A Abordagem Histórico Cultural
Por: Adriana Bordin • 1/11/2017 • Resenha • 463 Palavras (2 Páginas) • 524 Visualizações
Abordagem histórico-cultural
A abordagem histórico-cultural tem como objetivo dar ênfase as interações sociais no processo de desenvolvimento do individuo. Acredita-se que a interação de crianças com seus pares e também adultos, inserido em um contexto social e cultural, propiciam um maior estimulo no desenvolvimento da criança.
Vygotsky, o grande idealizador desta abordagem, parte do pressuposto que as interações socioculturais tem grande influência no desenvolvimento do sujeito. Desde o nascimento a partir da interação com o outro, a criança vai se apropriando dos significados construídos socialmente e assim, aprendemos a ser humanos, fazendo parte de uma cultura humana, porém isso não acontece naturalmente. Um ponto importante nesta abordagem é, para que haja a interação entre os indivíduos, é necessário a figura de um mediador (signo, instrumento), que estará no meio da relação sujeito e mundo.
Em A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir, de Rubem Alves, nos deparamos com o relato sobre uma escola em particular, singular, a Escola da Ponte. Democrática, para todos, e dá ao aluno o papel de protagonista de seu desenvolvimento e aprendizagem, a escola da Ponte nos leva a refletir sobre os modelos educacionais aplicados atualmente.
Ao chegar na escola, Rubem Alves é guiado por uma aluna de 10 anos para conhecer o espaço físico e funcionamento da mesma. Espantado, Rubem via algo incomum. Um único espaço partilhado por todos, sem separação por turmas, sem campainhas anunciando o fim de uma disciplina e o início de outra. Não há competição. Há cooperação. São as crianças que estabelecem as ferramentas para lidar com aqueles que negam-se a seguir as regras.A vida em sociedade depende de que cada um abra mão da sua vontade, naquilo em que ela se choca com a vontade coletiva. E assim as crianças aprendem a conviver democraticamente.
A escola deve ensinar os conhecimentos científicos, porém estes devem ser relacionados ao cotidiano dos educandos, para que haja uma internalização com significados para o mesmo. Um trecho para a elucidação desse conceito é o momento em que a menina explica as frases escritas com letras grandes afixadas na parede. "Aprendemos a ler lendo frases inteiras." As frases expostas foram escritas por qualquer escritor aleatório, mas sim propostas pelas próprias crianças. Frases carregadas de sentido e significado para a vida das próprias crianças. Aprendiam assim que a escrita também é uma ferramenta para se dizer a vida que cada um vive.
Na visão de Rubem Alves, o professor deve ser um mediador entre o conhecimento e o aluno, fazendo com que o mesmo aprenda a ler o mundo, e torne a aprendizagem algo prazeroso para a criança. O professor deve olhar para cada criança respeitando sua singularidade, auxiliando em seu aflorar, e não meramente tratá-los como simples números abstratos, afinal, trabalhamos com seres humanos.
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