A História da Educação Especial no Brasil e no Mundo
Por: Wagner Gloria • 15/6/2020 • Resenha • 1.170 Palavras (5 Páginas) • 238 Visualizações
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
ALUNO: WAGNER TEIXEIRA GLÓRIA
RA: 8058919
CURSO: GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: Fundamentos da Educação Inclusiva
TUTOR: Ana Maria Tassinari
CAMPINAS – 2020
História da Educação Especial no Brasil e no mundo |
A Fase da Negligência /Exclusão
A fase da negligência ou também conhecida como a fase da exclusão, remonta a idade antiga onde era comum na sociedade a eliminação da criança com alguma deficiência.
Sabe-se que as sociedades greco-romanas eram fundamentadas na valorização da estética, que remonta a uma ideia de perfeição, e logo o deficiente está fora desse ideal. Crianças que estavam fora do padrão eram deixadas para serem mortas por animais, e ou era praticado o infanticídio.
Temos na idade média a influência da visão teocêntrica, onde se via a deficiência como algo sobrenatural. Eram vistos como pessoas possuídas por demônios, sendo assim passiveis de serem maltratadas e marginalizadas pela sociedade. No filme Corcunda de Notre Dame, se passa dentro desse contexto histórico, onde por causa de sua aparência fora do padrão, o personagem Quasimodo era julgado pela sociedade, por suas deformações no rosto e corpo – uma boa representação daquele período.
Percebe-se que a resistência social às pessoas deficientes vem de longa data.
A Fase da Institucionalização
Com o avanço da medicina a deficiência passa ser associada a doença, vista por alguns como algo contagioso, logo essas pessoas precisavam ficar distantes da sociedade, isoladas, segregadas em instituições com o objetivo de excluir do convívio social.
No Brasil, até o ano de 1800 prevaleceram as fases da negligência e institucionalização, marcadas pelo abandono e o descaso com a educação especial. A partir do século XIX a sociedade ciêntifica passa a interessar-se pelo tema, superando a visão da deficiência como algo sobrenatural ou uma doença.
A Fase da criação de serviços educacionais ou fase da integração
A partir do século XIX a sociedade passa a tomar consciência da necessidade de prestar apoio as pessoas com deficiência. Iniciativas tanto particulares como oficiais passaram a fundar escolas e institutos que existem até os dias de hoje e muitas são consideradas referencias nacionais. Temos a mais conhecida APAE que apesar do caráter segregacionista e assistencialista, contribuí muito para o atendimento colaborando com a inclusão das pessoas com necessidades especiais no ensino regular.
A Fase Atual
O movimento de educação inclusiva começou a se fortalecer, no Brasil, a partir da década de 1990. Pouco a pouco os serviços prestados as pessoas com deficiência aumentam e também a sociedade de um modo geral passa a olhar de forma diferente. A inclusão não é algo natural, precisa ser construída através de políticas públicas para se garantir os direitos e deveres, mas também é algo que deve ser ensinado, pois todas as pessoas são iguais.
Alguns documentos são considerados importantes para a Educação Especial: 1) Constituição Federal de 1988. 2) Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n. 8.069/90. 3) Declaração Mundial sobre a Educação para Todos (1990). 4) Declaração de Salamanca, elaborada a partir da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais - acesso e qualidade, promovida pela UNESCO e realizada em Salamanca, na Espanha, de 7 a 10 de junho de 1994.
A Educação Especial no contexto brasileiro
Art. 205. A Educação, direito de todos e dever do Estado e colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p.89).
A educação especial no Brasil, não é um capitulo a parte de nossa constituição, conforme o Art. 205. “ A Educação é um direito de todos e dever do Estado”
Porém na História do Brasil, sabemos que os deficientes não tinham nenhum tipo de atenção e ou atendimento do poder público, viviam deixados de lado na sociedade, viviam marginalizadas. Nesse cenário a filantropia se organiza, antes do próprio estado, e foram fundados institutos e escolas em sua maioria no Rio de Janeiro e São Paulo com vistas a atender essas pessoas.
No quadro abaixo tem-se uma ideia das iniciativas oficiais e particulares no atendimento as pessoas com necessidades educacionais especiais.
Ano | Fatos Significativos ( CRC pag.59) |
1854 | Início do atendimento escolar especial no Brasil, com a fundação no Rio de Janeiro, do Imperial Instituto dos Meninos Cegos. |
1857 | D. Pedro II funda, também, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. |
1874 | Início da assistência aos deficientes mentais no Hospital Estadual de Salvador, hoje denominado Hospital Juliano Moreira. |
1890 | O Imperial Instituto dos Meninos Cegos passa a chamar-se Instituto Nacional dos Cegos. |
1891 | O Instituto Nacional dos Cegos passa a chamar-se Instituto Benjamin Constant. |
1900 | Apresentação da monografia intitulada Da Educação e Tratamento Médico-Pedagógico dos Idiotas durante o 4º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, no Rio de Janeiro. |
1905 | Criação, no Rio de Janeiro, da Escola Rodrigues Aves, estadual regular para deficientes físicos e visuais. |
1909 | Fundação, no município de Joinville, do Colégio dos Santos Anjos, de ensino regular e particular com atendimento a deficientes mentais. |
1915 | Publicação de três importantes trabalhos sobre a educação de deficientes mentais: A Educação da Infância Anormal da Inteligência no Brasil, Tratamento e Educação das Crianças Anormais da Inteligência, e A Educação da Infância Anormal e das Crianças Mentalmente atrasadas na América Latina. |
1925 | Criada, em Minas Gerais, na capital Belo Horizonte, a Escola Estadual São Rafael, especializada em ensino de cegos. |
1926 | Criado o Instituto Pestalozzi na cidade de Porto Alegre, sendo transferido para Canoas no ano seguinte, como internato especializado no atendimento de deficientes mentais. |
1927 | Fundação, na cidade de São Paulo, do Instituto de Cegos Padre Chico, escola residencial que atende crianças com deficiência visual em idade escolar. |
1929 | Fundação, na cidade de Campinas, do Instituto Santa Terezinha; sendo em 1933 transferido para a cidade de São Paulo. Atende alunos com deficiência auditiva. Até o ano de 1970, funcionou em regime de internato para meninas com deficiência auditiva. |
1931 | Registro do início do atendimento especializado, com propósitos educacionais, a deficientes físicos, em São Paulo na Santa Casa de Misericórdia. |
1932 | Fundação da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, graças ao trabalho da Professora Helena Antipoff . |
1935 | Criado, em Belo Horizonte, o Instituto Pestalozzi. |
1936 | Criada a Fundação Dona Paulina de Souza Queiroz, particular especializada em deficientes mentais. |
1943 | Criada a Instituição especializada particular Lar-Escola São Francisco para atender deficientes físicos, particular, sediado na cidade de São Paulo. |
1944 | Criado, na cidade de Taubaté-SP, o Instituto São Rafael, particular e especializado no atendimento de deficientes visuais. |
1948 | Fundação no Rio de Janeiro da Sociedade Pestalozzi do Brasil, também, por iniciativa da Professora Helena Antipoff . Criado, na cidade de São Paulo, o Instituto Estadual de Educação Padre Anchieta, com atendimento a pessoas com deficiência auditiva. |
1950 | Fundada, em São Paulo, a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD). Instituição particular especializada no atendimento e deficientes físicos, de modo especial aos portadores de paralisia cerebral e pacientes com problemas ortopédicos. |
1952 | Fundada, em São Paulo, a Sociedade Pestalozzi de São Paulo. |
1954 | Fundada, na cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Educacional São Paulo, particular e especializada no ensino de crianças deficientes auditivas. |
1954 | O Imperial Instituto dos Surdos-Mudos passa a denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). |
1957 | Fundado, na cidade de São Paulo, a primeira Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE). |
1961 | Fundada, na cidade de São Paulo, a Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE). |
...