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A Gestão Democrática

Por:   •  22/7/2023  •  Resenha  •  2.040 Palavras (9 Páginas)  •  49 Visualizações

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CEI BEM QUERER BENTO FARIA:

Relatos e vivências, uma gestão acolhedora democrática e participativa.

Daniela Ap. dos Santos Eugênio

Alice Honória Canha Sousa

Lucilene Alves Vieira

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. (Paulo Freire)

O texto que aqui se apresenta, relata as experiências de uma gestão acolhedora, democrática e participativa vivenciada no ano de 2022 por gestoras do CEI Bem Querer Bento Faria localizada na Região Noroeste de Campinas. Temos uma trajetória longa nesta unidade a diretora Daniela iniciou em 2010, a vice-diretora Alice em 2018 e a orientadora pedagógica Lucilene em 2012.

A unidade educacional foi se transformando e criando uma história com a comunidade, muitas pessoas passaram principalmente em mudanças administrativas, por ser uma escola Cogerida, uma gestão do setor público para o privado em atendimento à Educação Infantil pública do Município de Campinas -SP, projeto federal que dispõe a criação de Programa de Atendimento Especial à Educação Infantil – PAEEI, regulamentada pelo Decreto nº 15.947 de 17 de agosto de 2007.

Acompanhando a trajetória da educação pública nos últimos 20 anos, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, as discussões ganham forças e estudos no aprofundamento das práticas pedagógicas na busca de uma Gestão Democrática nas unidades educacionais de ensino público.

Nesta perspectiva, promover a democratização da gestão escolar pública, faz a equipe gestora estabelecer novas relações com toda equipe educativa e colegiado, garantindo nas reuniões de TDC ( trabalho docente coletivo) ; HFAM ( hora de formação para agentes de educação infantil/ monitores) ; RPAI ( reunião pedagógica de Avaliação Institucional); Conselho de Escola ( CE) e Comissão Própria de Avaliação Institucional ( CPA) a participação efetiva e dialógica entre pares, a partir de reflexões, opiniões e estudos por meio de documentos sobre uma gestão acolhedora e participativa, permitindo a equipe educativa em um pensar nas práticas pedagógicas de escuta e relações entre a escola e a comunidade no contexto o qual o Centro de Educação Infantil (CEI) está inserido.

Considerando, PARO (1998) esse processo é a longo prazo:

Tendo em conta que a participação democrática não se dá espontaneamente, sendo antes um processo histórico em construção coletiva coloca-se a necessidade de se preverem mecanismos institucionais que não apenas viabilizem, mas também incentivem práticas participativas dentro da escola pública. (PARO, 1998, p.46).”

A unidade educacional vai ganhando espaços e ações democráticas ao longo da sua trajetória, por meio das (re)construções de todas as suas práticas pedagógicas, porém não podemos pensar que a gestão democrática e participativa vai resolver todos os desafios encontrados na unidade educacional e comunidade , mas já vai possibilitar um início de mudanças no comportamento dos sujeitos envolvidos , buscando tomar decisões e abrindo debates com todo o coletivo propondo ações e propostas .

Ao longo do tempo a equipe educativa, observa por meio de escutas e diálogos que a unidade educacional compõe um grupo por diferentes de pessoas , com trajetórias de vida e formação muito distintas, para que esta percepção e olhar sensível acontecesse, foi necessário o trabalho da equipe em conjunto com toda comunidade escolar, entender que a escola é um só corpo na busca de objetivos e propósitos comuns, utilizando de escutas como ferramenta importante para a construção das relações democráticas, participativa e acolhedora.

Um dos aspectos importante para todos da equipe educativa foi entender a necessidade da criança como foco nas tomadas de decisões , acolher e respeitar a opinião de todos, a criança precisa ser ouvida , pois ela também tem seus interesses e não é somente na fala a criança demonstra esse interesse em suas relações que estabelecem no meio , com o ambiente e com os espaço.

Esse acolhimento necessitou ser entendido por todos desde a portaria até a equipe gestora, foi um processo longo de muita discussão e formação continuada.

Entender quem são “os todos que cabem no seu todo?” no cotidiano do CEI Bem Querer Bento Faria, nos faz refletir em uma educação para todos , uma educação de qualidade numa perspectiva inclusiva, participativa construída por muitas mãos, assegurando a autonomia e o protagonismos das crianças, professores, funcionários e famílias nas decisões que impactam a escola.

A participação das famílias no CEI Bento Faria faz parte do cotidiano da escola, o diálogo e a escuta é diária respeitando as singularidades de cada indivíduo. No segundo semestre convidamos as famílias das crianças público alvo da educação especial para um café com prosa, foi um momento rico de escuta, partilha e acolhimento, reservamos uma sala e a deixamos toda especial, foi uma roda de conversa incrível um bate-papo com a Equipe Gestora e com a professora de Educação Especial as famílias se sentiram acolhidas na unidade e ao compartilhar suas histórias, angustias, vivências, experiências e desafios viram que não estavam sozinhos e que todos compartilhavam dos mesmos desafios e barreiras. Apresentamos algumas das falas marcantes das famílias presentes:

Relatos: O Pai Rodrigo da criança Monique do AGIII – emocionou-se ao partilhar das suas angustias e do acolhimento. Ele disse que em vários lugares que chegava sentia desprezo e olhar com diferença, sentia que a filha ia dar trabalho por ser deficiente, e aquele momento de bate papo ele sentiu acolhido e respeitado e finalizou na sua simplicidade: [ “ Olha que lindo isso, uma linda mesa de café fizeram para nós ! nunca na minha vida tive essa oportunidade de participar deste momento eu pensava que era somente para pessoas importante”].

A equipe gestora olhou para aquelas famílias e disse: [“vocês são importantes para a escola e para toda comunidade. Estamos aqui para ouvir todos dialogar e entender as necessidades de cada família”]

A mãe do Heitor Letícia compartilha sua fala também: [“Esse momento é importante para nós Pais, esse diálogo e, tratar todos de forma igual, sem diferenciação, sem o preconceito, foi a partir deste olhar que eu ajudei muito meu filho que tem Transtornos do espectro autista. Quando a gente dá a oportunidade

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