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Resenha de O Conto da Ilha Desconhecida

Por:   •  2/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  435 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA VIII

PROF. DR.: THAIS PEDRETTI LOFEUDO MARINHO FERNANDES

ALUNO: MARCELY GOMES DE OLIVEIRA

SARAMAGO, José de Sousa. O Conto da Ilha Desconhecida. [S. l.]: Companhia das Letras, 1997. 62 p.

Resenhado por Marcely Oliveira (UFF)

José de Sousa Saramago foi um escritor português, responsável pela produção de obras bastante famosas, como Ensaio Sobre a Cegueira e O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Nesta resenha trarei ênfase para outra de suas obras, O Conto da Ilha Desconhecida, que por sua vez retrata um cenário bastante peculiar: a busca de um homem por, como o próprio nome sugere, uma ilha desconhecida, ainda não encontrada por nenhum outro. Para tanto, o homem vai ao rei, na busca por um barco, capaz de realizar seu feito de ir atrás da inexplorada ilha.    

O livro, composto de 62 páginas, se inicia justamente na busca do homem por sua embarcação. Ao chegar à casa do rei, se dirige à porta das petições, sendo submetido aos cansativos trâmites ditos necessários para conseguir o que almeja, uma grande teia de funcionários (a mulher da limpeza, o primeiro-secretário, o segundo-secretário) teriam que  passar seu requerimento ao monarca, enquanto este, no que lhe diz respeito, se encontra na porta dos obséquios, ironicamente recebendo-os, e não na porta das petições, como seria o correto. Quando enfim, após longos e exaustivos três dias proclamando querer falar com o rei em pessoa, o soberano, mais pela inconveniência e atenção que o homem chamava, vai vê-lo. A ideia de pedir por um barco com o intento de buscar por uma ilha desconhecida, para o monarca, soa como loucura, já que em sua visão todas as ilhas já foram encontradas, mas após muito pestanejar e com ajuda de outrem o homem consegue o que quer.

Com a permissão do soberano e após receber suas orientações, o homem vai de  encontro à sua retribuição. Em meio à essa aventura, é revelado que este nem ao menos sabe velejar, ou possui uma tripulação, mas ainda assim, persiste em seus ideais. Por outro lado, a mulher da limpeza, que havia acompanhado sua pequena aventura na tentativa de conseguir um barco, agora também se junta ao bando. Quando os dois adentram o barco, sem uma tripulação ou sabendo velejar, o romance passa a entrever os ares da leitura. Ao dormir, o homem é acometido por um mundo onírico bastante excêntrico, com seu próprio barco como protagonista. Em seu sonho, “Do fundo do porão veio agora um coro de relinchos de cavalos, de mugidos de bois, de zurros de asnos” (SARAMAGO, 1997, p. 54), assim, além de animais, haviam ali mulheres e homens marinheiros, e terra coberta de plantas, mas a mulher da limpeza não. Ainda que o barco parecesse possuir todo o necessário, a tripulação de homens e mulheres, juntamente com os animais, aporta na ilha povoada mais próxima. É quando o homem se vê sozinho em meio a sua embarcação e localiza uma sombra ao seu lado, que este acorda desperto de seu sonho, ao lado da mulher da limpeza. Os dois, juntos, dão nome à caravela: A Ilha Desconhecida, que “fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma” (SARAMAGO, 1997, p. 62), dando fim ao livro.

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