A EDUCAÇÃO INFANTIL: BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE
Por: juclemen • 20/10/2015 • Projeto de pesquisa • 4.643 Palavras (19 Páginas) • 513 Visualizações
EDUCAÇÃO INFANTIL: BRINCANDO TAMBÉM SE APRENDE.
Érica Regina da Silva Nascimento [1]
RESUMO: O mundo imaginário é importante para a compreensão e inserção da criança no mundo que a cerca. Estas questões da temática do lúdico e sua relevância para a compreensão científica do desenvolvimento infantil são discutidas neste artigo, abordando a importância do faz-de-conta como atividade que promove a representação e o desenvolvimento da criança, refletindo sobre a brincadeira no contexto pedagógico vivenciado pelas crianças em instituições de educação e o papel do professor como instrumento no desenvolvimento e educação infantil. A criança se constrói como ser ao interagir com o outro e o mundo, sendo o brincar necessário ao seu crescimento e desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE: Lúdico, Brincar, Aprendizado.
SUMMARY: The imaginary world is important to the understanding and the child's place in the world that surrounds it. These playfulness thematic issues and their relevance to the scientific understanding of child development are discussed in this paper, addressing the importance of make -believe as an activity that promotes representation and child development, reflecting on the game in the pedagogical context experienced by children in educational institutions and the teacher's role as a tool in the development and early childhood education. The child as to be interacting with each other and the world, being the playing necessary for her growth and development.
KEYWORDS: Playful, Playing, Learning.
INTRODUÇÃO
No mundo infantil, a imaginação é ilimitada, onde cachorros e gatos convivem amigavelmente e o céu pode ser tanto rosa como verde, dependendo tão somente da imaginação. É brincando que a criança explora e compreende o mundo ao seu redor, pela curiosidade descobre coisas e situações novas, desse mundo real tão assustador e encantador ao mesmo tempo. Interagindo ludicamente com o mundo real, por meio de desenhos, pinturas, danças, cantos, rabiscos, brincadeiras, entre outros, a criança estabelece uma harmônica sintonia entre os seus dois mundos, onde então acontece o aprendizado, o desenvolvimento e o crescimento infantil.
Para a maioria dos grupos sociais, a brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento infantil. Historicamente, ela como lúdico sempre esteve presente na educação infantil, único nível de ensino que a escola deu passaporte livre, aberto à iniciativa, criatividade, inovação por parte dos seus protagonistas (Lucariello, 1995).
O lúdico tem se apresentado como uma temática de bastante destaque nos encontros, congressos e eventos na área educacional, assim como nos discursos educacionais, observando-se também um crescente número de publicações enfocando o tema. Exaltado por suas possibilidades e contribuições no desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor da criança, vem apresentando-se como uma temática de bastante interesse e aprofundamento em termos de pesquisa e aplicação, principalmente na área educacional.
O Lúdico na Educação Infantil tem por objetivo, oportunizar ao educador a compreensão do significado e da importância de atividades lúdica na educação infantil, procurando provocá-lo, para que se insira o brincar nos seus projetos educativos, tendo intencionalidade, objetivos e consciência clara de sua ação em relação ao desenvolvimento e aprendizagem infantil.
A escola e o educador atuam em parceria a fim de direcionar as atividades com o intuito de desmontar a brincadeira de uma idéia livre e focar em um aspecto pedagógico, de modo que estimulem a interação social entre as crianças e desenvolva habilidades intelectivas que respaldem o seu percurso na escola.
Quando a criança brinca, além de conjugar materiais heterogêneos ela faz construções sofisticadas da realidade e desenvolve seu potencial criativo, transforma a função dos objetos para atender seus desejos. Assim, um pedaço de madeira pode virar um cavalo; com areia, ela faz bolos, doces para sua festa de aniversário imaginária; e, ainda, cadeiras se transformam em trem, em que ela tem a função de conduto, imitando o adulto (Benjamin, 2002)
É partindo dessa premissa de que, o mundo imaginário é importante para a adequação, compreensão e inserção da criança no mundo que a cerca, vamos através deste artigo conceituar o lúdico, demonstrar sua importância no desenvolvimento infantil e dentro da educação como uma metodologia que possibilita mais vida e prazer ao processo de ensino e aprendizagem, visando estimular o desenvolvimento construtivo da criança.
DESENVOLVIMENTO
O lúdico é parte integrante do mundo infantil da vida de todo ser humano, os jogos e brinquedos fazem parte da infância das crianças, onde a realidade e o faz de conta intercalam-se. O olhar sobre o lúdico não deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo de ensino-aprendizagem na fase da infância.
A criança ao brincar e jogar se envolve tanto com a brincadeira, que coloca na ação seu sentimento e emoção. Pode-se dizer que a atividade lúdica funciona como um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, portanto a partir do brincar, desenvolve-se a facilidade para a aprendizagem, o desenvolvimento social, cultural e pessoal e contribui para uma vida saudável, física e mental. Ao brincar a criança também adquire a capacidade de simbolização, permitindo que ela possa vencer realidades angustiantes e domar medos instintivos.
A HISTÓRIA DO BRINCAR
De acordo com Wajskop (2007), a brincadeira, desde a antiguidade, era utilizada como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se rompeu o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do brincar, pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação ao trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério.
É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”, se estivesse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo, entretanto passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. Conforme Antunes (2005, p.33) “as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.
...