A Importância do Brincar na Educação
Por: Valeria Colin • 25/8/2015 • Dissertação • 1.356 Palavras (6 Páginas) • 361 Visualizações
A importância do brincar para a criança e na educação.
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“O ato de brincar é uma das principais linguagens da criança pequena e ajuda o desenvolvimento de capacidades importantes como à atenção, a imitação, a memória, a imaginação, além de ser uma das formas de desenvolvimento da função simbólica da criança.”
A ludicidade se conceitua pelas ações do brincar que estão organizadas e firmadas em 3 pilares: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Assim, a ludicidade é um recurso, uma ferramenta que proporciona conhecimento, raciocínio, experiência, pensamento, emoções e interações de forma natural e agradável, através de jogos e brincadeiras ou qualquer outra atividade prazerosa.
Para o psicanalista inglês, Winnicott o brincar tem uma história, uma origem e desenvolvimento que começa nas primeiras relações entre mãe e bebê, ressaltando, ainda, a importância de ser visto, reconhecido e respeitado na própria singularidade.
Para Winnicott, o brincar é essencial e dividido em dois estágios, no primeiro o bebê cria o objeto, este objeto é repudiado com "não-eu”, depois, reaceito e objetivamente percebido, então a criança se põe a brincar no espaço intermediário entre ela (eu) e o objeto (o não eu), é isto que Winnicott deu o nome de” fenômenos transicionais. Com essa breve observação, conseguimos perceber a abrangência do ato brincar, constatamos que esses estágios são importantes para que a criança comece a conhecer o brincar de forma mais solta,mas também que a partir dai, já seja instruída a compartilhar o que apenas mais á frente ela conseguirá desenvolver. Vimos também que para o teórico o brincar compartilhado, pode introduzir a criança no processo de socialização. E isso é de suma importância para a criança, pois a ajuda a perceber que pode brincar e criar com outras crianças.
Ele considera a criança em processo contínuo de constituir-se sujeito em um corpo que se desenvolve, amadurece e cresce em inter-relação permanente com o ambiente, em sua teoria examina que pelo brincar a criança se apropria de experiências de com e através de um espaço situado entre o real e a fantasia. O brincar para Winnicott não se limita á crianças apenas, mas se estende aos adultos. “É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fuem sua liberdade de criação.” (Winnicott)
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Para Vygotsky a brincadeira é fundamental para desenvolver o pensamento da criança porque trabalha diversos aspectos que contribuem no desenvolvimento emocional e cognitivo da mesma. Afirma que, ao brincar, a criança age sobre os objetos como adultos. Assim, as brincadeiras das crianças pequenas caracterizam-se pela reprodução de ações humanas realizadas em torno de objetos. É importante ressaltar que a situação imaginária para Vigotsky (1998) é pré- requisito para que as crianças tornem-se conscientes da existência de regras nas brincadeiras, ou seja, a criança começa com a situação imaginária, que é uma reprodução da situação real, sendo as brincadeiras muito mais a reprodução de coisas que já aconteceram. À medida que a brincadeira se desenvolve á um movimento em direção a realização consciente do seu propósito, aí surgem finalmente às regras que irão possibilitar o jogo e a divisão do trabalho na idade escolar.
O brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu dia a dia, num mundo de fantasia e imaginação. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.
Vigotski (REGO, 1995) ao discutir sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento infantil, atribui uma ênfase importante à brincadeira de “faz-de-conta”, como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Este tipo de brincadeira é característico nas crianças que aprendem a falar e que, portanto, já são capazes de representar simbolicamente e de se envolver numa situação imaginária. A brincadeira que envolve a representação de papeis considera o sujeito como um todo, pois coloca em ação pensamentos, imaginação, raciocínio, memória, sentimentos, resolução de conflitos.
Para Oliveira (2007), o jogo simbólico ou o faz de conta é uma ferramenta na criação da fantasia, atua na capacidade da criança imaginar e representar, abrindo a autonomia a criatividade e a exploração de significados de sentidos. Também são os jogos instrumentos para a aprendizagem de regras sociais, além de a brincadeira favorecer o equilíbrio afetivo da criança, também contribui para o processo de apropriação de signos sociais e “cria condições para uma transformação significativa da consciência infantil, por exigir das crianças formas mais complexas de relacionamento com o mundo”. (OLIVEIRA, 2007, p.160).
Temos que ressaltar a brincadeira no desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Para isso é preciso conscientizar os pais, educadores e sociedade como um todo sobre a importância da ludicidade, pois não é só um lazer, mas sim, um ato de aprendizagem, e ainda proporciona a criança estabelecer regras por si mesmas ou em grupo, contribuindo para a sua integração na sociedade.
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