Questões da Obra Marxismo e Filosofia
Por: manu123321 • 12/9/2019 • Tese • 1.079 Palavras (5 Páginas) • 190 Visualizações
1- Leia o capítulo Interação verbal da obra "Marxismo e Filosofia da Linguagem", e respondam as seguintes questões:
- O que é o subjetivismo individualista?
O subjetivismo individualista tem como prioridade o ato da fala e vê a essência da língua na criação individual. Entende a língua como um fenômeno que tem sua origem no interior do individuo, logo a enunciação, de acordo com essa visão, partiria do interior para o exterior do sujeito. O subjetivismo individualista deixa totalmente de lado o processo de interação verbal.
- Como se apresenta a enunciação monológica do ponto de vista do subjetivismo individualista?
Ela se apresenta como um ato puramente individual, como uma expressão da consciência individual, de seus desejos, suas intenções, seus impulsos criadores, seus gostos, etc. A categoria da expressão é aquela categoria geral, de nível superior, que engloba o ato de fala, a enunciação.
- O que é, afinal, expressão?
É tudo aquilo que, tendo se formado e determinado de alguma maneira no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se objetivamente para outrem com a ajuda de algum código de signos exteriores. A expressão comporta, portanto, duas facetas: o conteúdo (interior) e sua objetivação exterior para outrem (ou também para si mesmo)
- Explique a afirmação "não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a atividade mental que modela e determina a sua orientação" (BAKHTIN, 2004, p. 112.
Compreende-se que a expressão que organiza a atividade mental. O centro organizador e formador não se situa no interior, mas no exterior. Qualquer que seja os aspectos da expressão, ele será determinado pelas condições reais em questão, isto é, antes de tudo pela situação social mais imediata. A organização de toda atividade mental do indivíduo se assenta, portanto, no processo de interação social.
- Explique a afirmação: "Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém" (BAKHTIN, 2004, p. 113)
Toda palavra comporta duas faces, ela é determinada por proceder de alguém para alguém, ponte entre o locutor e o interlocutor. A palavra ganha diferentes significados de acordo com o contexto em que ela surge. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra se apoia sobre meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor
- Como Bakhtin compreende a relação entre a "atividade mental do eu" e a "atividade mental do nós?"
a atividade mental do eu tende para a auto eliminação; à medida que se aproxima do seu limite, perde a sua modelagem ideológica e consequentemente seu grau de consciência, aproximando-se assim da reação fisiológica do animal. A atividade mental dilapida então o seu potencial, seu esboço de orientação social e perde, portanto sua representação verbal. Atividades mentais isoladas, ou mesmo sequências inteiras podem tender para o pólo do eu, prejudicando assim sua clareza e sua modelagem ideológica, e dando provas de que a consciência foi incapaz de enraizar-se socialmente. A atividade mental do nós não é uma atividade de caráter primitivo, gregário: é uma atividade diferenciada. Melhor ainda, a diferenciação ideológica, o crescimento do grau de consciência são diretamente proporcional à firmeza e à estabilidade da orientação social. Quanto mais forte, mais bem organizada e diferenciada for a coletividade no interior da qual o indivíduo se orienta, mais distinto e complexo será o seu mundo interior. A atividade mental do nós permite diferentes graus e diferentes tipos de modelagem ideológica
- Elenque, segundo Bakhtin, os pontos positivos e os negativos do subjetivismo individualista?
Positivo:
O subjetivismo individualista tem razão em sustentar que as enunciações isoladas constituem a substância real da língua e que a elas está reservada a função criativa na língua;
O subjetivismo individualista tem toda a razão quando diz que não se pode isolar uma forma linguística do seu conteúdo ideológico. Toda palavra é ideológica e toda utilização da língua está ligada à evolução ideológica;
Negativo:
Está errado quando ignora e é incapaz de compreender a natureza social da enunciação e quando tenta deduzir esta última do mundo interior do locutor, enquanto expressão desse mundo interior;
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