A Importância Dos Jogos E Brincadeiras No Processo De Alfabetização Nas Séries Iniciais

a importância dos jogos e brincadeiras no processo de alfabetização nas sÉries iniciais

Marinelva Almeida Moreira^[1]

RESUMO: Esse artigo faz um breve relato sobre a importância da inserção dos jogos e brincadeiras no processo ensino aprendizagem na infância. Uma vez que brincando a criança consegue desenvolver e/ou aprimorar várias habilidades. De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, muitos autores afirmam que a brincadeira realizada é essencial durante a educação formal da criança, pois através desse procedimento a criança representa, cria, compara e transforma a realidade.  Logo, esta pesquisa tem como objetivo apresentar a importância da utilização da atividade lúdica como recurso pedagógico no processo de alfabetização visando o desenvolvimento integral da criança.

Palavras-chave: Jogo, Brincadeira, alfabetização, aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

         A alfabetização é uma etapa necessária para o início do processo de desenvolvimento escolar, oportunizando ao indivíduo a refletir criticamente sobre suas condições de vida, enquanto cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, condição indispensáveis para o desenvolvimento do ser humano.

        No processo de alfabetização com jogos e brincadeiras é possível alcançar inúmeras ações que possibilitam uma aprendizagem eficaz, sendo extremamente interessante como instrumento pedagógico, pois incentiva a interação e desperta o interesse pelo tema estudado, além de fomentar o prazer e a curiosidade.

        A escola precisa oportunizar experiências inesquecíveis vivenciadas em um espaço democrático onde a criança é vista como um ser único, carregado de emoções e energia que precisam ser extravasadas, socializadas, experimentadas para que se torne realmente significativas tanto para ela quanto para o mediador da ação, o educador.

        Os jogos e as brincadeiras auxiliam de forma integral na educação do indivíduo, pois podem dar conta de uma manifestação sócio histórica do movimento humano, oportunizando as crianças a investigar, problematizar as práticas, provenientes das mais diversas manifestações culturais e presentes no seu cotidiano, problematizando-as para melhor compreensão.

1. JOGOS E BRINCADEIRAS

Nesse artigo o assunto discorrerá sobre importância e as contribuições do jogo e da brincadeira no processo de ensino aprendizagem, através de pesquisa bibliográfica.

            Os jogos e brincadeiras tem sido tema de vários pensadores e pesquisadores. Sendo consenso entre eles que os jogos e as brincadeiras constituem-se parte importante no desenvolvimento infantil. Portanto de que forma os jogos e as brincadeiras podem contribuir no processo ensino aprendizagem do aluno das series iniciais? Será que as crianças não apreciam mais os jogos e as brincadeiras depois que passam para as series iniciais do ensino fundamental?

         Como caracteriza Moyles (2002, p.37), muitos educadores concluíram que a aprendizagem mais valiosa vem por meio do brincar, DES, (1967); Lee (1977), e outros, afirmaram isso em declarações como as seguintes:

  O brincar é a principal atividade da criança na vida; através do brincar ela aprende as habilidades para sobreviver e descobre algum padrão no mundo confuso em que nasceu. (LEE, 1977 apud MOYLES, 2002, P.37).

O brincar é o principal meio de aprendizagem da criança... A criança gradualmente desenvolve conceitos causais, o poder de discriminar, fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular. (DES,1967 apud MOYLES, 2002, 37).

           Segundo a autora as brincadeiras exercem uma importância significativa na formação do ser humano e que precisamos estar atentos para o fato de que tanto os educadores quanto as crianças são vulneráveis as circunstância, emocionais e sociais que decorre do brincar.

          Na opinião da autora, a escola deve propiciar a criança oportunidades de descobrir o mundo a sua volta de modo apropriado, ou seja, por meio do brincar.           Nesse sentido afirma que:

A escola tem uma responsabilidade cada vez maior de garantir que as crianças não sejam privadas das oportunidades de descobrir a respeito de si mesmas e de seu mundo e que tenha o direito de aprender de uma maneira que seja apropriada para elas – por meio do brincar. (MOYLES, 2006, p. 131).

  Para tanto, é preciso que o educador observe as necessidades dos educandos e aproxime o jogo às suas necessidades pedagógicas, tal situação possibilita que o professor reencontre novos caminhos para alcançar os objetivos propostos. Pois o ser humano tem capacidade de aproveitar tudo que aprender antes mesmo do seu nascimento e se desenvolve por toda a vida. Esse processo de aprendizagem precisa levar em conta os fatores e as possíveis interações estabelecidas entre os sujeitos.

Segundo Vygotsky (1984), é por meio do brincar que a criança vê e constrói o seu mundo, bem como expressa aquilo que tem dificuldade de colocar em palavras reproduzindo situações da vida, do cotidiano. Favorece a interação, a construção da identidade e da alteridade, contribui para a apropriação de modelos para o aumento da autoestima, para a construção da subjetividade, para a compreensão e conhecimento do mundo das pessoas, dos sentimentos, etc.

           De acordo com Macedo (2011, p. 6)

A aprendizagem envolve hábitos, aspectos da vida afetiva, assimilação de valores culturais, funcionais e procede de toda estimulação ambiental recebida pelo indivíduo no decorrer da vida e, também, ao sofrer interferências intelectuais, psicomotoras, físicos e sociais.

           E Para que a aprendizagem seja significativa, é necessário que o indivíduo perceba a relação entre o que está aprendendo e o seu cotidiano. Isso envolve seu raciocínio, análise, imaginação, relacionamento entre ideias e acontecimentos.

           Os jogos e as brincadeiras para as crianças são muito mais do que o simples brincar. É uma ocasião de internalizar e elaborar sentimentos e emoções, desenvolver o senso de justiça e moral como diz Piaget (1971). Não são fórmulas mágicas, que solucionam todos os problemas da criança, mas ajuda no seu desenvolvimento como ser total, facilitando a descoberta do sujeito dentro de sua singularidade, ajudando-o a ser solidário, cooperativo, a respeitar, amar e ter uma vida melhor.