A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTÓRIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÂO INFANTIL
Por: Zezecris • 5/10/2019 • Trabalho acadêmico • 3.553 Palavras (15 Páginas) • 201 Visualizações
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FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTÓRIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÂO INFANTIL
MARIA JOSÉ CRHISTOVÃO DA SILVA [1]
RESUMO
O trabalho visa questionar sobre a importância da contação de histórias e sua importância na prática pedagógica, na Educação Infantil, para despertar na criança o hábito da leitura e da escrita, desde os primórdios da sua educação formal, colocando assim em pauta o trabalho do professor em sala de aula e as estratégias de leituras utilizadas. A importância do uso da contação de histórias para o desenvolvimento da oralidade infantil, que se dá por meio das experiências e interação com o mundo e com as trocas de informação e conhecimentos acumulados em diferentes situações comunicativas.
Palavras-chave: Contação de Histórias, Oralidade, Leitura e Prática Pedagógica
INTRODUÇÃO
Há quanto tempo se tem dito sobre a Educação para transformar o mundo, mas sabe-se que é preciso que a Educação primeiro transforme o sujeito e que esse sujeito transforme, posteriormente o mundo em que vive, ou seja, a sociedade, por meio da criticidade, responsabilidade e sua atuação dentro dela, por meio da interação e trocas sociais que se dão por meio da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual.
É por meio da escrita e da leitura que a criança deverá descobrir os diferentes gêneros existentes e a função social que cada qual se destina. E como criar na criança desde os primeiros anos de vida, antes mesmo da leitura propriamente dita, o hábito e o prazer de ler?
O uso da ludicidade é a primeira forma de conhecimento, pela qual a criança entra em contato com o mundo. De acordo com os seis pilares educacionais de Montessori[2], a Educação Cósmica permite inúmeras formas de despertar o interesse da criança pelo mundo, e estruturar a parte da educação que tem a ver com a transmissão do conhecimento pela via das perguntas e das histórias é um dos papéis do educador montessoriano, que deve ser profundamente encantado pelo universo, para manter desperto o desejo da criança de saber sempre mais.
Com base na Educação Cósmica de Montessori,“a transmissão do conhecimento pela via das perguntas e das histórias é um dos papéis do educador ”, seja esse montessoriano ou não, manter desperto o desejo da criança de saber sempre mais por meio de um universo que lhe pertence que é a contação de histórias, daquilo que lhe causa encantamento é o papel que compete ao educador da educação infantil.
A contação de histórias, portanto, tem um papel fundamental na prática pedagógica, pois podem ser ouvidas e recontadas por elas, e permitindo assim a socialização com outras crianças a partir da oralidade. Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (RCNEI, 1998, p.24):
É na interação social que as crianças são inseridas nas linguagens, parrtilhando significados e sendo significadas pelo outro. Cada língua carrega, em sua estrutura, um jeito próprio de ver e compreender o mundo, o qual se relaciona a características e grupos sociais singulares. Ao aprender a língua materna, a criança toma contato com esses conteúdos e concepções, construindo um sentido de pertinência social.
Será apresentado, portanto, neste artigo o aprofundamento de algumas questões pertinentes ao tema, assim bem como, o desenvolvimento da oralidade na criança, a contação de histórias e sua influência na educação da criança e as considerações finais.
- O desenvolvimento da oralidade na criança
A oralidade faz parte do desenvolvimento humano, a partir da linguagem que o indivíduo começa sua interação com o mundo, e a descobrir a sua função social, que é a socialização que acontece por meio da transmissão dos conhecimentos e experiências acumulados ao longo de sua vivência.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil, “em algumas práticas, se considera o aprendizado da linguagem oral, como um processo natural, que ocorre em função da maturação biológica prescinde-se nesse caso de ações educativas planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.” (BRASIL, 1998, p.119).
O bebê exercita sua oralidade, primeiro por meio do balbucio, depois vai aos poucos aperfeiçoando sua oralidade no contato com o outro, primeiro com a mãe, e seu vocabulário vai enriquecendo no processo de imitação da fala e do seu conhecimento de mundo “incorporam as vocalizações rítmicas, revelando o papel comunicativo, expressivo e social que a fala desempenha desde cedo” (BRASIL, 1998, p. 125). A comunicação também acontece através de gestos, sinais e linguagem corporal, apoiando a linguagem oral do bebê.
E ao longo de sua existência em contato com as diversas situações comunicativas e expressivas a que vai se expondo devido a necessidade de interação com o mundo ao seu redor, essa prática resulta no desenvolvimento das capacidades linguísticas das crianças, e o papel da educação infantil é ampliar, integrar e ser continente da fala das crianças em contextos comunicativos para que ela se torne competente como falante. (BRASIL, 1998, p. 134).
Esse “ampliar, integrar e ser continente da fala da criança em contextos comunicativos”, é pertinente, portanto, a prática do uso de contação de histórias na educação infantil, por meio de estratégias diversificadas e criativas, pois de acordo com o Referencial Curricular para a Educação Infantil:
[...] quanto mais às crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa (BRASIL, 1998, p.121).
A escola de educação infantil consiste num ambiente no qual, pressupõe-se que as crianças interagem socialmente e recebem as influências socioculturais que atuam significativamente para o desenvolvimento da aprendizagem. E o uso da linguagem em diferentes contextos comunicativos favorece a interação social. Cabe, portanto, ao professor de educação infantil ter o livro como aliado, pois ao criar o hábito de contar histórias, proporciona o despertar da curiosidade nas crianças para que levantem suposições a respeito do que lhe é contado, dando asas a imaginação. Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil:
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