A EXCELÊNCIA DO BRINCAR
Por: Valusca • 20/11/2017 • Resenha • 3.967 Palavras (16 Páginas) • 3.082 Visualizações
A EXCELÊNCIA DO BRINCAR
A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA TRANSIÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS
Janet R. Moyles e colaboradores
Parte l
A cultura do brincar e a infância
1 - O brincar e os usos do brincar
2 - O brincar em diferentes culturas e em diferentes infâncias
3 - Experiências do brincar diferenciadas pelo sexo e pelas escolhas das crianças
4 - O brincar, o pátio de recreio e a cultura da infância
Parte ll
O brincar, a escolarização e as responsabilidades
5 - O brincar e o currículo oficial. De volta ao básico: uma visão alternativa
6 - “Brincar é bom!” Desenvolvendo o brincar em escolas e salas de aula
7 - “Por favor, Srta. Alexander; você pode ser o ladrão?”
O brincar imaginativo: um caso para a intervenção adulta
8 - Fazendo com que o brincar funcione na sala de aula
Parte lll
O brincar e o currículo dos primeiros anos
9 - O brincar, o letramento e o papel do professor
10 - Aprendizagem experiencial no brincar e na arte
11 - Lâmpadas, campainhas e baterias - o brincar e a ciência
12 - A matemática e o brincar
Parte lV
Examinando e avaliando o brincar
13 - Avaliando e melhorando a qualidade do brincar
14 - Observando o brincar na primeira infância
15 - O brincar, o universo e tudo!
A parte l monta o cenário, explorando o valor do brincar como um conceito multicultural, que tem suas raízes no mundo ocidentalizado. Conceitos do brincar e, portanto, valores associados a ele são intrinsecamente (intimamente) ligados à maneira pela qual é visto pelas sociedades. Peter Smith defende uma abordagem criteriosa ao exame de valores a serem associados ao brincar na cultura ocidental e à provisão curricular para as crianças pequenas.
1 - O BRINCAR E OS USOS DO BRINCAR
As idéias de Vygotsky e Bruner são valiosas para o educador que trabalha com educação infantil, ao indicar como os adultos podem, de modo muito efetivo, intensificar e apoiar o brincar e o desenvolvimento da criança. Seja qual for o valor dos currículos baseados no brincar livre, por um lado, ou das atividades estruturadas de exercício e repetição, por outro, também deve haver espaço para o adulto trabalhar com as crianças individualmente ou em pequenos grupos, estruturando o seu brincar ou suas atividades de uma maneira adequada em termos de desenvolvimento.
2 - O BRINCAR EM DIFERENTES CULTURAS E EM DIFERENTES INFÂNCIAS
Neste capítulo, levantei algumas das questões mais importantes referentes às atitudes em relação ao brincar em várias partes do mundo, em especial, examinei as atitudes parentais em relação ao brincar, assim como a questão mais fundamental do que se entende por brincar. No entanto, a partir das ilustrações dadas, podemos perceber que, embora o brincar como atividade da infância seja aceito em todas as sociedades, sua importância não é reconhecida na mesma extensão no mundo. Igualmente, o principio de que as crianças aprendem por meio do brincar e de que as atividades do brincar devem ser parte dos programas de educação infantil é aceito entre os educadores da maioria dos países, apesar de existirem diferenças no entendimento e na interpretação do conceito.
O brincar é, e deve ser direito de toda criança. Mas, conforme foi demonstrado em algumas sociedades, as crianças pequenas, particularmente as meninas, tem menos oportunidades de exercer esse direito do que as crianças do mundo industrializado. Na maioria das culturas, incluindo a nossa, a maioria dos pais tem dificuldade em aceitar que, durante o brincar, as crianças estão aprendendo muitas habilidades e conceitos. Para a maioria deles, o brincar é visto como algo que as crianças fazem para se manter ocupadas enquanto os adultos estão ocupados em outro lugar. Mesmo aqueles que compreendem o seu valor e passam consideráveis períodos de tempo brincando com os filhos, tem dificuldade em compreender que o brincar tem um lugar importante no currículo dos primeiros anos.
Especialistas em educação vêem o brincar, especialmente o imaginativo, como tendo um papel crucial no desenvolvimento de capacidades como solução de problemas, criatividade e flexibilidade nas crianças pequenas. Nós acreditamos que, por meio do brincar, podem praticar habilidades e vir a compreender o mundo que as cerca. As diferenças entre os profissionais se relacionam não ao fato de o brincar ser ou não uma maneira importante de desenvolver capacidades e habilidades nas crianças pequenas, mas se ele deve ser iniciado pela criança ou mais dirigido pelo professor.
3 - EXPERIÊNCIAS DO BRINCAR DIFERENCIADAS PELO SEXO E PELAS ESCOLHAS DAS CRIANÇAS
O canto da casinha proporciona insights interessantes sobre o brincar infantil e sobre a formação de idéias relativas aos comportamentos apropriados ao gênero e ao sexo. À primeira vista, parece que são reproduzidos muitos comportamentos estreitamente estereotipados, incluindo a decisão de muitos meninos de não brincarem lá de jeito nenhum! Também há evidências de que os professores e outros adultos podem, às vezes, limitar as oportunidades do brincar ao não questionar suas próprias suposições sobre diferenças sexuais. Isso pode ter um efeito sutil e prejudicial sobre a auto-imagem das crianças, de modo que alguns padrões de brincar são inibidos e podem, de fato, deixar de ocorrer.
É importante reconhecer que não é tão fácil assim levar as crianças a papeis previsíveis ou condicionados. Elas, em um sentido muito real, atuam uma ampla variedade de possibilidades e tentam compreender o seu mundo, incluindo o seu lugar dentro dele como menino ou menina. Ao ficarem mais conscientes das muitas facetas do brincar infantil em espaços como o canto da casinha, os educadores podem aprender muito sobre o pensamento, as motivações e os desejos das crianças.
Em relação ao gênero e ao brincar, o educador precisa refletir sobre a necessidade de:
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