Proposta didática: explorando o gênero crônica em atividades de leitura e escrita
Por: Dandas • 11/12/2015 • Trabalho acadêmico • 4.188 Palavras (17 Páginas) • 951 Visualizações
Proposta didática: Explorando o gênero “crônica” em atividades de leitura e escrita.
Rose Márcia Costa Sampaio
Apresentação da proposta didática
O domínio da leitura e da escrita traz benefícios indiscutíveis ao ser humano, pois é através do ato de ler e de escrever que o indivíduo amplia seus conhecimentos e apreende os bens culturais que possibilitarão sua inserção/ascensão social.
A leitura, enquanto ferramenta de comunicação, é uma atividade constante na vida do ser humano, e realiza-se por diferentes meios e em variadas situações comunicacionais: um bebê pratica leitura quando reconhece, entre tantas, a voz da mãe; um analfabeto também lê ao reconhecer, através de símbolos, uma informação precisa.
Mas a leitura, quando entendida como instrumento de aquisição do conhecimento, praticada intencionalmente para que se apreenda conteúdos curriculares e formais, é uma atividade que se desenvolve, não exclusivamente, mas essencialmente no espaço escolar, com a mediação pedagógica do professor pois, “(...) é na escola e, dentro da escola, com um professor, que fica a possibilidade maior da inserção do sujeito no mundo da escrita” (SILVA, 2003).
Essa abordagem deixa explícito que cabe à escola e ao professor (de qualquer disciplina) o ensino da leitura e da escrita mas, cabeespecificamente ao professor de língua portuguesa, a sistematização desse ensino, posto ser um dos principais objetivos – se não o principal – das aulas de Língua Portuguesa o aperfeiçoamento da oralidade e da escrita do aluno e a sua proficiência leitora. E ler com proficiência é ir além da decodificação do código escrito, é realizar a leitura como um processo ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de objetivos claros, do conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, sobre a linguagem. Trata-se, portanto, de uma atividade que implica estratégia de seleção, antecipação, inferências e verificação, sem os quais não é possível proficiência (PCN de Língua Portuguesa, 2001).
Sob esse prisma, o professor deve propiciar atividades que possibilitem o uso competente da língua, em suas diferentes modalidades de uso, e para isso, a exploração dos diferentes gêneros textuais abre-se como uma alternativa do ensino eficiente do uso da língua pois, segundo Bakhtin (1992), conhecer e empregar adequadamente um gênero textual significa saber adequar a linguagem em um contexto específico de uso.
Por serem infinitas as situações e intenções comunicativas, também são ilimitados os gêneros discursivos, havendo, claro, a necessidade de uma certa limitação para que seja possível seu uso enquanto ferramenta didática. Para a finalidade de ensino, portanto, os gêneros textuais são classificados segundo critérios linguísticos, funcionais e contextuais observados nos textos que permeiam as realidades sociais (MARCUSCHI, 1997) e que devem fazer parte do cotidiano da sala de aula.
E para cumprir o objetivo de possibilitar essa proficiência leitora, o professor deve considerar o uso de diferentes ferramentas pedagógicas que influenciem e direcionem o aluno a fazer uso dos mecanismos necessários à compreensão leitora, mediando esse processo com intervenções explicitamente dirigidas, dando apoio e incentivo, proporcionando desafios (SOLÉ, 1998).
E entre tantas formas de intervir, o uso de sequências didáticas se configura como um meio eficiente para guiar o professor na organização de atividades para o aprendizado em geral, e em particular, para a apropriação de gêneros textuais. Isso porque, ao contrário dos gêneros informais, aqueles de maior formalidade, sendo orais ou escritos, exigem uma aprendizagem de modo mais sistemático, com atividades que propiciem um contato mais direto com os diferentes tipos de textos em circulação.
Assim, os gêneros textuais, compreendidos como eixos norteadores das sequência didáticas, é um instrumento de importante mediação para o ensino da leitura e da escrita.
Nessa perspectiva, essa proposta de sequência didática objetiva desenvolver atividades de leitura, escrita e oralidade, tendo como base textos do gênero textual crônica. A escolha desse gênero para essa sequência didática se justifica por seu estilo, que engloba “características da modalidade escrita e falada, o que lhe confere um efeito de realidade e atualidade” (FÁVERO e MOLINA, 2006).
Serão aplicadas estratégias de leitura que possibilitem a previsão ou antecipação do conteúdo do texto (antes da leitura), a inferência (durante a leitura) e a verificação da previsão inicial (depois da leitura), visto que o uso de estratégias fomentam a compreensão leitora, tanto para a construção de uma interpretação possível quanto para solucionar problemas que surgem no decorrer da atividade de leitura (SOLÉ, 1998). Deve-se salientar, entretanto, que as estratégias não são procedimentos estáticos, que devam seguir uma aplicação temporal, mas que uma mesma estratégia poderá ser usada em variados momentos da leitura, a depender da dinâmica das atividades.
Partindo-se das considerações de Dolz,Schnewly e colaboradores, que descrevem a sequência didática como “(...) um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”, essa sequência será desenvolvida em quatro etapas: a apresentação da situação; a primeira produção; os módulos; a produção final (2004, pp. 97-107).
SEQUÊNCIA DIDÁTICA: Uso do gênero textual crônica para o desenvolvimento da leitura e da escrita.
Componente curricular: Língua Portuguesa
Tema: leitura e escrita
Nível de ensino: ensino fundamental
Série/ano: 9º ano
Conteúdos:
*Análise de texto;
*Produção de texto;
*Marcas textuais do gênero textual crônica
Objetivo Geral: o uso de gênero textual crônica como contribuição para o desenvolvimento da oralidade e o ensino da leitura e da escrita.
Objetivos específicos:
*Identificar marcas do gênero textual crônica;
*Refletir sobre os temas retratados nos textos;
*Ampliar conhecimento vocabular;
*Utilizar elementos linguísticos necessários à construção de um texto coeso e coerente;
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