A LITERATURA PORTUGUESA REALISMO
Por: vitor_costa • 2/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.313 Palavras (6 Páginas) • 179 Visualizações
Depois de ter lido e refletido sobre O tesouro, de Eça de Queirós, de ter lido o material disponível na sala, assistido às videoaulas, participado do fórum, responda às duas questões abaixo de modo completamente autoral (ou seja, em hipótese alguma, as respostas poderão apresentar transcrições de outros materiais):
- Quais são as características do conto que o identificam ao Realismo? Justifique sua resposta adequadamente.
O conto é uma literatura anti-romântica. Sem floreios, as características da literatura realista se contrapõem com as românticas. Mostra claramente todas as faces de uma sociedade, e o lado mais obscuro do ser humano, com limitações e virtudes. No conto mostra o egoísmo individual sobre a aparente fraternidade.
2. Elabore um comentário (em torno de cinco linhas) que apresente uma síntese e a análise de um único aspecto do conto.
O interesse individual e a ganância são bem abordados pelo autor nesse conto, que mostra o pensamento egoísta fazendo parte dos três irmãos, Rui, Guanes e Rostabal. A todo momento eles queriam o ouro só pra si próprio e de um jeito falso, acharam que iam ter alguma vantagem, mas como o sentimento de egoísmo tomou conta dos três, ninguém ficou com o ouro. No conto fica claro que, mesmo em família, não se pode confiar no próximo.
Esta resposta não deve repetir o que você já explorou na questão anterior.
Critérios de avaliação:
1. respostas adequadas ao que se pede em cada questão
2. clareza, coesão, coerência e correção gramatical
3. criticidade na construção dos pontos de vista
4. articulação coerente entre análise textual e conhecimentos teóricos.
As respostas devem ser escritas com linguagem própria, ou seja, não devem apresentar trechos de textos já publicados excetuando o próprio conto analisado.
- Realismo
Aula: 02
Temática: Realismo
Como vimos na aula anterior, o Realismo é uma literatura anti-romântica, anti-burguesa, anti-católica, ou seja, revolucionária para a sua época.
Os anos de 1864 e 1865 foram decisivos para a implantação do Realismo em Portugal. Em 1864, acontece a publicação de Visão dos tempos e Tempestades sonoras, de Teófilo Braga. Em 1865, Antero de Quental publica Odes modernas, que pretende destacar “a missão revolucionária da poesia”, como a “voz da Revolução” e que sacudiria a estagnação portuguesa. Os volumes de Antero e de Teófilo vinham propor uma nova concepção poética, com um fundamento filosófico-científico, contrária à estética romântica. No entanto, alguns autores ainda cultuavam o modelo romântico, dentre eles António Feliciano de Castilho, que em posfácio ao Poema da mocidade, do autor Pinheiro Chagas, defende o Romantismo, atacando a afetação dos versos de Teófilo e Antero, pondo em dúvida o talento dos jovens poetas
A resposta foi imediata: Antero revida às insinuações de Castilho num texto intitulado “Bom-senso e bom gosto”, alardeando a “independência irreverente” da nova estética.
A troca de farpas gerou uma polêmica que, conhecida como “Bom-senso e bom gosto” ou “Questão Coimbrã”, inaugurou o movimento realista em Portugal e estendeu-se pelos anos de 1865 e 1866. O conflito entre partidários de Antero e de Castilho representava a luta entre o Realismo e o Romantismo.
Vitoriosos, os anti-românticos reuniram-se no grupo Cenáculo. Sob a liderança de Antero de Quental, os jovens revolucionários (dentre eles, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão) programaram, para 1871, uma série de conferências a serem proferidas no Cassino Lisbonense e visavam conscientizar Portugal, acordando-o para as transformações sócio-político-econômicas pelas quais passava o resto da Europa. Estas conferências foram intituladas Conferências Democráticas.
Antero encarrega-se das duas primeiras conferências intituladas O espírito das conferências e As causas da decadência dos povos peninsulares nos últimos três séculos.
A terceira conferência, de Augusto Seromenho, examina criticamente A literatura portuguesa. A quarta –A literatura nova (o Realismo como nova expressão da arte), foi proferida por Eça de Queirós. A quinta conferência, de Adolfo Coelho, foi sobre a questão do ensino e a sexta conferência, intitulada Os historiadores críticos de Jesus, de Salomão Sáraga, não chegou a ser realizada. As Conferências do Cassino Lisbonense foram proibidas sob a alegação de ofenderem as leis do reino e atacavam a religião e as instituições políticas do Estado.
Foi inútil o protesto redigido por Antero de Quental em nome das liberdades de pensamento, da palavra e de reunião. No entanto, a suspensão das conferências não conseguiu frear o progresso e as idéias revolucionárias.
Sob a designação de poesia filosófico-revolucionária entenda-se aquela que serviu aos propósitos reformistas do Realismo. Poesia engajada, ela ambicionou ser o farol dos novos rumos que deveriam ser trilhados pela sociedade e pelo homem. É o que se nota na poesia de Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Gomes Leal e, sobretudo, Antero de Quental.
- Antero de Quental
Antero Tarquínio de Quental nasceu nos Açores em 18 de abril de 1842. Recebeu ortodoxa educação católica que o influenciou a ponto de desejar ser padre. Na Universidade de Coimbra, cursando Direito, tomou contato com a atmosfera revolucionária e cientificista do meio acadêmico. Renega sua educação católica e tradicional, entregando-se a um estado de dúvida e questionamentos. A partir de 1865, com a publicação de Odes modernas e depois a “Questão Coimbrã”, engaja-se em atividades políticas e literárias. Em 1868, integra o grupo Cenáculo e idealiza as Conferências do Cassino Lisbonense (1871). Sofrendo de distúrbios emocionais, oscilando entre a euforia e a depressão, seu estado agrava-se com a morte do pai e depois da mãe. Outras crises emocionais levam-no ao suicídio, com dois tiros na boca, em 11 de setembro de 1891.
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