A Construção Currículo Para Vasconcellos
Por: Sandra Gil • 14/12/2021 • Resenha • 990 Palavras (4 Páginas) • 166 Visualizações
Construção - Currículo
Para Vasconcellos (1998), “a avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica reflexão sobre a prática, no sentido de diagnosticar seus avanços e dificuldades e, a partir dos resultados, planejar tomadas de decisão sobre as atividades didáticas posteriores. Nesse contexto, a avaliação deveria acompanhar o aluno em seu processo de crescimento, contribuindo como instrumento facilitador da aprendizagem”.
Diante disso é indiscutível que a avaliação deve ser um processo natural e que deve acontecer diariamente para que o professor tenha uma observação mais profunda do retorno dos conteúdos que devem ser assimilados pelos alunos, bem como perceber se as metodologias de ensino adotadas por ele estão surtindo efeito na aprendizagem dos alunos.
Assim, a avaliação é um processo entendido não só como o resultado dos testes e provas, mas também de resultados de trabalhos e pesquisas que os alunos realizam, para que sejam compreendidos em sua totalidade devem ser avaliados não só por esses meios, mas também pelo que podem construir sozinhos para que seu aprendizado seja verdadeiramente significativo.
Como afirma Hoffmann (1993), "a avaliação é uma reflexão permanente sobre a realidade, e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção de conhecimento". Dessa forma, o avaliador, não se assusta com a realidade, mas a observa atentamente; não a julga (aprova/reprova), mas se abre para observá-la, buscando conhecer essa realidade como verdadeiramente é, e, a partir dela, criar estratégias de superação dos limites e ampliação das possibilidades, com vistas à garantia da aprendizagem.
Avaliar deve ser um processo pedagógico contínuo, que ocorre dia após dia, buscando corrigir erros através da construção de novos conhecimentos e nunca deve ser estático, único, excludente e julgador. Há tempos atrás avaliar significava apenas aplicar provas, dar uma nota e classificar os alunos em aprovados e reprovados. A avaliação decidida dessa forma exclui e afasta qualquer possibilidade de o aluno requerer conhecimentos e saberes, já que seu conhecimento prévio nunca é levado em consideração.
É notável que ainda hoje existem professores que acreditam que avaliar consiste somente no processo estático e excludente que apenas a aplicação e a devolutiva de prova/teste pode oferecer. Contudo, essa visão aos poucos deve ser modificada e reconstruída, deve-se buscar novas formas de avaliar, abrir portas para um novo olhar investigativo que incentive e motive o aluno a incluir seu conhecimento no processo para que o aprendizado se torne contínuo e significativo. Para isso, basta entender a avaliação como parte de uma ação educativa que deve ser dinâmica e construtiva.
Nesse cenário, a avaliação da aprendizagem escolar é compreendida como um ato amoroso, "O ato amoroso é aquele que acolhe a situação, na sua verdade (como ela é)" (LUCKESI, 2005), de forma que se faz necessário buscar enxergar o discente e suas possibilidades de acerto não permitindo que suas tentativas sejam interrompidas pelo sistema, que visa apenas posicionar o aluno dentro de um pensamento restrito e estagnado.
Não se avança sem humanidade e amorosidade, mesmo que de conteúdo e avaliação o professor entenda, o ato de acolher com amor para não substitui a aplicação formal de um conteúdo. A visão do professor quando é adocicada pode compreender o aluno e seu processo, mesmo que lento, sem que ele seja prejudicado em seu desabrochar. Mesmo que cada aluno tenha seu tempo, o olhar observador para com cada um deles deve ser o ideal projetado para que o julgamento de aprovar/reprovar não seja a finalização de um processo que pode haver uma linha contínua mesmo que essa linha ainda esteja em construção.
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