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A Ambivalência das Técnicas

Por:   •  13/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.116 Palavras (5 Páginas)  •  241 Visualizações

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Dissertação sobre o texto “A ambivalência das técnicas” - Jacques Ellul

Nome da aluna: Katia Luciene Ferreira

De maneira geral, a ambivalência das técnicas foi apontada como uma ferramenta que leva a efeitos tanto positivos como negativos. Os efeitos da técnica independem do seu uso, pois até uma técnica com bons propósitos em sua essência não necessariamente apresenta apenas efeitos positivos, pois há uma gama de possibilidades desconhecidas. A ambivalência é uma combinação complexa de fatores, não devendo ser reduzida a uma ideia simplista devido a ausência do conhecimento de todos os elementos envolvidos. Dentro dessa complexa combinação de fatores que culminam a uma mudança global, o homem muta por métodos psicológicos de adaptação conduzindo-o ao melhor uso da técnica. Segundo o filósofo Thomas Hobbes: “não somos livres no querer, mas somos livres no fazer”, assim, o homem é levado a universo técnico em uma falsa ideia de liberdade através da determinação da técnica. Porém o uso depende de também da escolha do homem. Por outro lado, o efetivo controle da superpopulação só é praticável através da liberdade individual, movendo-se contra o progresso da espécie humana.

A ambivalência remete duas orientações com valores antagônicos, já a ambiguidade remete a uma imprecisão e/ou a um equívoco. Logo, a técnica não tem caráter ambíguo, pois não dá abertura para equívocos. No entanto, não é possível excluir a ideia de efeito perverso como ao isolado ao efeito “normal” (esperado), pois o “bem” e o “mal” estão intimamente ligados em todo o processo da técnica. O autor aborda quatro propostas a fim de fortalecer a ideia de ambiguidade inicialmente apresentada:

  1. Todo progresso técnico se paga

O avanço da técnica nunca é absoluto, pois sem, há retrações, ou seja, cada construção leva a alguma destruição. Partindo do ponto que o progresso técnico exija, por exemplo, o êxodo rural dos camponeses para a implantação de um capitalismo de campo, a consequência não inclui apenas a destruição camponesa, mas também a destruição ambiental. Sempre há um preço pago pelo progresso técnico.

O homem vive em constante adaptação com exigência reflexos cada vez mais rápidos e maior nível atenção em resposta ao meio em que está inserido, ocasionando mudanças no funcionamento do próprio organismo. O modo de vida atual, diretamente associado ao progresso técnico está levando ao esgotamento do homem, onde cuidados mitigadores não são o suficiente. O ser biológico moderno é cada vez mais moldado para agir como uma máquina, no qual sua vida passa dar lugar a uma sobrevida. Esses moldes modernos levaram a perda de resistência física e biológica, obrigando o homem a ter mais cuidados para garantir sua sobrevida. Por um lado, embora a técnica contribua para a formação de valores notáveis, por outro lado, contribui para a destruição de outros valores não mensuráveis. O preço a pagar nunca é “na mesma moeda” da aquisição, por isso é importante ponderar sobre quais efeitos são produzidos no processo.

  1. O progresso técnico suscita problemas mais difíceis que aqueles que ele resolve

Existe uma relação entre os problemas resolvidos e a variedade de problemas gerados, porém há uma diferença entre problemas considerados “intrinsicamente perigosos” e problemas ocasionados por escolhas individuais. Um problema social, humano, político e econômico deve ser encarado como um problema técnico para que haja uma solução, porém pode acarretar em problemas maiores e mais complexos de serem resolvidos.

O uso da mecanização é um exemplo de aplicação ilimitada das técnicas com o intuito de atender a um grande número de necessidades, gerando consequentemente não somente um crescimento desenfreado, mas aumento da poluição, quebra de ciclos naturais e esgotamento de recursos naturais. Essa nova realidade exige uma nova solução para um novo problema ecológico gerado, considerando a totalidade da situação.

O desenvolvimento demográfico é o exemplo do uso das técnicas (vacinas, higiene, etc.) destinadas a prolongar a proteger a vida humana. Diante disso, há a questão social referente a subsistência. Ainda que a ideia da expansão de áreas agricultáveis seja admissível, existe por trás efeitos como o desmatamento de áreas florestais para a produção de alimentos e a logística de distribuição em lugares dominadas pela fome. Outra questão é a política de redução da natalidade que levanta uma série de problemas de ordem cultural, social, espiritual e psicológica na difusão de métodos de contracepção e de esterilização. A solução desses problemas que parecem insolúveis, deve levar em conta estruturais sociais como valores, tradições e crenças que fazem parte desses lugares.

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