Resenha crítica: A Importância do ato de ler
Por: Donaldson • 22/5/2018 • Resenha • 449 Palavras (2 Páginas) • 1.386 Visualizações
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51.ed. São Paulo: Cortez, 2009.
Antonio Donaldson Pereira do Nascimento¹
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife (PE). Em 1943, Freire entrou para a Universidade do Recife, onde formou-se em Direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Em 1963, em Angicos (RN), coordenou um programa que alfabetizou 300 pessoas em pouco mais de um mês. No governo do presidente João Goulart, esteve à frente do Plano Nacional de Alfabetização. Entre os anos de 1989 e 1991, foi secretário municipal de educação de São Paulo. Faleceu em 1997 em São Paulo. Publicou importantes obras, entre elas: Pedagogia do oprimido, Pedagogia da autonomia, Educação e atualidade brasileira; entre outros.
A obra em questão é composta por três artigos: A importância do ato de ler, Alfabetização de adultos e bibliotecas populares e A alfabetização em São Tomé e Príncipe. O autor aborda a importância do ato de ler no aspecto crítico e na construção do saber de cada indivíduo. Discorre também, sobre a alfabetização de adultos e de bibliotecas populares (leitura e escrita), além de comentar a metodologia que foi usada na alfabetização de adultos na República Democrática de São Tomé e Príncipe. A partir disto, podemos dizer que aprender a ler, escrever, alfabetizar-se é, antes de tudo aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, e deste modo, tornar-se cidadãos críticos.
No primeiro artigo, intitulado A importância do ato de ler, Freire diz que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, já que, antes da leitura real das palavras, temos a capacidade de ler aquilo que estar ao nosso redor, e o ato de ler torna-se um processo que envolve a compreensão crítica, interpretação do leitor e percepção de mundo. Referente a isso, o autor descreve a sua compreensão do ato de ler, ao longo de sua experiência existencial: primeiro a “leitura” do mundo se fez presente e em seguida a da palavras. No entanto, a leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a “leitura” do mundo, com ela, a leitura da palavra, tornou-se leitura da “palavramundo”. Ele ressalta ainda, que a memorização mecânica da descrição do objeto não se constitui o conhecimento do objeto, pois, o importante é aprender a sua significação profunda. O autor discorre sobre questões a respeito do sistema educacional (alfabetização), visto que, a insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos (leitura crítica, interpretação), pode ser considerada uma forma erronia.
...