A POSSIBILIDADE DE DIÁLOGO ENTRE AS CULTURAS
Por: 11592855784 • 4/4/2022 • Artigo • 3.340 Palavras (14 Páginas) • 92 Visualizações
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A possibilidade de diálogo entre as culturas (Interculturalismo):
um estudo segundo Catherine Walsh
Renan Mota Silva[1]
Bruno Cardoso de Menezes Bahia[2]
GT04 – Educação das Relações Étnico-raciais
RESUMO
O presente artigo apresentará uma discussão reflexiva acerca do tema Interculturalidade crítica, objetivando evidenciar a diferença fundamental entre o termo interculturalidade e multiculturalismo dando destaque para a característica de cada um e para o surgimento e utilização destes. Concebida como um tema bastante polêmico, a interculturalidade está atrelada aos ideais de liberdade, universalidade de direitos, independência e transparência, sendo estes fatores essenciais para o exercício das democracias modernas. À vista disso, o termo supramencionado tem se evidenciado como premissa na escrita das cartas magnas de alguns países, principalmente daqueles que possuem em sua população um grande contingente de habitantes nativos, como é o caso dos povos quilombolas e indígenas dos países da América Latina, sendo que esses grupos étnicos têm reivindicado através dos movimentos sociais, que a interculturalidade se torne não apenas uma promessa de Governo, mas uma política de Estado.
Palavras-chave: Interculturalidade. Multiculturalismo. Sociedade.
ABSTRACT
The present article will present a reflective discussion on the topic of critical interculturality, aiming to highlight the fundamental difference between the term interculturality and multiculturalism, highlighting the characteristic of each and the emergence and use of them. Conceived as a very controversial theme, interculturality is linked to the ideals of freedom, universality of rights, independence and transparency, being these factors essential for the exercise of modern democracies. In view of this,the aforementioned term has become evident as a premise in the writing of letters of magnitude from some countries, especially those that have a large contingent of native inhabitants in their population, as is the case of the quilombola and indigenous peoples of Latin American countries, and these ethnic groups have claimed through the social movements, that interculturality becomes not only a promise of government, but a policy of state.
Keywords: Interculturality. Multiculturalism. Society.
1 INTRODUÇÃO
Concebida como uma temática bastante controvertível, a interculturalidade está atrelada aos ideais de liberdade, universalidade de direitos, independência e transparência, sendo estes fatores essenciais para o exercício das democracias modernas. À vista disso, o termo supramencionado tem se evidenciado como premissa na escrita das cartas magnas de alguns países, principalmente daqueles que possuem em sua população um grande contingente de habitantes nativos, como é o caso dos povos quilombolas e indígenas dos países da América Latina, sendo que esses grupos étnicos têm reivindicado através dos movimentos sociais, que a interculturalidade se torne não apenas uma promessa de Governo, mas uma política de Estado.
Diante do exposto, o presente trabalho apresentará uma discussão reflexiva acerca do tema interculturalidade crítica, objetivando evidenciar a diferença fundamental entre o termo interculturalidade e multiculturalismo dando destaque para a característica de cada um e para o surgimento e utilização destes. Portanto, serão levantadas inquisições que servirão como subsídios que darão direção no decorrer desta pesquisa, sendo estes assim apresentados: O que diferencia a interculturalidade do multiculturalismo? Em quais conceitos se baseia a interculturalidade crítica? Qual a importância da interculturalidade para a preservação dos costumes dos grupos étnicos raciais da América Latina?
Para tanto, esta se apresentará como uma pesquisa de caráter qualitativo bibliográfico em que serão abordadas e confluídas as concepções de Catherine Walsh e demais autores que versam sobre o tema estudado.
Na tentativa de institucionalizar a interculturalidade o poder político passou a correlacionar este tema ao multiculturalismo, sendo estes possíveis sinônimos explicados por Williams (2007), como um termo usado como ação de política pública que tem como referência o reconhecimento oficial da diversidade cultural referente aos grupos multirraciais ou nas comunidades com linguagens peculiares.
No entanto, o autor acima citado, destaca que existe uma crítica constante a tais abordagens, atendo ao princípio de tal denominação significa transformar a objeção à aceitação da identidade cultural, num problema de relevância política.
Walsh (2007), ressalta que a aceitação do outro, prometida pelo paradigma referente ao multiculturalismo reafirma a manutenção da desigualdade e da injustiça social deixando as estruturas sociais e institucionais inalteradas, sendo a estas atribuída a responsabilidade de reproduzir e manter tal desigualdade.
A autora acima citada destaca a evidente diferença entre interculturalidade e multiculturalismo, apontando que a concepção de do segundo termo foi apresentada de cima para baixo, ou seja, foi algo elaborado com o intuito de manter a centralização do poder. Em contrapartida, o primeiro termo foi construído a partir das lutas sociais, pelos grupos considerados minorias, sendo eles o movimento negro e indígenas.
2 DESENVOLVIMENTO
Aspirou-se orientar a pesquisa apoiando-se em marcos teóricos e conceituais a começar com autores que tem relação com as questões apresentadas no que tange a investigação e a compreensão sobre a interculturalidade. Busca-se uma perspectiva que favoreça a formação da identidade pessoal e coletiva dos cidadãos a que está ligada, numa perspectiva decolonial.
O estudo é também de caráter exploratório, conforme Andrade (2003, p. 124): “a pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico”. Segundo as definições do autor, procura-se proporcionar mais informações sobre determinado tema, facilitando a delimitação do estudo e a definição de objetivos ou formulação de hipóteses. Portanto, através da pesquisa exploratória avalia-se a possibilidade de desenvolver uma relevante escrita sobre a temática interculturalidade.
A respeito da pesquisa exploratória Martins (2002, p. 41) descreve que “toda pesquisa bibliográfica ou de campo é também exploratória”. Estas pesquisas visam proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.
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