A Literatura especializada o conceito de Educação a Distância

A EaD na sociedade da interação

Mônica Maia

Na literatura especializada o conceito de Educação a Distância (EaD) vem se modificando ao longo do tempo (MORAN, 2003; MAIA; MATTAR, 2007; MOORE; KEARSLEY, 2011). De acordo com Niskier (2000, p. 49):

A EAD tornou-se a modalidade fundamental de aprendizagem e ensino, no mundo inteiro. Antes cercada de mistério, hoje é até mesmo reivindicada por sindicatos poderosos, no Brasil, onde o seu prestígio cresce de forma bastante visível. Parte-se de um conceito extremamente simples: alunos e professores separados por uma certa distância e, às vezes pelo tempo. A modalidade modifica aquela velha ideia de que, para existir ensino, seria sempre necessário contar com a figura do professor em sala e de um grupo de estudantes.

A EaD antes era unidirecional, conectada pelos meios analógicos e separados por um espaço físico no qual havia um papel específico do emissor e do receptor. Como também mencionado pelo autor acima, na contemporaneidade esse conceito se modifica com a chegada da Internet e das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), possibilitando novas formas de ampliação e transmissão do conhecimento.

Assim, surge um novo paradigma educacional: aprendizagem mediada pelas tecnologias. Contudo, exigindo dos atores envolvidos uma concepção atualizada sobre os processos de ensino-aprendizagem, novos critérios de avaliação, novas competências, nova forma de conceber a relação entre professor e aluno.

Consequentemente, novas configurações são estabelecidas para o processo de ensino-aprendizagem de modo a garantir um processo cognitivo socialmente compartilhado entre seus membros. Dessa forma, os atores envolvidos com a mediação pedagógica devem preparar os alunos para essas tecnologias, familiarizando-os com o ambiente virtual de aprendizagem e com as ferramentas ligadas às TDICs.

Nesse sentido, a inclusão digital é indispensável para que os novos processos de ensino ocorram e, sobretudo minimizando os efeitos da exclusão social, uma vez que tais tecnologias fazem parte do cotidiano do cidadão e são amplamente utilizadas, por exemplo, nos saques bancários, testes seletivos, concursos dentre outros. Além disso, possibilita a democratização da educação superior à inserção na sociedade da informação. Todavia, é necessário destacar que a EaD por si só não garante uma inclusão, já que também está sujeita a fatores sociais, econômicos e culturais.

No cenário de transformações tecnológicas, o Ambiente Virtual de Aprendizagem ganha destaque nos cursos a distância, uma vez que promove a interação e a interatividade entre os atores envolvidos permitindo uma comunicação síncrona e assíncrona rompendo as barreiras de tempo e espaço. Almeida (2003, p. 331) define AVA como:

sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos.

Podemos então afirmar que o Ensino a Distância se apresenta como uma eficiente ferramenta de inclusão