Teoria da Literatura II – Licenciatura em Português – Vidas Secas de Graciliano Ramos
Por: Gepipa • 29/8/2016 • Artigo • 615 Palavras (3 Páginas) • 510 Visualizações
[pic 1] | UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO UFC VIRTUAL Atividade realizada por Veronica Maria Batista Rocha Teoria da Literatura II – Licenciatura em Português – Beberibe | [pic 2] |
Podemos encontrar alguns aspectos marxistas na obra de Vidas Secas de Graciliano Ramos, principalmente nos capítulos “Fabiano” e “Cadeia” onde demonstram a revolta com a realidade do homem do sertão em tempos difíceis causados pela seca. Uma triste e cruel realidade vivida por Fabiano, sua mulher, sinhá Vitória seus dois filhos e a cachorrinha baleia. Baleia companheira inseparável e fiel, luta ao lado de seu dono, por condições melhores de vida, num ambiente sem as condições mínimas de sobrevivência, onde o sertanejo vivia como um bicho, pois os grandes latifundiários humilhavam seus empregados que eram facilmente enganados pelo governo que não tomava nenhuma atitude a fim de resolver esse grave problema, pelo contrário apoiava as classes dominantes, isso nos fazer entender que de certo modo o autor contempla muitos “Fabianos” existentes no Brasil misturando os contrastes da realidade dando ênfase a desigualdade social.
Graciliano Ramos assim como Karl Marx pensava que através de “atitudes revolucionárias” era possível sim, mudar as injustiças vividas pelo povo que sofria com os estragos causados pela seca corrigindo assim as injustiças sociais. Para teoria Marxista o trabalho é o centro, assim como Graciliano mostra o trabalho e a condição de vida social de Fabiano e sua família a fim de chamar atenção para os problemas vividos por milhares de sertanejos.
Graciliano destaca em sua obra que, a opressão não vinha apenas das condições naturais. Fabiano é um nômade, ele não possuía terras, não tinha propriedade, mas sua andança não se deve apenas à seca. “A sua condição de miséria e opressão decorre da grande propriedade, bem como, entre outros fatores, da política de irrigação favorável às classes dominantes. É o capital enquanto relação social que gera e aprofunda a miséria” (HIRATO e CÍCERO, 2009, p7). Fabiano vivencia a opressão do homem através da relação de poder, que se faz presente em vários capítulos inclusive na realidade onde muitos brasileiros se encontravam.
Quando Fabiano é preso já no capitulo cadeia, é perceptível a revolta de Graciliano Ramos com tamanha injustiça, Fabiano por não saber se expressar, não consegue se defender das acusações falsas, onde sua integridade física e moral são violadas, ou seja, nem educação cuja obrigação é do governo ele tinha, governo esse que não dava qualidade de vida alguma as classes menos favorecidas, sequer mesmo o básico. O que é de direito de todos.
Fabiano era um trabalhador honesto, porém injustiçado, sua brutalidade e ignorância, era facilmente justificada pela vida que levava, isto é, tratado como escravo, não sabia falar direito, em sua inocência achava bonitas as palavras difíceis pronunciadas por seus patrões, ao final do capitulo sem perspectiva alguma Fabiano, se preocupava com o destino dos filhos, que diante de tanto sofrimento seria igual ou pior que o seu.
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