Trabalho de Cultura Segundo
Por: Cristiane Manzato • 22/4/2021 • Trabalho acadêmico • 676 Palavras (3 Páginas) • 163 Visualizações
Para Williams (1980) , toda analise com abordagem na teoria cultural Marxista deve partir de uma proposição de "uma base determinante e uma superestrutura determinada" levando em consideração alguns conceitos como base, superestrutura, totalidade, hegemonia e culturas residuais e emergentes. A partir desses conceitos, deve-se ver a literatura do ponto de vista da sociedade. Para explicar os conceitos, Raymond Williams faz algumas comparações entre as definições antes e depois do marxismo. Nesse sentido, a superestrutura em um ponto de vista pré-marxista significa: "um sentido principal de" área "unitária dentro da qual todas as atividades culturais e ideológicas poderiam ser colocadas" (“a main sense of unitary ‘area’ within which all cultural and ideological activities could be placed” (p.32)).
O conceito de base foi definido como " mais importante a ser observado se quisermos compreender as realidades do processo cultural" (“the more important concept to look at if we are to understand the realities of cultural process” (p.33)). É basicamente a relação de produção que corresponde a um estágio de desenvolvimento das forças produtivas materiais. No entanto, para Williams a base está relacionada com a produção da sociedade em que um homem, em vez de produzir qualquer material, ele se desenvolve primeiro e, consequentemente, a sociedade.
Williams também defende a visão de totalidade relacionada à hegemonia. Combinando uma ideia de que "(...) a sociedade é composta de um grande número de práticas sociais que formam um conjunto social concreto Total [totalidade] (...) " ( “ (…) society is composed of a large number of social practices which form a concrete social whole [totality] (…)” (p.36)), junto a uma hegemonia que "supõe a existência de algo que é verdadeiramente total" ( “supposes the existence of something which is truly total” (p.37)). Mais do que isso, a hegemonia implica a ideia de dominação. Reunindo os dois conceitos, há o fato de que uma totalidade existe apenas com base na hegemonia; em outras palavras, a totalidade é o desejo da hegemonia.
Para finalizar Williams também cria os conceitos que relacionam culturas residuais e emergentes. O primeiro é definido como significados, valores e experiências que não podem ser expressos pelos termos culturais dominantes. A cultura emergente está relacionada a novos significados, valores, práticas e experiências criadas. Raymond Williams defende algo como "práticas culturais" que significam literatura, música, tintas; artes em geral. Para ele, devemos olhar as "condições de prática" que nos dirão sobre a realidade na qual o texto, por exemplo, foi escrito.
Quando o assunto é hegemonia e grupo sociais Williams (1958) adverte sobre os valores de determinados grupos sociais :
A culture has two aspects: the known meanings and directions, which its members are trained to; the new observations and meanings, which are offered and tested. These are the ordinary processes of human societies and human minds, and we see through them the nature of a culture: that it is always both traditional and creative (WILLIAMS, 1958, p. 4)
A reflexão acima apresentada sobre a constituição dos fenômenos culturais pode servir como explicação de como funciona também a cultura de consumo de determinados grupos sociais e como as grandes marcas trabalham nos entornos da sociedade para chegar e atrair grupos considerados minorias, e como isso é visto pela sociedade tradicional.
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