A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA ATRAVÉS DAS BRINCADEIRAS E DOS JOGOS.

INTRODUÇÃO

Os jogos e brincadeiras fazem com que as crianças participem de uma forma mais prazerosa no processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com Kishimoto (1996), podemos entender o jogo como um conceito mais amplo, utilizado frequentemente como ação ou efeito de jogar, em diferentes áreas do conhecimento, mas as definições para os jogos e brincadeiras são muitas, há inúmeros termos empregados tentando uma definição única, no entanto, ao tentar defini-los nos deparamos com certa imprecisão, dados as variedades de entendimento e situações fenomenológicas do nosso cotidiano, os significados vão além do simples ato de jogar ou disputar algo, que muitas vezes são utilizados com intuito competitivo, no entanto quase sempre o jogo serve de distração, momento de lazer ou diversão.

Para usar este recurso, o professor precisa estar atento ao tipo de jogo que irá utilizar e qual a finalidade do mesmo no desenvolvimento de sua aula. O jogo é um dos meios pelo qual a criança pode viver sua expressão mais espontânea, em um fazer mais concreto.

Os jogos desenvolvem a criatividade, a iniciativa, a motivação, a concentração, a imaginação, novos conhecimentos e o interesse pelo novo. Afastar as crianças deste mundo lúdico é transportá-las para o mundo adulto, é interromper seu ritmo normal de construir o conhecimento.

Através dos jogos e brinquedos o professor que atua na Educação Infantil e nos anos iniciais da educação básica fundamental poderá levar a criança a construir um conhecimento matemático mais elaborado e, se utilizados durante o processo de aprendizagem, desenvolvem o raciocínio lógico facilitando a noção de quantidade, medidas, espessuras, sequências, seriação, etc. Do mesmo modo, interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilidade do raciocínio do aluno.

Já a brincadeira segundo Kishimoto (1996), é um conjunto estruturado das ações de brincar por divertimento. E ainda podemos entender a brincadeira como a ação lúdica da criança, causada sem imposição, ou atitude involuntária natural da infância.

A matemática está presente na vida das crianças em jogos e brincadeiras, com as quais aprendem a comparar quantidades, fazer operações matemáticas diversas, fazer percursos, observar formas de objetos, etc. Desse modo, nada mais natural do que explorar essas situações como ponto de partida para algumas aprendizagens. No entanto, é necessário que o jogo ou a brincadeira conduza a criança à construção de algum tipo de conhecimento matemático e, para isso, é essencial a intervenção do professor.

Os jogos no ensino da matemática estimulam não só o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, como também propicia a interação entre diferentes formas de pensar. Os jogos permitem ao aluno vivenciar experiências com características sociais e culturais, a aquisição de regras, o trabalho em grupo, a expressão do imaginário e a assimilação de conhecimento e possibilita o desenvolvimento de estratégias, o estabelecimento de planos e a avaliação da eficácia das jogadas de acordo com os resultados obtidos, sendo muitas vezes uma situação de avaliação. Os erros e fracassos durante os jogos, em geral, são encarados de maneira desafiante, permitindo que a criança desenvolva sua iniciativa, sua autoconfiança e sua autonomia. Os erros podem se revistos de forma natural durante as jogadas, sem deixar marcas negativas, propiciando novas tentativas.

Com o uso de jogos, haverá uma maior facilidade na aprendizagem do conhecimento matemático, de teorias mais simples para as mais complexas, pois é brincando que a criança constrói o seu conhecimento.

Em estudos realizados no decorrer do curso de graduação em Pedagogia pude compreender o quão importante são os jogos e as brincadeiras no desenvolvimento da aprendizagem. Foi então que decidi estudar e aprofundar meu conhecimento neste assunto e investigando como são utilizados nas escolas públicas de Educação Infantil de Vilhena.

A ideia norteadora da pesquisa foi entender qual a função dos jogos e brincadeiras para aprendizagem de matemática, e se eles são utilizados para tal função em duas escolas do município.

O texto foi organizado em cinco capítulos, iniciando com uma breve discussão sobre a história da Educação Infantil brasileira ao longo dos anos e como as brincadeiras eram vistas na história da educação de crianças pequenas, e ainda relatar a função do lúdico nessa etapa educacional, como essa questão foi sendo modificada ao longo dos anos e como está hoje.

O primeiro capítulo traz informações sobre as discussões dos capítulos seguintes e o modo como a pesquisa foi planejada, elaborada e executada.

No segundo capítulo, buscou-se compreender o brincar e o uso de jogos na Educação Infantil para o trabalho com a matemática. Inicialmente, apresentando uma abordagem sobre o aprender brincando.

No terceiro, foram abordadas discussões sobre a matemática na Educação Infantil através das brincadeiras e jogos e a influência do construtivismo para o desenvolvimento de atividades para a Educação Infantil e a construção das estruturas matemáticas nesta fase, que de acordo com a concepção teórica piagetiana, é nesta fase da criança onde o pensamento lógico-matemático, contribui para a construção do conhecimento.

No quarto capítulo encontram-se as metodologias utilizadas, para desenvolver as leituras, as pesquisas, e todos os meios e métodos o qual foram utilizados para apresentação deste trabalho.

No quinto e último capítulo, estão localizadas as análises dos dados coletados através da pesquisa de campo, a maneira sobre como o questionário foi elaborado e apresentado às duas escolas escolhidas.

Ao final, procurou-se expor os resultados da pesquisa e as contribuições deste trabalho para o crescimento intelectual da pesquisadora.

2 EDUCAÇÃO INFANTIL E O BRINCAR

Neste capítulo abordaremos um pouco da história da educação brasileira, especialmente com relação à Educação Infantil. Pretendemos com isto, abordar alguns aspectos que constituem o modelo atual que se tem para o ensino nesta etapa de escolaridade, a partir de uma breve retrospectiva histórica.

2.1 Um Pouco da História da Educação Brasileira ao Longo dos Tempos

A educação brasileira já percorreu muitos caminhos até chegar ao modelo que temos hoje, especialmente se considerarmos o modelo educacional trazido pelos