A Metodologia do Ensino de Ciências

Metodologia do Ensino de Ciências

Considerando os objetivos mais amplos da educação, principalmente dar condições para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em Ciências deve ser desenvolvido, de modo a fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos. Entretanto tal conhecimento não pode ser administrado numa perspectiva de simples transmissão. Ele deve ser garantido numa abordagem crítica, caracterizando um empreendimento científico como uma atividade humana, não-neutra, financiada e com vinculações políticas.

Proposta:

Desenvolvimento de habilidades em Ciências.

As habilidades que levariam o aluno a tal instrumentalização são:

Observação: Sistemática com separação de variáveis relevantes e medidas adequadas;

Classificação: Habilidade que localiza um fenômeno estudado segundo sua semelhança e diferença com outro j á mais conhecidos.

Registro e tomada de dados, construção de tabelas: Prática que ajuda na organização dos trabalhos, na detecção de regularidades e anomalias dos fenômenos, confirmação de conjecturas ou hipóteses lançadas, na generalização, na busca de leis e mesmo teorias.

Análise: habilidade que se adquire ao se trabalhar os dados na solução de problemas e questões, no aprofundamento da reflexão sobre o comportamento do objeto de estudo.

Síntese: Habilidade final de um projeto. Elas são seguidas por um estudo maias aprofundado de um campo de conhecimento científico, o que ocorre mais frequentemente no 3º grau.

Aplicação: habilidade que resulta do processo de aquisição do conhecimento, pois pode ser usada como um instrumento de leitura para reinterpretar o mundo.

Uma Metodologia para o ensino de Ciências

Os autores destacam uma abordagem metodológica diferenciada para o ensino efetivo em Ciências pautado em contraposições e momentos pedagógicos.

Cotidiano X Distante: Forte crítica ao ensino das Ciências por seu excessivo distanciamento das situações que constituem o universo dos seus alunos. Destacam que é possível uma aproximação dos modelos e das abstrações contidas no conhecimento científico.

Senso Comum x Conhecimento universal sistematizado: Estudos mostram que o conhecimento anterior que o aluno já tem pode interferir na efetiva apreensão do conteúdo veiculado. Especialmente em Ciências, situações conflitivas emergem, oportunizando a convivência de duas estruturas de conhecimentos paralelas. A ignorância sobre esta questão resulta na utilização de conceitos apenas para quadros-negros.

Diálogo x Monólogo: o professor precisa manter uma postura problematizadora equilibrando os dois momentos.

Desafio x Verdade: A questão, a resposta, o lúdico, a imaginação, a construção mental, apresentada pelo aluno, são de fundamental importância no processo de sua formação, uma vez que são características do adolescente e da criança. Numa sala onde variáveis são encaradas como um desafio constante haverá maior chance efetivamente de aprendizagem em Ciências.

Momentos pedagógicos:

1. Problematização inicial: Primeiro momento

São apresentadas as questões e/ou situações para discussão com os alunos. Mais do que motivar o importante é fazer ligação com situações reais. Ela poderá ocorrer pelo menos de dois lados:

1. Quando o aluno já tem noções sobre as questões colocadas, fruto da aprendizagem anterior;
2. A problematização poderá fazer com que o aluno sinta necessidade de adquirir outros conhecimentos, então coloca-se pra ele um problema a ser resolvido.

1. Organização do Conhecimento: Segundo momento

Neste momento é necessário o conhecimento de Ciências Naturais para a compreensão do tema e da problematização inicial que será sistematicamente estudado pelo professor. O conteúdo é preparado e programado em termos instrucionais.

1. Aplicação do conhecimento: Terceiro momento

Abordar sistematicamente o conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno, para analisar e interpretar tanto as situações iniciais como outras situações que não estejam diretamente ligadas ao motivo inicial.

O Universo e a lógica infantis

O texto a seguir levanta aspectos fundamentais de interesse para a formação de professores com a finalidade de indicar caminhos para o ensino introdutório d e Ciências de forma compatível com aspectos da cognição e da idade.

Uma contribuição da Psicologia

Na primeira infância a criança não se diferencia bem do seu meio: seu referencial único é ela própria (egocentrismo). Como não consegue sair de si mesma, não tem conhecimento objetivo. Uma das funções da educação nesta fase é   dar condições para que ela supere seta fase e comece a perceber o mundo fora dela. Além da alfabetização e das operações aritméticas, as aras das Ciências naturais e Sociais devem contribuir para que seja atingida esta meta.

Algumas caraterística do egocentrismo devem ser consideradas ao preparar atividades didáticas, de forma que as dificuldades possam ser superadas, mas também respeitadas, como: