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Resenha: “O Monge Negro”, Anton Tchekhov

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Por:   •  25/11/2013  •  Resenha  •  385 Palavras (2 Páginas)  •  444 Visualizações

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Resenha: “O Monge Negro”, Anton Tchekhov

ALUCINAÇÃO E LOUCURA

A tradução é de Moacir Werneck de Castro e a apresentação de ninguém menos que Fernando Sabino (que já havia o apresentado anteriormente para a coleção), mestre brasileiro em relatar o cotidiano da vida humana, fiel exemplo da literatura tchekhoviana. Anton Pavlovitch Tchekhov nasceu em 1860 na pequena cidade russa de Taganrog e teve uma infância muito dura. Apesar das dificuldades conseguiu graduar-se em medicina, porém a literatura falou mais alto. Ao lado de Tolstoi, Gorki, Gogol e Dostoieski é um dos maiores escritores russos de todos os tempos. No gênero “conto” o maior! Quando morreu precocemente em 1904, deixou extensa obra, entre elas muitas peças teatrais. No início sua literatura era voltada para o cômico, com textos recheados de ironia. Nessa fase Tchekhov explora com minúcia o cotidiano, relatando situações comuns a todos mas ao mesmo tempo imperceptíveis. A objetividade de sua escrita impressiona e cada palavra supérflua é retirada do texto, tornando-o simples e preciso. Como reflexo de seu amadurecimento literário, o escritor passa a se voltar para o ser humano, buscando apresentar a essência de cada indivíduo, seus conflitos, suas emoções, suas loucuras. Nessa fase escreve a novela “O Monge Negro”, onde o persongem principal, Kovrin, um escritor talentoso e amado por todos, em certa oportunidade depara-se com uma figura fantasmagórica que o faz mergular em sua própria imaginação. Movido pela euforia que lhe proporcionam os contatos com esta aparição, Kovrin se sente bem, porém, ao ser tratado por sua esposa e pela família dela, que julgou estar Kovrin sofrendo transtornos psicológicos, conversando com quem não existia, algo visível apenas para ele, passa a não ter mais contato com essa alucinação e acaba por colocar fim ao seu relacionamento, tornando-se uma pessoa fria, sem sentimento e insensível aos desdobramentos de seu comportamento. Tchekhov nos mostra dois lados de um mesmo tema, a locura como ferramenta construtiva e libertadora da imaginação e seu lado perverso, aniquilando e destrindo o “louco” do seu convívio social. Segundo “O Monge Negro” para Kovrin,“quem lhe disse que os homens de gênio, respeitados pelo mundo inteiro, não tiveram visões? Diz a ciência de hoje que o gênio está muito próximo da loucura. Creia-me, as pessoas saudáveis e normais são vulgares: o rebanho.” A leitura é rápida, de um só fôlego.

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