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Resenha do filme: Escritores da liberdade

Por:   •  7/5/2018  •  Resenha  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  400 Visualizações

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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos

Disciplina: Leitura e Produção de Textos em Língua Portuguesa- LETE45

Docente: Anielle Souza

Discente: Eduarda de Brito Pereira

Atividade II

Escritores da Liberdade é um filme de drama Norte-Americano * dirigido por Richard Lavagravanse *, lançado em 2007 e baseado em fatos reais.

Em um país como os Estados Unidos, aparentemente a terra da liberdade, o que existe, na verdade, são territórios restritos, demarcados por cada etnia compondo um verdadeiro caldeirão étnico-cultural. Todas as comunidades acalentam a ilusão de ter que lutar contra o outro: sempre há um inimigo à espreita, o alvo de perseguições do momento.

É neste cenário que o filme se inicia e que a professora Erin Gruwell, filha de um antigo defensor dos direitos civis, se vê no desafio de educar um grupo de alunos da Escola Wilson, após a criação de uma lei de integração racial aprovada pela Secretaria de Educação.

Ao receber seus alunos, Erin percebe a heterogeneidade, tanto de classe quanto da cultura e dos estilos de vida demonstrados na face de cada aluno. Diante desta dura realidade, a professora questiona sua vocação e o papel do educador, sobretudo, quando vê a reação negativa do pai ao seu projeto de lecionar para estes garotos.

Em frente aos problemas e histórias que cercavam a instituição e os alunos, Erin adota métodos inovadores de ensino, afrontando os ideais da diretora e do corpo docente. Induzindo a classe à participação ativa em suas aulas, ela entregou aos alunos um caderno para escreverem suas próprias vidas. Em seguida, indicou livros que relatavam histórias de heróis da humanidade, como o ‘Diário de Anne Frank’ - objetivando a percepção dos alunos diante da necessidade de tolerância uns com os outros visto que, inúmeras barbáries aconteceram e acontecem no mundo todo.

Com o passar do tempo, os alunos vão se dedicando aos seus diários, correlacionando com os livros propostos, desenvolvendo o espírito crítico, passando a pensar, sentir e refletir sobre seus ideias e sociedade ao redor, motivando-se para um futuro melhor. Logo, reuniram os diários em um livro, publicado em 1999.

Segundo Freire(2000), “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, onde leitura e mundo estão interligados, devendo ser considerados pelo professor em sua prática. Educar deve ser destituído de autoritarismo, em que o professor reconhece que não é o único detentor do saber, considerando a bagagem que o aluno traz consigo e incluindo métodos que envolvam a realidade do contexto em que esse aluno está inserido. Essas abordagens são vistas no filme no momento em que tudo que Erin Gruwell planejava não tinha sentido para os alunos contudo, apesar das dificuldades, Gruwell reverte a situação ao utilizar metodologias que partiam do conhecimento prévios deles.

Para Freire (2000), o papel do educador tem que ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de liberdade e construção da história, inserindo o educando no papel de sujeito da sua história. Nas cenas do filme, após se aproximar dos alunos, a professora procurou conhecer a história de cada um trabalhando valores, identidade, sentimentos, sensibilizando a tolerância, discriminação e o preconceito estimulando a criatividade dos mesmos e proporcionando uma maior integridade social entre eles.

Assim como Freire (2000), Ana Lúcia Silva Souza traz em seu texto “Letramentos de reexistência no cotidiano: poesia, grafite, dança: hip-hop” abordagens que podem ser vistas no filme. Mostrando que a compreensão da complexidade é importante para as mudanças nas práticas letradas, Souza diz ainda que a escola ao se deslocar em favor dos jovens faz com que eles consigam repensar e atribuir sentidos sociais à própria instituição.* Dessa forma, Erin saiu do modelo engessado que a escola prezava, onde através de iniciativas interacionistas, instigantes e reflexivas, ela conseguiu despertar nos alunos o gosto pela aprendizagem e sobretudo, discutir questões étnico-raciais a partir de uma visão crítica e esclarecedora.*

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