A Deficiência Motora De Acordo Com Os Sistemas Orgânicos De Origem Encefálica
Por: anas2391 • 1/3/2024 • Trabalho acadêmico • 1.956 Palavras (8 Páginas) • 48 Visualizações
Especialização avançada pós-universitária de Educação Especial[pic 1]
Domínio Cognitivo e Motor
Deficiência motora de acordo com os sistemas orgânicos de origem encefálica:
Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla designa-se por apresentar uma danificação ou destruição da substância que cobre as fibras nervosas (zona do mielina), assim como, as fibras nervosas subjacentes no cérebro, nervos óticos e da medula espinhal. Esta deficiência é considerada incomum em crianças e mais comum em mulheres.
Causa: A esclerose múltipla apresenta uma causa desconhecida, no entanto existem alguns fatores que podem explicar o aparecimento da mesma, tais como:
- Exposição a um vírus no início da vida;
- Contacto com alguma substância desconhecida que, de alguma forma, desencadeia uma reação autoimune, fazendo com que o sistema ataque os tecidos do próprio corpo;
- Genética (progenitor ou irmão aumenta a probabilidade de contrair a doença, assim como, certos marcadores genéticos nas superfícies das células);
- Fatores ambientais (local onde as pessoas passam os primeiros 15 anos da sua vida, sendo que, estudos começam a relacionar a influencia do clima, mais propriamente a exposição à vitamina D;
- A infeção anterior pelo vírus Epstein-Barr (que causa mononucleose);
- Tabagismo.
Caraterísticas: A esclerose múltipla é uma doença neurológica crónica adquirida mais comum que afeta adultos jovens, frequentemente diagnosticada entre as idades de 20 a 40 anos, afetando três vezes mais mulheres do que homens. Até ao momento, não havendo cura nem uma causa única, no entanto, já foram demonstrados alguns fatores que podem causar o aparecimento da mesma. Na esclerose múltipla, o próprio sistema imunológico do corpo ataca e danifica erroneamente a mielina – material proveniente ao redor dos nervos, resultando em vários sintomas mas podendo não sofrer da mesma forma.
A mielina é um tecido que protege e isola os nervos para que as mensagens elétricas que o cérebro envia para o resto do corpo viajem de forma rápida e eficiente. Com esta decomposição (desmielinização), as áreas dos nervos ficam expostas e depois cicatrizadas, o que torna os nervos incapazes de comunicar e transmitir mensagens adequadamente, com risco de degeneração subsequente. Isto significa que o cérebro não consegue comunicar com outras partes do corpo, resultando numa série de sintomas que podem incluir a perda da função motora (por exemplo, andar e função das mãos e dos braços, perda de sensibilidade, dor, alterações na visão e alterações no pensamento e memória).
Sinais de alerta:
- Fadiga;
- Formigueiro e dormência;
- Problemas de equilíbrio e tonturas;
- Problemas de visão;
- Espasmos e rigidez;
- Tremores;
- Dores;
- Problemas de Bexiga e intestinais;
- Problemas de memória e pensamento;
Ações de inclusão: A promoção de campanhas de sensibilização, de modo a valorizar as capacidades dos doentes, ao mesmo tempo que sensibiliza a população para a importância da integração social. Um exemplo é da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) que lançou a campanha "Portugal Dança vs. E.M.".
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O AVC é definido como uma interrupção na circulação cerebral, levando a uma lesão das células das áreas sensoriais e/ou motoras, deixando sequelas correspondentes à área lesada. A sua classificação topográfica e neuroanatómica é igual à da paralisia cerebral, sendo também um distúrbio neurológico de origem encefálica.
Causa:
- Excesso de peso;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Tabagismo;
- Falta de Exercício Físico;
- Stress;
- Pressão arterial alta;
- Diabetes;
- Elevados níveis de Colesterol.
Caraterísticas: Existem dois tipos principais de AVC: AVC isquémico e AVC hemorrágico. Ambos afetam o cérebro, mas de maneiras diferentes.
O AVC isquémico é o acidente vascular cerebral mais comum e acontece quando um coágulo sanguíneo bloqueia o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro. Esses coágulos sanguíneos normalmente formam-se onde as artérias se encontram estreitadas ou bloqueadas ao longo do tempo por depósitos de gordura (aterosclerose). O estreitamento das artérias é um processo natural com o avanço da idade, no entanto, há fatores que aceleram perigosamente esse processo.
O AVC hemorrágico acontecem quando um vaso sanguíneo dentro do crânio se rompe e sangra dentro e ao redor do cérebro. A principal causa do acidente vascular cerebral hemorrágico é a hipertensão arterial, que pode enfraquecer as artérias do cérebro e torná-las mais propensas a rachar ou romper. Este também pode ser causado pela rutura de uma expansão em forma de balão de um vaso sanguíneo (aneurisma cerebral).
Alguns fatores que aumentam o risco de aparecimento de AVC e não podem ser contornados são a idade, o histórico familiar, etnia e o historial médico, contudo é possível reduzir significativamente o risco de AVC fazendo mudanças no estilo de vida.
Sinais de alerta:
- O rosto pode descair para um lado, a pessoa pode não conseguir sorrir ou a boca ou os olhos podem ter descaído;
- Não conseguir levantar ambos os braços e mantê-los assim devido à fraqueza ou dormência num dos braços;
- Dormência ou fraqueza repentina no rosto, braço ou perna, especialmente num dos lados do corpo;
- Confusão, dificuldade para falar ou dificuldade para entender a fala apesar de parecer estar acordada;
- Dificuldade repentina para focar com um ou ambos os olhos;
- Dificuldade em caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou falta de coordenação;
- Dor de cabeça intensa e repentina, sem causa conhecida.
Ação de inclusão: Voltar à escola após um AVC pode parecer uma perspetiva assustadora, mas é um marco na recuperação da criança.
Para tornar o retorno à escola do aluno mais tranquilo possível, deve-se entrar em contato com o diretor ou com o Coordenador de Necessidades Educacionais Especiais com bastante antecedência. Informar a escola sobre o AVC e como a criança foi afetado. Solicitar uma reunião com todos os profissionais envolvidos para discutir mais detalhadamente o apoio que o aluno necessitará na sala de aula e nos intervalos. Se o aluno já frequentar o 2º ciclo do ensino básico em diante, é importante certificar que todos os professores estejam cientes da situação.
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