Resenha sobre Mayombe
Por: Patriciadecw • 3/6/2018 • Resenha • 695 Palavras (3 Páginas) • 286 Visualizações
Em Mayombe, o autor nos mostra os capítulos da vida dos guerrilheiros angolanos, combatentes na província de Cabinda, no meio da floresta chamada Mayombe, o lugar que deu o nome a este romance. O narrador é heterodiegético, onisciente, narra a história em terceira pessoa, embora sejam incluídas algumas passagens curtas, graficamente distinguidas do resto do texto por itálicos, que são narradas por uma das personagens de guerrilheiros.
Em comparação com os dois romances, que vamos analisar a seguir deste romance, Nós, Os do Makulusu, e
Os Cus de Judas, só em Mayombe encontramos a descrição das próprias ações de luta e combate real.
Logo no início, no primeiro capítulo chamado
A Missão, encontramos o grupo de dezesseis guerrilheiros, fazendo patrulha pelos caminhos no meio da floresta densa.
Os guerrilheiros ficam constantemente sob perigo de serem encontrados pelas tropas portuguesas. A ação desenvolve-se com a descoberta do grupo dos trabalhadores cabindenses, sob a liderança portuguesa. Os guerrilheiros conseguiram por uma ação militar captar o buldozer e os trabalhadores, que depois foram libertados, junto com o seu dinheiro e seus instrumentos, pelas razões propagandistas. Aqui somos testemunhas de primeira disputa entre os combatentes, quando um deles, com nome de guerra de Ingratidão do Tuga, esconde dinheiro de um dos trabalhadores, o ato que os outros desprezam, e fica por isso condenado à prisão, o que deve cumprir depois de regresso para à base. Após de mais uma ação militar, durante a qual os guerrilheiros conseguiram ganhar certa vitória, matando alguns portugueses, e a viagem do Comissário Político para a aldeia, para devolver o dinheiro dos trabalhadores, o grupo chega à base. No segundo capítulo, titulado A base, o autor nos mostra a vida cotidiana duma base guerrilheira, e os problemas com alimentação, quando a situação alimentaria complicou-se ainda mais com a vinda de novos guerrilheiros à base. O Comissário, e mais tarde o Comandante Sem Medo, viajam para Dolísie, para negociar as melhores condições com o chefe da base de Dolísie, nomeado pelo MPLA, André, que também proclama de ter problemas materiais. Um grande espaço é neste capítulo dedicado às conversações entre Comissário e Comandante, sobre vários assuntos como guerra, política ou importância da educação. Conhecemos também a namorada do Comissário, a Ondina, que chega a ser uma personagem importante para o desenvolvimento do romance, porque no terceiro capítulo, chamado Ondina, esta trai o Comissário com o André, o fato que totalmente destrói a psíquica do jovem Comissário. O André depois fica expulso do Dolísie, sendo substituído pelo Comandante que fica acusado pelo Comissário que se sente ser afastado da Ondina por ele. O Comandante conheceu Ondina anteriormente. No quarto capítulo, A Surucucu, O Comandante, que vive agora no Dolísie, junto com a Ondina, é informado pelo guerrilheiro Vewê, que a base foi atacada pelos portugueses, e não se sabe muito em que condições se encontram os combatentes de base, porque estes fugiram para o mato. O Comandante então recolhe todos os homens, incluindo voluntários civis, para irem salvar, o que pudesse ainda ser salvo da base. A ação é bem preparada e exercida, mas afinal ficou sabido pelos combatentes, que tudo foi só um mal-entendido. Guerrilheiro jovem, Vewê, correu para Dolísie, porque despercebeu os gritos dos camaradas, que ouviu, sem saber o que se passa. Estes camaradas estavam a gritar ao surucucu, que atacou o Teoria, e não aos portugueses atacando a base, como percebeu Vewê. Depois da explicação, o grupo do Comandante, com o qual o Comissário se despediu friamente, volta para Dolísie. O capítulo final chama-se A Amoreira.
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