A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo compreender e apontar a importância da participação da família no processo de aprendizagem do indivíduo. Busca também, através de pesquisa bibliográfica e entrevistas realizadas, apresentar medidas de aproximação que possam ser adotadas pelas instituições de ensino e pelas próprias famílias dos estudantes, a fim de que, juntas, possam desenvolver um trabalho mais eficiente e satisfatório, propiciando ao aluno uma educação realmente justa, ampla e eficaz.

Apesar de serem encontrados inúmeros estudos e artigos a respeito, é imprescindível pensar e pesquisar cada vez mais o assunto, buscando reflexões e caminhos que possam auxiliar e estimular tais instituições a desempenharem um trabalho de colaboração, de forma que, tanto a família quanto a escola, compreendam que apenas através da união e do trabalho em conjunto será possível oferecer uma educação satisfatória de forma efetiva.

Palavras chaves: Participação; Família; Escola; Aprendizado; Educação.

INTRODUÇÃO

Seja para as instituições de ensino, que têm como principal função transmitir a educação formal, ou para as famílias, que necessitam semear conhecimentos diversos em relação ao mundo e vida em sociedade, o ato de educar nunca foi, e está longe de ser uma tarefa simples.

No que diz respeito à educação, o Art. 205 da Constituição Federal de 1988 esclarece: “(...) direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 2003, p. 122), o que explicita o entendimento geral sobre a importância da participação da família e comunidade no processo educacional.

Fundamentando-se em diversos estudos e pesquisas acerca do tema, é simples inferir que o bom desempenho escolar do educando está diretamente relacionado à participação dos pais no cotidiano educacional do aluno, já que a família serve como base para o desenvolvimento do indivíduo como um todo.

Entretanto, esta relação com a escola vem, ainda hoje, passando por diversos conflitos no que diz respeito ao papel que cada uma deve desempenhar no engrandecimento educacional e social da criança.

De um lado, as famílias costumam atribuir o fracasso escolar exclusivamente às instituições de ensino, onde a educação deve desenvolver-se de forma plena em seu caráter formativo. Por outro prisma, professores e gestores queixam-se pelo fato de pais e responsáveis delegarem ao ambiente escolar a função de ensinar princípios e valores, dentre outras coisas que deveriam ser cultivadas em casa.

Diante disso, este trabalho busca analisar a importância da parceria escola/família no processo de desenvolvimento escolar e social do estudante, identificando qual a responsabilidade de cada uma destas instituições e, por fim, perscrutar estratégias para que esta aproximação aconteça de fato, apontando medidas que possibilitem uma maior interação entre pais e professores, de forma que cada um possa reconhecer sua real função e importância para o sucesso educacional de jovens e crianças.

Além do mais, é necessário buscar a conscientização não apenas da família e da escola, mas da sociedade de um modo geral, visto que, para que a educação seja realmente satisfatória é fundamental que haja uma mudança de atitude por parte de todos.

METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em livros e artigos de autores como Freire (1991), Paro (2000), Parolin (2007), Tiba (1996), Vygotsky (1989), entre outros, visando apontar e conscientizar sobre a importância da participação da família no ambiente escolar e no processo educativo das crianças e jovens, e explorando ideias e meios para que os pais estejam presentes de forma mais efetiva na educação dos filhos.

Apresentar fo

LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL DA PESQUISA

A formação dos filhos começa em casa. Tal aforismo evidencia que, antes de qualquer aprendizado que a criança possa adquirir ao longo da vida, é na família que esta encontra os primeiros modelos a serem seguidos, e é também no ambiente familiar que os pequenos começam a desenvolver seus valores, caráter, noções de respeito ao próximo e às diferenças, costumes. Vygotsky (1989) corrobora quando diz que

O aprendizado das crianças começa muito antes delas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e determinação de tamanho. Consequentemente, as crianças têm a sua própria aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes podem ignorar. (VYGOTSKY, 1989, p. 94-95)

Nos primeiros anos de vida, o cérebro dos pequenos possui grande plasticidade, o que possibilita uma maior facilidade na aprendizagem e absorção de informações diversas, tornando essa fase inicial fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças. Em conformidade com Dessen e Polonia (2007), “a instituição família se encontra presente em todas as sociedades, e é neste ambiente que a criança tem o seu primeiro contato social, funcionando como intercessor dos padrões, modelos e influências culturais presentes na sociedade na qual esse indivíduo está inserido”. Ainda concluem que:

Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. (DESSEN E POLONIA, 2007,