A Organização Escolar e Democracia Radical
Por: carmem0910 • 13/6/2019 • Trabalho acadêmico • 1.744 Palavras (7 Páginas) • 220 Visualizações
Fichamento: LIMA, Organização Escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (pgs. 31-83).
Tema: Organização Escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação democrática da escola pública.
Objeto: Cada capítulo relaciona as principais teses da pedagogia freireana relacionada à democracia radical e pedagogia democrática (p. 31), democratização da escola pública (p.39), política educativa, organização escolar e descentralização (p. 51), politicidade e pedagogicidade da organização escolar (p. 67) e autonomia da pedagogia (p. 75).
Problema: As reflexões em torno da instituição escolar e as críticas à escola representam tópicos recorrentes que atravessam a obra de Paulo Freire. A democratização da escola pública não poderia deixar de representar um elemento crucial (P.39). Além das dimensões organizacionais e administrativas da educação, sendo reconhecíveis a partir de concepções participativas de democracia política e de perspectivas problematizadoras e libertadoras da educação (p.67). Procurando tornar realidade o exercício de práticas educativas mais democráticas, implica necessariamente um aprofundamento das autonomias. Uma escola mais democrática é uma escola maus autônoma (p.75).
Tese defendida: A influência do Pensamento de Paulo Freire sobre o estudo e a prática das dimensões organizacionais e administrativas da educação.
Argumentos: No capítulo 1 – democracia radical e pedagogia democrática: organização e participação como práticas de liberdade, o autor vai destacar o livro de Paulo Freire (1967) Educação como prática da Liberdade que reúne algumas das principais bases da teoria pedagógica freiriana. A partir delas, e da ação político-educativa que desenvolverá nas três décadas seguintes, ele construiu uma obra original e sempre em atualização, em diálogo permanente com outros trabalhos, com a crítica, com os projetos e as ações que a cada momento levava a cabo. Em poucos anos, Paulo Freire reuniu na escrita as fundações com as quais construiu e reconstruiu suas propostas, criticamente revisitadas em trabalhos posteriores de que destacaria Pedagogia da Esperança:Um reecontro com a Pedagogia do Oprimido de 1992, e Cartas a Cristina, de 1994. (p. 31)
O autor cita Francisco Weffort (1967:5) que destaca a liberdade e a participação livre de crítica dos educandos como matriz atribuidora de sentido à prática educativa proposta por Freire, de pedagogia democrática, de educação para e pela democracia, através de práticas dialógicas e anti-autoritárias e do exercício da participação, contra a passividade e para a decisão. Na teoria da democracia como participação, a participação, a discussão e o diálogo são apontados como verdadeiros métodos de construção democráticas. (p.32)
No capítulo 2 – democratização da escola, participação comunitária e cidadania crítica, é mencionado que a construção da escola democrática não é viável sem a prática de uma pedagogia indagativa, da pergunta, em que ao se ensinarem necessariamente os conteúdos, se ensine também a pensar certo. A democratização da escola não se constitui apenas como problema tipicamente escolar, ou técnico-pedagógico. Conscientes das dimensões políticas, cívicas e éticas que marcam indelevelmente as práticas pedagógicas, a interação na sala de aula, a gestão curricular e a programação didática, os modelos de avaliação, a organização do trabalho pedagógico, os modos de gestão escolar, etc. os atores escolares mais dificilmente deixarão de se assumir como atores político-pedagógicos e poderão mais facilmente abrir-se a reflexão, ao debate e a ação com outros atores, com outros saberes e poderes, cruzando-se com novos parceiros institucionais, com organizações comunitárias, movimentos sociais, etc. sem necessidade de degenerarem o seu profissionalismo, de desprezarem os seus saberes pedagógicos especializados (pg.40-41).
A construção da escola democrática constitui num projeto que não é sequer pensável sem a participação ativa de professores e alunos, mas a realização pressupõe a participação democrática de outros setores e o exercício da cidadania critica de outros atores, não sendo obra que possa ser edificada sem ser o em co-construção. (pg. 42)
A democratização da administração nos seus diferentes níveis, não é somente um fator facilitador, ou instrumental, face a construção de uma escola democrática e autônoma; é também um valor em si mesmo, que só pela sua afirmação e atualização continuadas pode permitir e reforçar a democratização das estruturas e dos modos de gestão escolares. (pg. 46)
No capítulo 3 – Política educativa, organização escolar e descentralização, o autor relata um pouco da experiência de Paulo Freire como secretário da Educação do Município de São Paulo em 89. (pg. 52)
Suas primeiras providencias foram no sentido da reorganização política e administrativa da Secretaria Municipal. Estas mudanças conferiram atenção particular a gestão democrática das escolas, à reforma do currículo e à alfabetização de jovens a adultos. Ao procurar colocar a escola pública e popular no centro das políticas educativas, a gestão democrática, da secretaria e das escolas, adquiriu grande protagonismo. A democratização da gestão preconizada pela SME implicava uma nova concepção de governação partilhada entre as próprias escolas em seu entorno comunitário, partindo da premissa de que cabe ao cidadão decidir os rumos daquilo que é publico. (pg. 54-55)
A criação em cada escola, de um “conselho de escola” deliberativo, representou uma das mais relevantes mudanças que introduziu na governação escolar. (pg. 60)
A fidelidade de Paulo Freire a um pensamento político-educativo em que a defesa de uma democracia radical e de uma pedagogia democrática e libertadora constituíam elementos nucleares, quase fatalmente objeto de criticas. (pg. 65).
No capítulo 4 – Da politicidade e Pedagogicidade da organização escolar, é mencionado que Paulo Freire é defensor de concepções democráticas e participativas de organização como prática da liberdade, autônomas e auto-governadas. A grande contribuição, em termos teóricos e práticos, foi a sua experiência como político-administrador escolar. (pg. 69)
...