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Resenha descritiva sobre texto e gênero

Por:   •  29/10/2019  •  Resenha  •  4.843 Palavras (20 Páginas)  •  406 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS - PROFLETRAS

MÉRCIA BRITO DIAS COSTA

RESENHA TEMÁTICA

ILHEUS – BAHIA

2019

MÉRCIA BRITO DIAS COSTA

RESENHA TEMÁTICA

Resenha apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos créditos para a obtenção da aprovação da disciplina Texto e Ensino, do Programa de Mestrado Profissional em Letras.

Professor: Eduardo Lopes Pires.

ILHEUS – BAHIA

2019

A resenha temática terá como proposta o estudo dos conceitos de textos, gêneros textuais e discursivos e uma análise pragmática dos temas citados anteriormente. Como texto base, trabalharemos com Anna Christina Bentes, em Linguística Textual, capítulo 7, de Introdução à Lingüística: domínios e fronteiras, editora Cortez, São Paulo, ano de 2001. Em seguida, dialogaremos com outros autores como: Ingedore Villaça Koch, Luiz Antônio Marcuschi, Roxane Rojo, José Luiz Fiorin, João Wanderley Geraldi e Luciano Amaral Oliveira, nesta ordem.

CONCEITO / DEFINIÇÃO DE TEXTO.

Bentes (2001, p.245) coloca Harald Weinrich como pioneiro da lingüística textual. Mas, salienta que o percurso que entende o texto como um estudo no campo da linguagem demorou 30 anos para ser acomodado. Porque se entendia a língua como código, cuja função era meramente informativa, chamada de lingüística estrutural.

        A princípio, não ocorreu um estudo homogêneo. Muitas propostas surgiam ampliando o objeto da lingüística textual ao mesmo tempo em que se afastavam da influência da teoria da lingüística estrutural. Porque o interesse estava voltado para os limites além da frase.

        Três teorias mostram passagens importantes ao longo da história da teoria da frase à teoria do texto. Primeiro, a teoria da análise transfrástica, que analisava as frases como uma unidade de sentido e, assim, o texto passava a ter o significado desejado. A partir daí, surge à percepção que alguns fenômenos não conseguiam ser explicados pela semântica e pela sintaxe, surgindo o fenômeno da co-referenciação. Esse fenômeno ultrapassa o limite da frase e só pode ser entendido no interior do texto. Ficando claro que quem lê o texto pode dar sentido mesmo com a falta de alguns elementos textuais.

        O segundo momento abandona uma gramática sentencial e passa a refletir sobre os fenômenos lingüísticos inexplicáveis por meio de uma gramática textual. Entendendo que os usuários da língua possuem competências textuais como as capacidades formativas, transformativas e qualificativas. Perspectiva influenciada pela gramática gerativa de Chomsky que aponta que o conjunto de regras internalizadas pelo falante constitui a sua competência textual. No entanto, como a língua é um objeto mental não se consegue contemplar muitas questões.

        Por fim, a terceira teoria, surge propondo investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão do texto de maneira pragmática, ou seja, do texto ao contexto. Entendido como o conjunto das condições externas da produção, recepção e interpretação dos textos. Desta forma, surge os primeiros passos para a intertextualidade. A intertextualidade entendida por Beaugrande (1981) como um modo múltiplo de conexão ativo toda vez que ocorrem eventos comunicativos. Agora, o texto passa a ser visto como um processo essencialmente interdisciplinar. Assumindo, segundo Marcuschi (1998a), uma disciplina de caráter multidisciplinar, dinâmica, funcional, processual e considerando a língua como não-autônoma.

        Segundo Bentes (2001, p.252), alguns pontos são importantes para entender o caminho percorrido para a definição de texto. Porque, num primeiro momento, o texto poderia ser entendido como texto ou não-texto, dependendo da sequência lingüística. Ou ainda, como um produto, o elemento primeiro da pesquisa, uma estrutura acabada. O segundo instante, conta com estudos como o de Leontév (1969) que afirma que o texto não existe fora de sua produção ou de sua recepção. Direcionando então, como parte de atividades mais globais de comunicação que deveriam levar em consideração a produção textual como uma atividade verbal consciente e de interação entre locutor e o interlocutor.

        Para complementar a fala de Bentes, citamos Koch (2001, p. 22) em seu livro: O texto e a construção dos sentidos, onde afirma que os “textos são resultado da atividade verbal de indivíduos socialmente atuantes, na qual estes coordenam suas ações no intuito de alcançar um fim social, de conformidade com as condições sob as quais a atividade verbal se realiza”. Acrescenta também que, a construção de sentido que se faz do texto perpassa por informações dadas e por inferências cognitivas, estabelecendo pontes entre o que está presente no texto e o que está presente no conhecimento prévio dos parceiros da comunicação (o dado e o novo).

        Ainda segundo Koch (2001, p. 25),

Um texto se constitui enquanto tal no momento em que os parceiros de uma atividade comunicativa global, diante de uma manifestação lingüística, pela atuação conjunta de uma complexa rede de fatores de ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, são capazes de construir, para ela, determinado sentido.

        Koch (2001, p. 26-28), coloca que nessa atividade de compreensão do texto usamos de estratégias de processamento textuais como o conhecimento lingüístico (compreende o conhecimento gramatical e lexical), enciclopédico ou conhecimento de mundo (memórias e inferências) e o sócio-interacional (intenção do autor) que engloba o ilocucional (permite reconhecer os objetivos do falante), o comunicativo (normas comunicativas gerais), metacomunicativo (ações lingüísticas que permitem a compreensão do texto) e o superestrutural (permite reconhecer textos como exemplo de determinado gênero ou tipo). Todos esses conhecimentos estão ligados a um conhecimento maior, o procedural, que serve de controle para adequar as necessidades do leitor no momento de interação.

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