RESENHA DO LIVRO ÁFRICA E BRASIL
Por: Gisele Juliano • 23/2/2019 • Resenha • 6.645 Palavras (27 Páginas) • 314 Visualizações
RESENHA DO LIVRO: ÁFRICA E BRASIL
Eduardo D´Amorim – Ed. FTD
Gisele Consiglio Mariano Aires
África e América
Na costa atlântica da África, viveram navegadores, comerciantes e viajantes portugueses durante o século XIV. A região era rica em ouro, e realizava o comércio de seres humanos. No século XVI, Portugal comandava um grande império, possuindo várias terras em diferentes continentes.
O processo para entrar na África foi lento, mas abriu caminhos para os europeus descobrirem novas riquezas no continente. Através de navegações, os portugueses se embrenharam. Eles tinham o objetivo de estabelecer contatos, negociar ouros e seres humanos. Também apoiavam a Igreja Católica de catequizar os não cristãos.
Viagens de Exploração e a Conquista de Celta
Portugal se tornou uma grande potência marítima devido a centralização do poder nas mãos do rei; sua localização geográfica; os conhecimentos científicos; e os incentivos garantidos por D. Henrique. Desejavam, também, descobrir rotas para os mercados orientais e conquistar novos territórios.
O rei D. João I liderou a grande empreitada militar no ano de 1415, que desejavam conquistar a cidade de Celta. A região era controlada pelos islâmicos desde o século VIII. Havia grande animosidade entre os ibéricos e a população, e isso fez com que se iniciasse uma batalha com os portugueses.
Os reis cristãos portugueses desejavam retomar territórios com o domínio da fé islâmica, pois, para eles, isso significava uma crença de infiéis; abrir uma passagem no mar Mediterrâneo em direção as Índias (termo que utilizavam para se referir ao continente asiático); e conquistar novos territórios, pois Portugal era um país pequeno, com pouca quantidade territorial.
Eles conseguiram a conquista de Celta, porém, isso não trouxe muitos benefícios como imaginavam. Os portugueses enfrentaram batalhas contra os muçulmanos na região, e não conseguiram abrir caminhos terrestres para outras regiões do continente.
Explorações Costeiras no Continente
No começo do século XV, os portugueses chegaram nas ilhas da Madeira e dos Açores e, para eles, isso foi um descobrimento dessas terras, que já eram conhecidas pelos povos ibéricos. Na época, “descoberta” significava tomar posse de um território, e eles investiram na colonização de ilhas.
Em 1444, foi descoberto o arquipélago de Cabo Verde. Um dos descobridores foi o veneziano Alvise Cadamosto, a serviço de D. Henrique. Ele reconheceu a importância estratégica dessas ilhas. O lugar se tornaria um ponto de parada para as embarcações portuguesas com o destino a América e as Índias, e também para o comércio de pessoas.
Os portugueses deveriam determinar os ventos e as correntes marítimas da região. Nas primeiras tentativas, as correntes não estavam favoráveis, o que os deixou apreensivos. Porém, em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o Cabo do Medo, e abriu novos caminhos para as expedições. O cabo, então, passou a se chamar Cabo Bojador.
A partir disso, mais expedições descobriram novos territórios: em 1460, descobriram onde se localiza atualmente a Serra Leoa; em 1469, o Golfo da Guiné foi consolidado; em 1471, chegaram a Elimina (Costa do Ouro), que atualmente é a Gana; e em 1473, Lopo Gonçalvez atingiu o Hemisfério Sul cruzando o Equador.
Essas empreitadas eram vantajosas para os portugueses, pois descobriram minas de ouro e outras riquezas. Eles também faziam trocas de mercadorias para poder chegar nessas regiões. Instalaram feitorias para marcar sua presença e controlar suas atividades comerciais na África.
As Feitorias
Os portugueses fizeram várias marcações e símbolos para dizer que eles tinham posse daquele território. Também ergueram construções para entrepostos comerciais e locais de parada e abrigo aos navegantes (essas eram as feitorias). Eram simples, e serviam de moradia. Elas passaram a ser depósitos de armazenamentos dos produtos transportados à Europa.
Em algumas regiões da África, as feitorias se tornaram mercados para trocar produtos vindos do interior e comercializar produtos de diferentes gêneros. Eles queriam criar laços com a população. Queriam abastecer entrepostos com produtos importantes para a tripulação das embarcações.
As minas de ouro não tinham sido descobertas, e os produtos comercializados pelas feitorias geravam lucro moderado. As feitorias passaram a concentrar negociadores de seres humanos e abriga-los até a chegada das embarcações.
Além do Cabo das Tormentas
Os navegadores queriam determinar a geografia do continente e investigar uma passagem pelo mar até as Índias, onde eram vendidos produtos a preços atrativos.
A rota da Europa para as Índias era feita pelo mar Mediterrâneo até 1453, que chegava ao oceano Índico. O comércio era dominado por navegadores das cidades da Península Itálica. Esse caminho foi bloqueado quando a cidade de Constantinopla foi conquistada por turco-otomanos, e com isso, passaram a buscar um caminho alternativo.
Os portugueses desenvolveram técnicas de navegação devido a suas experiências no oceano Atlântico. Construíram caravelas para suas viagens marítimas, porém, a locomoção das embarcações necessitavam da força dos ventos. Com essas embarcações, eles conseguiram ultrapassar o Cabo das Tormentas, que era considerado um desafio.
As primeiras tentativas de Bartolomeu Dias resultaram na destruição de embarcações e na morte de tripulantes. Ele retornou ao cabo, em boas condições climáticas. Com isso, passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança.
Mar Tenebroso
Os Europeus acreditavam que, no oceano Atlântico, viviam criaturas monstruosas, e que poderiam ser atacados. Eram muito representadas nas imagens que circulavam pela Europa, causando, assim, medo nos navegadores.
Vasco da Gama
Uma grande expedição, comandada por Vasco da Gama, saiu de Portugal com o objetivo de contornar o continente africano e chegar às Índias. Após ultrapassar o Cabo da Boa Esperança, entraram em contato com populações africanas do litoral.
Os portugueses utilizaram a força com a população local. Isso marcou outras viagens, para Moçambique e Quênia. Estas regiões passaram a contar com feitorias e estruturas administrativas da Coroa portuguesa para chegarem às Índias.
Em 1948, sua expedição chegou a Calicute (na Índia), onde permaneceu por alguns meses, com negociações e relações diplomáticas. Na volta a Portugal, possuíam embarcações carregadas de produtos valiosos, causando várias dificuldades, como o naufrágio de vários barcos e a morte de muitos tripulantes.
Comércio de Seres Humanos e o Lucro
Os seres humanos foram transformados em mercadorias. Eles perdiam seus direitos, e se tornavam propriedade de outra pessoa. Isso era uma atividade muito lucrativa.
O tráfico de seres humanos ganhou outra dimensão com os reinos ibéricos, pois decidiram ocupar e desenvolver atividades que gerassem lucro nos territórios americanos.
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