim, relacioná-la, por meio de seus recursos poéticos, com tais vanguardas.)
Tendo em vista o longo e variado percurso artístico trilhado por Ramos Rosa já citado em nosso capítulo “A multiplicidade artística de Antônio Ramos Rosa.”, entendemos como pertinente relacionarmos a obra, “Dinâmica Subtil”, 1984, com o complexo panorama de vanguardas literárias portuguesas surgidas a partir da década de 50 e do qual ARR participou ativamente, procurando analisar o diálogo entre os recursos poéticos apresentados no livro e o discurso destas vanguardas.
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4. Um mundo que nasce
(Pode-se dizer que o presente capítulo e o seguinte formam o coração da tese, pois faremos a análise interpretativa e dos recursos poéticos da obra nele.
Analisaremos e interpretaremos os poemas considerados mais relevantes para o significado global da obra. Em outras palavras, percorreremos pelos poemas interpretando-os separadamente para, ao final, interpretarmos o significado deles enquanto conjunto. Também, apresentaremos a estrutura do livro conforme for necessário para a interpretação do texto – quantidade e nome dos capítulos, quantidade de poemas, tipografia....)
Como vimos no capítulo anterior, a partir da segunda metade do século XX em Portugal, inicia-se uma predileção poética que valorize o símbolo de forma dupla: tanto na esfera da analogia do símbolo como na esfera da analogia da linguagem – relativa ao verbo. Dessa forma, podemos observar que o Experimentalismo Português (PO-EX) está marcado por analogias que ora se comunicam com a esfera do simbólico e do cognitivo, ora com a esfera do significante, conseguindo unir traços do Existencialismo e do Estruturalismo, considerados antagônicos, por meio das associações da linguagem.
Por isso, acreditamos que o livro “Dinâmica Subtil” seja um exemplo de experimentalismo em busca da valorização do símbolo, mesmo que abstrato, como riqueza vivencial e do uso da palavra para reflexão da própria linguagem. É por meio desses experimentalismos que o poeta nos canta a criação do universo e do mundo, ao mesmo tempo que nos faz refletir sobre a linguagem.
Observemos, com isso, as três primeiros composições da segunda metade do livro denominada “PRONUNCIAR A TERRA”:
“Nasce e é uma sombra e arde
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