A INCLUSÃO DE PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO
Por: Mateus Oliveira Santos • 23/11/2021 • Projeto de pesquisa • 5.425 Palavras (22 Páginas) • 143 Visualizações
Os benefícios da implantação das noções de primeiros socorros para a diminuição de acidentes na educação básica.
Kerollen Lorrayne Mendes Oliveira
Marta Teixeira do Amaral Montes
RESUMO: Tendo em vista a importância que trabalhar o tema Primeiros Socorros na educação básica aborda, foi desenvolvido o presente trabalho levantando, através de referências bibliográficas e pesquisa de campo, pontos relevantes para que a implantação deste ensino possa ser aplicada na educação básica como forma de prevenir acidentes e consequentemente diminuir o número de óbitos causados por eles na infância, tendo como objetivo apontar os principais benefícios da implantação do ensino de noções de primeiros socorros na educação básica, ensinando a preservar e valorizar a própria vida e também a do próximo. O trabalho metodologicamente foi realizado de forma quali-quantitativa com pesquisa de campo através de formulários enviados via WhatsApp.
INTRODUÇÃO
Primeiros socorros é um conhecimento básico que se faz extremamente necessário na vida de cada ser humano, inúmeros acidentes poderiam ser amenizados e até mesmo evitados se naquele momento e lugar houvesse alguém com conhecimento dos procedimentos básicos de salvamento.
Discutir a implantação do ensino básico de primeiros socorros nas escolas justifica-se pela importância de se ter este conhecimento não somente no âmbito escolar, mas também familiar e social. Para isso é necessário discutir e apontar a sua relevância social, apresentando alternativas para sua implantação na educação. A seguinte problematização conduziu este projeto, quais os principais benefícios da implantação do ensino de noções de primeiros socorros na educação básica? Esta pesquisa foi elaborada para enfatizar sobre a necessidade do conhecimento de noções de primeiros socorros para prevenção de acidentes e salvamento no contexto escolar e social. O objetivo deste trabalho é indicar como o ensino de primeiros socorros pode trazer benefícios para os alunos da educação básica. Tal conhecimento estende-se para a vida social dentro e fora da escola, enfatizando sua implantação na educação como uma forma de trabalhar a inclusão, o respeito a vida, trabalho em grupo e a solidariedade com o próximo.
Metodologicamente, é uma pesquisa que busca explicar o tema de forma quali-quantitativa e exploratória, através de embasamento bibliográfico e também realizando pesquisa de campo com professores que atuam em escolas de ensino básico dos municípios de Goianira-GO e Goiânia-GO, utilizando como material de pesquisa questionários apresentados a estes profissionais. O questionário será aplicado por via virtual devido a covid-19, elaborada no aplicativo Formulário Google e enviada para os professores por via WhatsApp, com questões sobre suas experiências escolares, conhecimentos e riscos de acidentes dentro da escola, as respostas serão analisadas e apresentadas neste artigo.
Antes de apresentar os referenciais teóricos que trará contribuições importantes para este trabalho, vale ressaltar que o ensino de primeiros socorros trás relevância social, trabalha a empatia e a transdisciplinaridade entre saúde e educação. Segundo Barbosa (2021) crianças a partir de 8 anos devem aprender a reconhecer problemas e participar de forma ativa para sua solução, o autor trará como contribuição uma metodologia leve, adaptada para o ensino infantil sobre primeiros socorros. Karren et al. (2013) contribuíra com os conceitos que podem definir os Primeiros Socorros. A Lei Lucas (2018) fortifica a necessidade da implantação dos primeiros socorros na educação. Figueiredo et al. (2010) trazem colaborações através de relatos históricos acerca da inclusão da temática saúde na educação.
As colocações de Conti e Zanatta (2014) acerca dos fatores que influenciam nos acidentes escolares irão corroborar para construção de possíveis soluções como forma de prevenção de acidentes. Para sustentação legal das afirmações deste presente trabalho será referenciado o art. 135 – Decreto Lei 2848/40 que dispõe sobre a obrigatoriedade de prestar socorro em caso de necessidade e também o art.196 da Constituição da República Federativa do Brasil (1988) que esclarece o papel do Estado mediante o direito a vida.
- Apresentação do artigo, legislação e causas de acidentes na infância.
O presente trabalho partiu da necessidade de enfatizar os benefícios que o ensino básico de primeiros socorros (PS) e prevenção de acidentes podem trazer para alunos da rede de educação básica. Os PS é um conhecimento que vai além do ato de realizar tarefas especificas e padronizadas, pois contribui para uma formação educacional interdisciplinar e humanitária que trabalha a autonomia do educando, estendendo-se para colaborações de caráter social e na formação do sujeito como cidadão.
Para que o tema de saúde fosse abordado e incluído na educação houveram processos na evolução histórica até que se chegasse aos programas de saúde na escola. Acerca da história da saúde na educação no Brasil, Figueiredo et al. (2010) afirmam que ao final da década de oitenta, houve avanços no que se refere a saúde escolar. Neste período surgiu a Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde (IREPS), a partir da carta de Ottawa e tem por objetivo “[...] capacitar os indivíduos para exercerem um maior controle sobre sua saúde e sobre os fatores que podem afetá-la, reduzindo os fatores que podem resultar em risco e favorecendo os que são protetores e saudáveis” (FIGUEIREDO et al., 2010, p.3).
Ainda sobre a história da saúde na educação, de acordo com os parâmetros Curriculares Nacionais (1998), somente em 1971 entrou em vigor a lei nº 5.692 que dispõe da saúde no currículo escolar. Os Parâmetros Curriculares Nacionais ainda afirmam que a temática saúde na escola deve ser trabalhada de forma contínua, através de atividades diárias, sendo inválida sua consideração e abordagem como disciplina curricular.
Com base em dados coletados no sistema de mortalidade (DATASUS), no ano de 2019, a taxa de mortalidade foi computada em 3.166 (5 a 9 anos) sendo 2.272 ocorridos em hospitais, 134 em outros estabelecimentos de saúde, 368 em domicílio, 197 em vias públicas, 190 em outros locais e 5 óbitos com local ignorado. Foram calculados também 4.224 (10 a 14 anos), sendo 2.551 ocorridos em hospitais, 184 em outros estabelecimentos de saúde, 573 em domicílio, 450 em vias públicas, 460 em outros locais e 6 óbitos com local ignorado. Somando os anos de 2015 a 2019 foram um total de 16.057 óbitos (5 a 9 anos) e 22.966 (10 a 14 anos). Enquanto o Sistema de informações sobre mortalidade (SIM) calculou entre 2017-2021 98.803 mil mortes com causa evitáveis na infância.
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