A FILOSOFIA APLICADA A EDUCAÇÃO
Por: João Antônio R • 8/12/2016 • Artigo • 1.127 Palavras (5 Páginas) • 412 Visualizações
FILOSOFIA APLICADA A EDUCAÇÃO
João Antônio Ribeiro da Luz1
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sucinta sobre a filosofia aplicada a educação, focando suas concepções sobre “capacidade de pensar e agir”, “senso crítico”, as relações do sujeito com a comunidade/sociedade, a relação da filosofia com o processo ensino-aprendizagem, suas finalidades e sua influência na construção social do indivíduo.
Palavras-chave: Filosofia. Educação.
INTRODUÇÃO
O grande desafio que norteia a educação no século XXI é elucidar novos caminhos que permitam a desestagnação da prática pedagógica. A inércia dos indivíduos frente aos infindos desafios que a sociedade e sua tecnologia propõem diariamente instiga a necessidade de evolução da pedagogia. É imprescindível a recriação do homem.
A sociedade e sua constante evolução tecnológica exigem que a educação forme indivíduos preparados para esta realidade. A necessidade cognoscitiva dos cidadãos nos séculos passados eram bem distintas das atuais. Desta forma, novos conceitos e metodologias são desenvolvidos pela pedagogia moderna, de forma a desenvolver pensamentos, desvelar o conhecimento e preparar o homem para a sociedade e para o futuro.
CONCEITOS FILOSÓFICOS INICIAIS
Filosofia é a ferramenta utilizada pelo homem para metamorfosear a si mesmo e sua realidade. Por meio desta, é possível estudar os problemas substanciais concernentes à realidade existencial, aos valores éticos e morais, ao conhecimento, à educação e à verdade.
É tomando a filosofia como ferramenta, que é possível despertar o pensamento crítico do homem, facilitando a compreensão, construção e transformação das concepções que envolvem a vida em sociedade. Georges Politzer definiu a filosofia “como uma concepção geral do mundo da qual decorre uma forma de agir”.
A filosofia explica o que a realidade natural e o mundo dos homens não conseguem elucidar, isto é, aquilo que o senso comum já não sabe o que pensar, e as ciências não estão aptas a explicar.
Além de analisar, refletir e criticar, a filosofia procura indagar a realidade, com vistas a fundamentá-la e senti-la.
A filosofia não é, de modo algum, uma simples abstração independente da vida. Ela é, ao contrário, a própria manifestação da vida humana e a sua mais alta expressão. Por vezes, através de uma simples atividade prática, outras vezes no fundo de uma metafísica profunda e existencial, mas sempre dentro da atividade humana, física ou espiritual, há filosofia (...). A filosofia traduz o sentir, o pensar e o agir do homem. Evidentemente, ele não se alimenta da filosofia, mas, sem dúvida nenhuma, com a ajuda da filosofia. (LUCKESI, 1990, p.23)
Etimologicamente, a palavra filosofia é de origem grega, sendo philos = amigo e sophia= saber, conhecimento.
Filosofar é, portanto, encontrar a verdade, enfrentar a inércia dos poderes que estagnam o estado de conhecimento atual, promover a mudança, transformar através do saber.
A FILOSOFIA E A EDUCAÇÃO
A rapidez e eficácia do desenvolvimento tecnológico do século XXI, não são acompanhadas de maneira similar pela educação. A era da informação, das redes sociais, da internet, dos meios de comunicação informatizados, não é fundamentada em conhecimentos metodológicos.
Desta forma, o homem está inserido em um meio que reverencia a venda de informação, desconsiderando a qualidade desta, isto é, a informação, na grande maioria das situações, possui caráter consumista, que visa à alienação dos cidadãos, com vistas a abastecer o sistema capitalista que impera em nossa sociedade.
A filosofia aplicada à pedagogia, então, apresenta-se como a melhor ferramenta para propiciar ao ser humano a capacidade de discernir os valores e concepções que devem nortear uma vida sociável e saudável. As metodologias filósofo-pedagógicas contemporâneas devem estimular o ser humano, de modo que este se torne donos de seus pensamentos e não reféns das informações propagadas pelos meios. A filosofia possui os instrumentos necessários para compreender o mundo em que vivemos, tornando-nos capazes de pensar, agir e refletir com autonomia.
O ambiente escolar, portanto, deve procurar formar seres pensantes, críticos, revelando os mais diversos pensadores e teorias, de modo que seja propiciado aos discentes a chance de ver o mundo sob outra perspectiva, incentivando-os a questionar o óbvio e mudar o imutável.
Embora venha perdendo espaço para a era da informática, em que as informações são facilmente encontradas e geralmente vem prontas, a filosofia ainda é o ponto de partida da educação. Por meio desta, o cidadão forma seu senso crítico que será utilizado em toda sua vida. A pedagogia, a escola e a educação são as chaves para a produção desta mudança, permitindo aos indivíduos a saída da zona de conforto que a modernidade proporciona. Os problemas cotidianos devem ser confrontados, refletidos e solucionados. A busca por novos conhecimentos deve ser constante, sob qualquer circunstância, uma vez que os enigmas aparecem diariamente, e à medida que um é solucionado, surgem diversos outros.
Como ciência propedêutica, a filosofia deve, sobretudo, proporcionar a educação formal e o exercício do pensar; só conseguirá tal mediante o total afastamento do fantástico, por meio da determinidade dos conceitos e de um procedimento consequente e metódico; deve poder conservar esse exercício numa elevada medida como a matemática, porque, como esta, não tem um conteúdo sensível. Hegel (1970, p.424)
Considerando, então, que a educação visa estimular e desenvolver o pensamento, a filosofia é o mecanismo que determina a prática docente. Desta forma, a educação mostra-se ineficaz em muitas escolas do Brasil, uma vez que estamos rodeados por métodos obsoletos e deficitários. Os planos de educação visam à formação em massa, desrespeitando o caráter peculiar dos alunos que frequentam as escolas. A preparação para o exercício da cidadania, para a vivência em sociedade, fica comprometida. O caminho dos cidadãos é previamente arquitetado por pessoas treinadas para tal, alienando-os e manipulando-os conforme as regras ditadas pela sociedade.
Devemos, então, instruir o conhecimento tendo por base ideais filosóficos que desestimulem a alienação e permitam reflexão e construção do conhecimento de maneira autônoma, objetivando a tomada de decisão segundo critérios técnicos e subjetivos.
CONCLUSÃO
O presente estudo apresentou uma apreciação panorâmica acerca dos pontos concernentes à filosofia e sua aplicação na educação e construção social do indivíduo. Desta maneira, observamos a importância desta na educação, possibilitando a autossuficiência do homem na construção de seus pensamentos e ideais. Conclui-se então, que a Filosofia é um dos principais instrumentos que devem nortear a construção do conhecimento, uma vez que permite a reflexão da realidade e sua transformação, principalmente a possibilidade da emancipação do homem.
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