A EDUCAÇÃO ITINERANTE E EDUCAÇÃO CIRCENSE
Por: lysmarty • 8/4/2018 • Trabalho acadêmico • 2.724 Palavras (11 Páginas) • 300 Visualizações
EDUCAÇÃO ITINERANTE E EDUCAÇÃO CIRCENSE
A educação itinerante, surge a partir da constatação de um problema social que
segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2013), envolve a
educação das crianças e adolescentes que estão nessa situação, acarretando muita
vezes o afastamento das escolas, impedindo essas de garantir seus direitos à educação,
mas as diretrizes levantam algumas questões na tentativa de garantir e normatizar essa
modalidade da educação, que não tem leis específicas que possa regulamentá-la.
Quando se fala em educação itinerante, logo se pensa em na educação circense,
mas essa modalidade considera mais grupos. Segundo as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Básica (2013),
A modalidade de educação itinerante é considerada complicada, por conta da
criança e/ou adolescente pertencer a um grupo que fica pouco tempo em um lugar,
dificultando assim o processo de matrículas em escolas, mas segunda as diretrizes ainda
“Os estabelecimentos de ensino públicos ou privados de Educação Básica, por sua vez,
deverão assegurar a matrícula desse estudante sem a imposição de qualquer forma de
embaraço, pois se trata de direito fundamental.” (2013, p.400). Para que isso aconteça o
poder publico, tem que garantir vaga nas escolas próximas à moradia dessas, que
deverão aceitar os documentos que confirmam o pertencimento ao grupo itinerante. É
dever da família matricular as crianças e adolescente na escola. Cabe aos profissionais
da educação o dever de se apropriar das estratégias de ensino para esse grupo.
O termo “alunos itinerantes” se refere a pessoas com idade escolar que vivem em
famílias que mudam constantemente o local de moradia. Com isso, os circenses se
incluem nessa categoria de ensino. Porém, para maior compreensão dessa realidade, a
contextualização do circo é necessária (YAMAMURA, 2012). De acordo com Yamamura
(2012), o circo é uma expressão artística popular e uma organização empresarial, que
atualmente se caracteriza pela armação de lona, números cômicos, acrobacias e
entretenimentos itinerantes. No Brasil, os circos surgiram no início do século XIX, tendo
(...) são consideradas em situação de itinerância as
crianças e adolescentes pertencentes a diferentes
grupos sociais que, por motivos culturais, políticos,
econômicos, de saúde, dentre outros, se encontram
nessa condição. Podem ser considerados como vivendo
em situação de itinerância ciganos, indígenas, povos
nômades, trabalhadores itinerantes, acampados,
artistas, demais trabalhadores em circos, parques de
diversão e teatro mambembe que se autorreconheçam
como tal ou sejam assim declarados pelo seu
responsável legal. (p.397).
um modelo familiar (2007 apud YAMAMURA, 2012). Com o tempo, todavia, os circos
passaram a ter características empresariais, passando a ser dirigido por empresários.
Tendo em vista a urbanização e a difusão da televisão, os circos perderam seu espaço e
iniciaram organizações para reivindicar direitos, como a ABRACIRCO (Associação
Brasileira de Circo) e UBCI (União Brasileira dos Circos Itinerantes).
Segundo Yamamura (2012), o circo se enquadra na educação informal e na
educação formal. Tendo em vista que a educação informal se caracteriza pela
aprendizagem espontânea e do cotidiano, a transmissão oral de conhecimento, como
contar histórias, é uma característica da aprendizagem informal circense (YAMAMURA,
2012). Além disso, segundo Silva (2009 apud YAMAMURA, 2012), na educação informal
se ensina a armar e desarmar o circo, preparar números, entre outros, vivenciados no
cotidiano. A educação formal, por sua vez, desenvolve o aprendizado de maneira
institucional, pautada num currículo, como as escolas. A educação formal está associada
à alfabetização, estudo da história, ciências exatas e humanas, geografia, etc.
No Brasil, é estabelecida legalmente a obrigatoriedade do ensino, em que o acesso
ao ensino fundamental é um direito público:
A legislação do Brasil permite que os filhos de artistas de
circos itinerantes, bem como de outros profissionais que
atuem na companhia, sejam matriculados e frequentem
escolas públicas e particulares de uma cidade durante o
período em que permanecerem em temporada
(YAMAMURA, 2012, 24).
Ou seja, o acesso à escola, para os jovens que vivem em circos itinerantes,
acontece de forma diferenciada, pois estudam em escolas diferentes, por períodos curtos,
durante o ano (YAMAMURA, 2012). Todavia, segundo a autora, não há um levantamento
sobre
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