A DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR: CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

Curso de Pós-Graduação em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior

Analicia de Souza Almeida

DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR: CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

RESUMO

As ponderações sobre o magistério superior mostram a necessidade de uma identidade do docente no campo do ensino. O presente trabalho tem como objetivo discutir a importância do conhecimento pedagógico dos docentes no Ensino Superior. A formação universitária dos professores; outrora, necessitava apenas de um vasto conhecimento, sobre o assunto, e uma comunicação fluente. Hoje, percebe-se que há uma carência de formação pedagógica específica. Conclui-se, assim, que a formação para o magistério superior não pode contrariar a unidade teórico-prática devendo, portanto, focar em conhecimentos pedagógicos, a fim de “ensinar o professor a ensinar”.

PALAVRAS-CHAVE: Docência no Ensino Superior. Didática. Prática Pedagógica.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo científico tem como tema “A formação pedagógica dos docentes do ensino superior.” A linha de pesquisa é a formação de professores para o ensino superior, trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica que está situada na área de Educação.

Ao professor do Ensino Superior é exigido qualificações acadêmicas, pesquisas e titulações. Assim, a formação do docente é descrita de acordo com ISAIA (2005, p. 66): “processo complexo que necessita da construção de estratégias sistematicamente organizadas, que envolva esforços pessoais e institucionais concretamente desenvolvidos”. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96 exige  para o professor de ensino superior o mestrado e/ou doutorado. Quando se trata de um professor que não cursou uma licenciatura, falta a esse docente do ensino superior uma formação pedagógica inicial, a fim de complementar sua capacidade formação, apesar de ser um professor que possua vários títulos e artigos publicados, pois tal formação pedagógica é necessária.

Há várias discussões sobre a temática da formação do professor e as circunstâncias pelas quais esse profissional ingressa na vida acadêmica; assim, surgem diversas discussões sobre os saberes de cada profissional. Nas universidades, há uma tensão explícita em relação à formação dos professores, que muitas vezes, chegam sem experiência prévia em docência, repletos de conhecimentos prático-teóricos, mas nenhum pedagógico, causando um grande peso aos mesmos, pois não possuem conexões do “que, como e a quem ensinar”, transitando entre um profissional entusiasta e um preparado, com competência para a docência. DEMO (1998, p. 13) define competência:

Entendemos por competência a condição de não apenas fazer, mas de saber fazer e sobretudo de refazer permanentemente  nossa  relação  com a sociedade e a natureza, usando como instrumentação crucial o conhecimento inovador. Mas que fazer oportunidade,  trata-se de fazer- se oportunidade.

        Portanto, justifica-se a escolha desse tema pois, através dessas asserções, torna-se contundente que as universidades invistam na formação de professores para o Ensino Superior a fim de que se tornem lugares de geração de ensino, pesquisa e extensão. Criando uma nova percepção da identidade docente. FREIRE (2002, p. 5), diz que: o ato de ensinar exige método, com foco em três elementos: o de ensinar, aprender e pesquisar; requisitos indispensáveis para o conhecimento pedagógico.

A partir das afirmações acima, apresento como questão central: Conhecimento pedagógico é necessário ao docente do Ensino Superior?

           O objetivo do presente artigo é discutir a importância do conhecimento pedagógico dos docentes no Ensino Superior.

             A metodologia a ser utilizada é a pesquisa bibliográfica em textos consagrados da literatura e teoria do grande pesquisador Paulo Freire como, por exemplo, Pedagogia da autonomia, além de recorrer a autoras como Angelina Barreto e Elba Siqueira de Sá, Neusi Berbel, Pimenta e Anastasiou, Regina C. de S Feltran que descrevem a formação dos docentes e seus desafios.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: inicia-se com uma descrição sobre o Docente no Ensino Superior, em seguida sobre  os tipos de docência: docência específica, pedagógico geral e pedagógico de conteúdo. E no final, as considerações acerca do problema apontado.

2 O DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR

        Discutir sobre uma maior exigência em torno da formação inicial dos professores do ensino superior que ultrapassa a formação inicial em uma área específica do conhecimento. Tornando notória a carência de formação pedagógica. Ao ingressar na vida acadêmica, surge no estudante diversas dúvidas assim como a necessidade de reflexões sobre enfoques e paradigmas, a respeito dos saberes pedagógicos e epistemológicos que estimulam a docência. Isso gera uma preocupação explícita quanto à recepção e contra tação de professores sem experiência prévia na função de docente do ensino superior. Há também professores que demonstram grande conhecimento teórico; no entanto, necessitam rever sua prática pedagógica. Tal fato traz um peso demasiado a esses professores diante “do que ensinar”, “como ensinar” e a “quem ensinar”. Esses professores, ao percorrerem o caminho entre o amadorismo profissional e a profissionalização, encontram diversas dificuldades que nem sempre são previsíveis e passíveis a pratica docente.

        Os professores que adentram o campo universitário pertencem a diferentes áreas de atuação e, na maioria das vezes, não tiveram nenhum contato prévio com conhecimentos pedagógicos, a fim de compreender, interpretar e aplicar na prática esses conhecimentos como um processo é produto de várias correntes de pensamento.

        Assim, pode-se notar como as universidades enfrentam um corpo docente composto por diversos principiantes e que nunca tiveram contato com conhecimentos, teóricos e práticos da Pedagogia.

O professor é o facilitador do conhecimento, e o contexto é o lugar onde ocorre o saber e as suas relações interdependentes. Isto posto, o docente no trajeto de suas ações e dentro do senso comum pedagógico, determina sua prática educativa, desarticulada com a finalidade pedagógica do processo educativo.

        Por isso, a formação pedagógica deve ser pensada em termos acadêmicos, dinâmicos e didáticos, em um quadro de entendimento sobre a qualidade do trabalho em sala de aula, que não delimita apenas aos saberes, mas na capacidade de ensinar o que sabe e agir mediante situações imprevisíveis diante do seu plano de ação.  Assim, DEMO (1998, p.13) reforça os conceitos de competência didática e acadêmica: