A PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN E SUA INCLUSÃO
Por: vargasronsani • 13/11/2017 • Trabalho acadêmico • 5.048 Palavras (21 Páginas) • 339 Visualizações
A PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN E SUA INCLUSÃO
Fabiana de Souza ARDENGHI[1]
RESUMO: Observando algumas crianças, pode-se perceber que há perceptíveis semelhanças na aparência entre crianças, com atraso mental. Este tipo de anormalidade pode ser chamado de síndrome de down, esta síndrome é o resultado de uma mudança genética. Para que a criança com down tenha um bom desenvolvimento, é necessário que os pais, desde o nascimento, se preocupam em apresentar e incluir a criança na sociedade. Por outro lado na maioria das vezes isso não acontece, pois alguns pais reprimem-se com medo do preconceito alheio, e também com intuito de proteger a criança de opressões. Com isso esta situação apesar da inclusão escolar para a criança down aparentar ser complicada, é importante os pais não desistirem, isso porque, o objetivo da criança ir para a escola não é apenas aprender a ler e a escrever, e sim estimular a sua integração além de aprender na prática, as regras do nosso cotidiano e, ao mesmo tempo, ensinar para colegas, discentes e até mesmo os funcionários, que a vida é feita de diferenças e possibilidades e que é possível lidar com as mesmas sem ter que buscar modelos convictos. Com o que foi explicitado acima o principal objetivo deste estudo foi pesquisar a importância da inclusão social, na educação para o desenvolvimento de crianças portadoras de síndrome de Down. Priorizando o papel da família nesta inclusão e discutindo os preconceitos que ainda existem.
PALAVRAS CHAVES: Síndrome de Down; Inclusão Social; Instituição Escolar.
1 INTRODUÇÃO
A história mostra que a forma como a sociedade relaciona-se com as pessoas com necessidades especiais está relacionada às conquistas dessa mesma sociedade. Várias foi às concepções de deficiência que permearam o debate sobre esta população dentro da sociedade e, principalmente, seu acesso à educação, sendo que as atitudes sociais estão atreladas aos conceitos e atributos da saúde, da doença e da deficiência.
A Educação Especial percorreu então, segundo Aranha (2000) três paradigmas, o da Institucionalização, o dos Serviços e de Suportes, estando esse último fundamentado técnico-cientificamente no conhecimento sobre os ganhos em desenvolvimento pessoal e social provenientes da convivência na diversidade e, sócio politicamente, no princípio da igualdade, que aponta para a inclusão, entendida como:
o processo de garantia do acesso imediato e contínuo da pessoa com necessidades especiais ao espaço comum da vida em sociedade, independentemente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento apresentado (ARANHA, 2000, p.13).
O tema inclusão tem despertado inúmeros debates sobre vantagens e desvantagens, enfatizando posições polêmicas e controversas entre os educadores e especialistas. Tem quem defenda a inclusão de todos os alunos em classes comuns, inclusive de alunos com algum tipo de deficiência, eliminado assim serviços de apoio e recursos auxiliares, outros se posicionam e veem a inclusão como inviável e utópica em nossa realidade educacional.
Percebe-se, porém, que a preocupação na nossa política educacional é que haja “educação para todos”, e que de preferencia que ela aconteça em classes comuns de ensino regular, evidenciada em leis e normas já aprovadas.
De acordo Voivodic (2004) apud Mazzotta, pelo menos com o surgimento da Constituição Federal de 1988, da Lei 7583/89, da Constituição Mundial sobre ausências Básicas de Aprendizagem, aprovada em Jomtien/Tailândia em 1990 e do Plano Decenal de Educação para todos (1993/2003), têm sido registradas intenções e determinações sobre a importância e a necessidade de uma escola para todos ou escola inclusiva. Particularmente, o autor ressalta a Política Nacional de Educação Especial – MEC 1993, a Lei 9394/96, que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e o Decreto 3298/99 que regulamenta a Lei 7853/89.
No entanto estes propósitos e atribuições não têm sido acompanhados de ações efetivas que as tornem realidade, a fala sobre inclusão ou integração permanece ainda no campo das ideias. Para proporcionarmos em nosso atual sistema de ensino necessitamos ainda de muitos estudos e pesquisas, para serem desenvolvidas algumas ações a respeito da inclusão.
Mendes (1999) nos coloca que, apesar da posição propicia à “escola inclusiva“, que pode ser observada nos documentos legais, parecer não haver consenso sobre as consequências pedagógicas e escolares implícitas no princípio da inclusão. Ela mesma nos evidencia que:
As propostas não garantem competência à escola para ensinar alunos com necessidades educativas especiais. Elas até podem favorecer a inserção desses alunos nas classes regulares, mas não garantem que eles irão permanecer, ou que irão aprender o que lá será ensinado, e muito menos que terão equiparadas suas oportunidades de desenvolver todas as suas necessidades (Mendes, 1999:14).
Verifica-se que, se a educação é importante, como fator de mudanças para todos os indivíduos, uma educação de qualidade, que atenda suas necessidades educativas especiais, torna-se de suma importância para os indivíduos com déficit mental, pois eles configuram uma condição intelectual analógica a uma construção incompleta, tendo uma demora significativa no processo intelectual. Contudo não se pode continuar defendendo de que tem de ser a criança a se adaptar às exigências escolares, mas sim o contrário, ou seja, a escola é que deve de adaptar às condições das crianças.
O sistema de ensino não pode continuar a excluir a totalidade das crianças com deficiência, “… estigmatizando-as com a desgraça, rotulando-as com uma doença incurável ou marcando-as com o sinal de inferioridade permanente”. (Martins, apud Fonseca, 1987, p.86). Já se reconhece que não existe criança ineducável.
O tema inclusão explicitado acima, é o episodio mais recente no debate de discussões no país, no que se refere ao delineamento das relações entre a sociedade brasileira e o segmento populacional de brasileiros com necessidades especiais. Processo mais amplo e complexo do que o proposto pela integração, já que bidirecional, exige mudanças não somente na pessoa com deficiência, mas principalmente no contexto social, de forma a poder atender às necessidades especiais das pessoas com deficiência também, estejam ela nessas condições definitiva ou temporariamente.
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