A Alfabetização aos Seis Anos

Alfabetização aos seis anos

O objeto de análise deste breve trabalho é a questão do processo de alfabetização aos seis anos de idade da criança. O objetivo é analisar se é ou não adequado à alfabetização na referida idade. Para tanto, iremos relacionar entre si os aspectos culturais e históricos com os conceitos de pensamento, linguagem e desenvolvimento humano no processo de alfabetização da criança. Ainda, nessa análise, iremos nos posicionar quanto ao objeto em questão.

Considerar os aspectos cultural e histórico é algo indispensável para se posicionar diante do tema, somam-se a isto os problemas pontuais e as dificuldades didáticas que nossas escolas públicas enfrentam na tarefa de alfabetizar. Compreender como as diferentes crianças aprendem, constroem e comunicam conhecimentos por meio da linguagem.

A linguagem é qualquer processo de transmissão sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais que produzem enunciados dirigidos na forma cultural/social à época e localização geográfica de um grupo. Neste sentido desde o inicio do texto estamos construindo um entendimento do tema em questão por meio de uma forma de linguagem.

Não se pode separar esse conjunto que constitui uma totalidade tomada como referência do processo de alfabetização do aluno. Sem tal procedimento tem-se uma abordagem metodológica que ocorre de maneira equivocada, desconsidera as situações de aprendizagem primárias, gerando uma alfabetização imprópria; que distancia a criança das competências leitoras e escritoras, ou seja, das linguagens necessárias a formação cidadã atuante e interacionista.

A alfabetização tem de desenvolver uma situação não mecânica e não descontextualizada, e sim uma sequência contínua de aprendizagem da escrita, por meio de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa regularidade a língua escrita acerca das práticas sociais em consonância a esse aprendizado; que envolve, simultaneamente, o comportamento linguístico e o social, e é constituído de dados comuns ao emissor e ao receptor.

Em geral, para as crianças do ensino privado o processo de alfabetização inicia-se muito antes da escola infantil, elas adquirem o interesse pela escrita quando começa a interagir socialmente com as práticas no seu mundo social/cultural, por isso já vão para a instituição de ensino com o conhecimento desenvolvido de maneira informal adquirido no cotidiano.

Nossa posição é a de que,

se as crianças que frequentam a escola privada, em geral, estão alfabetizadas aos 6 anos, o mesmo deveria ocorrer com as que frequentam a escola pública. [...] Mas é importante ressaltar que nem todas as crianças chegam à instituição de ensino, seja de Educação Infantil ou Fundamental, com o mesmo conhecimento em relação à escrita. Se uma das funções da escola é reduzir as desigualdades – e não ampliá-las com práticas inadequadas –, o acesso à cultura da escrita e as oportunidades de escrever e ler oferecidas às crianças precisam ser tema prioritário dos sistemas de ensino desde a Educação Infantil (Instituto Avisa Lá, 2014).

Para isso, é preciso afastar a ideia que o aluno ao se alfabetizar aos 6 anos de idade estaria ocupado