A Escola Nova
Por: Frederico Testa • 6/5/2015 • Resenha • 737 Palavras (3 Páginas) • 1.510 Visualizações
Resenha
Frederico Dorvilho Testa
VIDAL,Diana Gonçalves. Escola Nova e Processo Educativo.
O capitulo escrito pela Doutora da USP, Diana Gonçalves Vidal, descreve o processo de transição da Escola Tradicional para uma nova perspectiva de escola – a Escola Nova. Essa escola renovada veio com a intenção de disseminar valores e normas sociais para o ensino infantil, tudo isso para atender aos apelos da nova sociedade moderna constituída a partir de preceitos do trabalho produtivo e eficiente. Nesse sentido, o trabalho individual prevalecia nos sistemas de produção industrial, assim, o aluno deveria ser submetido a situações em que a observação e experimentação pudessem elaborar seu próprio saber desde a educação infantil.
É com esse discurso de preservar a individualidade da criança que a autora aborda três conteúdos escolares: Escrita, leitura e ciências naturais.
Nessa parte do capitulo, Vidal traz a evolução do ensino da escrita, juntamente com a evolução da estrutura física da escola bem como a evolução da ardósia para os cadernos de caligrafia. Segundo a autora, é por volta dos anos 20 e 30 que surgi à discussão acerca da escrita mais adaptada à modernidade, marcando assim o abandono do discurso higiênico para o discurso da Psicopedagogia. Podemos notar a justificativa da necessidade de discutir sobre uma escrita mais evoluída no seguinte trecho:
“A velocidade acelerada das transformações sociais e a preocupação com a otimização das tarefas levaram os educadores renovados a considerar maneiras de racionalizar a técnica da escrita.”
Surgem então diversos livros, artigos e pesquisas vindas principalmente dos EUA e Europa sobre a caligrafia muscular. Vidal destaca a presença marcante da professora Orminda Marques cujos experimentos levaram à publicação do livro A escrita na escola primária além de vários cadernos de caligrafia adaptados às diferentes séries da escola elementar. É através dos estudos de Orminda que podemos notar segundo a autora que a sociedade moderna demandava uma escrita clara, legível, rápida além de ser eficiente na economia do tempo de leitura, ou seja, a escrita deveria ser legível para a comunicação ser mais eficaz. Além disso, os estudos de Orminda pretendia discernir qual escrita era mais adaptada à criança brasileira. Portanto, seus estudos apesar de serem embasados em pesquisas estrangeiras eram analisados para adequação ou não à nossa realidade educacional e social. Muitos testes de caligrafia muscular foram aplicados em alunos e professores, com o intuito de estabelecer a maior velocidade associada a uma ótima qualidade na escrita, é nessa ótica que podemos observar a tendência da Escola Nova, experimentar era a nova meta no universo escolar com o objetivo da aquisição do conhecimento.
Assim como a escrita a escolarização da leitura teve seu avanço a partir da necessidade social da época. Na primeira parte referente a leitura a autora fala sobre a leitura oral que por muito tempo vigorou na sociedade. Com o crescimento urbano dos anos 20, outros desafios surgiram para o leitor, agora era preciso obter técnicas para uma leitura mais ágil e individualizada que a oral, buscando atender aos apelos da nova sociedade moderna. Vidal nos parágrafos seguintes, nos mostra o quanto a leitura silenciosa trouxe benefícios para a educação, destacando a revalorização das bibliotecas e o aumento significativo da absorção de conhecimentos novos pelos alunos e professores.
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