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A PSICOMOTRICIDADE – DIFICULDADES E APLICAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

Por:   •  8/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.453 Palavras (10 Páginas)  •  511 Visualizações

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CLAUDIA MARIA COSTA BORGES_A1_PDCA

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu a distância: Psicopedagogia

Disciplina:  Psicomotricidade no Desenvolvimento de Competências Acadêmicas

Atividade Avaliativa – A1_PDCA

A PSICOMOTRICIDADE – DIFICULDADES E APLICAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

        De forma geral a psicomotricidade é a ciência cujo objeto de estudo é o homem através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Relaciona-se diretamente com o processo de maturação do indivíduo onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada pelos conhecimentos básicos: movimento, intelecto e afeto. Portanto, refere-se a uma concepção de movimento organizado e integrado, em função de experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.  Sendo o homem seu objeto de estudo engloba outras áreas como a educacional, pedagógicas e saúde.

        A psicomotricidade no Brasil tem predominância na pré-escola onde se encontra interligada à capacidade de aprender os conteúdos do período pré-escolar (consciência corporal, lateralidade, localização espaço-temporal, habilidades de coordenação de gestos e movimentos).

        Ao professor cabe um olhar atento para seu aluno de modo a perceber em qual etapa do desenvolvimento ele se encontra, compreenda e conheça o processo de aprendizagem, conheça-o dentro e fora da escola e sua família.

        Acredito que as maiores dificuldades em um trabalho com psicomotricidade esteja na própria criança e na forma como foi formado o seu autoconceito, pois, muitas crianças não recebem estímulos positivos dentro de casa e a escola, muitas vezes, não está atenta ao seu aluno e às suas necessidades.  E, que como profissional, minha maior dificuldade no trabalho com psicomotricidade esteja no relacionamento da criança e na forma como ela se vê e se coloca no mundo.

        Em relação aos espaços escolares e sua organização que favoreça o desenvolvimento da psicomotricidade, em primeiro lugar é necessário compreender o termo. Segundo Almeida (2006, p. 23) “um supermercado pode ser um excelente ambiente educativo caso o professor saiba explorar toda riqueza existente ali”. Ou seja, o ambiente psicomotor necessita de recursos que deem oportunidade da criança explorar e construir referência sobre si mesma e sobre o que a rodeia, possibilitando uma variedade de faz de conta, além de ter oportunidades de testar, errar e concluir, tirando assim suas próprias conclusões, porque neste momento ela está construindo seu conhecimento. Tais ambientes não necessitam de materiais e sim de espaços compostos por: recursos, ações, pessoas, relações sociais e exploração coletiva. Ainda de  acordo com Almeida (2006), a escola deve ter uma junção de fatores: concepção, comportamento, compromisso, materiais e espaços.

a.     Concepção: o trabalho necessita ser planejado, pensado e reavaliado todos os dias, precisa haver uma meta que se pretende alcançar, o professor saberá o que foi alcançado e o que pode fazer para melhorar mais o desempenho dos alunos, ele não deve somente ficar usando técnicas sem ao menos saber o que se pretende fazer com ela, pois assim ficará frustrado por não ter objetivos concluídos.

b.     Comportamento: o comportamento do professor que se trabalha psicomotricidade é aquele que deve estar atento a todas as ações executada pelos alunos, intervindo nas atividades com objetivos psicomotores. Quando os alunos estiverem realizando atividades, eles precisam ter relações com os outros, que permitirá a socialização e a humanização, para isso o professor deve fazer o papel de um observador e não de um professor autoritário que repreende a todo o momento nas relações aluno/aluno, o professor irá repreender quando houver necessidade. Almeida (2006, p. 21), coloca que “o comportamento é o combustível que move as relações diárias de um professor que quer construir coletividade na multiplicidade dos seres com as diferenças de cada um”.

c.     Compromisso: quando o professor planeja suas aulas ele não terá seu tempo desperdiçado, mas sim terá um aproveitamento do trabalho alcançado, pois não havendo planejamento o professor fica perdido, surgindo assim o descompromisso.

d.     Materiais: por si só não modifica nada em um ambiente, precisa haver intervenções do professor.

e.     Espaços: são constituídos de uma estrutura física; salas, quadras, pátios, refeitório e outros. Se os espaços não exercem nenhuma ação, movimento sempre será um espaço vago. Há vários ambientes que pode se dizer que é um espaço educativo, mas para isso o professor deve usar todos os recursos, materiais ali presentes.

        Faz-se necessário que o professor acredite no potencial das crianças, que respeite a sua individualidade, conheça suas dificuldades, obstáculos e as insatisfações que são parte do processo escolar. Assim, as atividades e oportunidades oferecidas devem condizer com os momentos e favorecer a comunicação, a criação e a expressão emocional e física do aluno. Tais procedimentos visam a um crescimento pessoal e a construção de sua autonomia, despertando o desejo de descobrir e aprender por meio da interação com o mundo.

            Para que a auto realização seja então alcançada pela criança o professor deve ser o mediador da aprendizagem, possibilitando que a criança construa seu caminho e se encontre nele, ter clareza e objetivos nas suas atividades e nas regras estabelecidas, e respeitar a democratização do grupo amenizando os conflitos gerados, ponderando suas propostas de acordo com cada faixa etária favorecendo o avanço da aprendizagem cognitiva. Um dos objetivos das aulas de psicomotricidade é estimular o desenvolvimento psicomotor das crianças, por meio de jogos, brincadeiras e atividades que as crianças vivenciem com grande prazer, favorecendo a ligação do real e o imaginário. Segundo Almeida (2006) existem várias atividades que poderão contribuir no desenvolvimento da criança dentre elas estão:

  1. Coordenação motora ampla. É a organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e as percepções gerais da criança. É o trabalho que vai apurar os movimentos dos membros inferiores e superiores, podendo desenvolver algumas atividades como: fazer imagens do corpo em tamanho natural; fazer pinturas no corpo com o pincel; entrar em caixa de papelão grande, pequena e média; jogar bexigas para o alto sem deixar cair no chão; brincadeiras de morto- vivo, estátua, esconde-esconde, passar anel, pular corda e outras.
  2. Coordenação motora fina. É a coordenação dos trabalhos mais finos, que podem ser executados com a ajuda das mãos e dos dedos, garantindo um bom traçado de letra. No qual o professor poderá desenvolver: recorte de tiras de papel na revista com o dedo; desenhos e pinturas com tinta ou giz de cera em vidros; fazer bolinhas com papel crepon, jornal; dobraduras; brincadeiras de amarelinha, futebol de botão, corrida de ovo na colher, amarrar e desamarrar, tampar e destampar garrafa pet e outras.
  3. Lateralidade. É a capacidade que a criança tem de olhar em todas as direções com ideia de espaço e mínima coordenação, que aos poucos vão descobrindo que seu próprio corpo pode realizar mais de um movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Neste processo o professor ajuda a criança a desenvolver a lateralidade em todas as partes do corpo e quanto ao ato de escrever o professor deve deixar a criança livre sem ao menos estabelecer um meta que mão ela deverá escrever, isso é uma escolha própria da criança, que a favorece na decisão do que é melhor e de sua melhor habilidade. O professor poderá desenvolver: comandos para a criança seguir para ambos os lados; caça ao tesouro com seguimentos de setas; faça bolas de papel e peçam que joguem primeiramente com a mão esquerda e depois com a direita; corridas com materiais para serem equilibrados com a mão esquerda e direita; brincadeiras de basquete, tiro ao alvo e outras. “Quanto mais forte for a referência e o treino, mais desenvolvidas serão as diferentes partes que compõem o todo. No entanto, deve-se trabalhar com muita calma para respeitar o tempo das crianças” (ALMEIDA, 2006, p. 61).
  4. Desenvolvimento de percepção musical. Refere-se ao desenvolvimento de talentos, que é um trabalho voltado para estimular as questões que abrangem a musicalização, desenvolvendo a aprimoração da audição para o reconhecimento e a prática da fala. Sendo assim a música será mais um ponto o qual contribui para o desenvolvimento da criança, trabalhando vários tipos de sons e músicas: músicas folclóricas; sons da natureza (vento, chuva, trovão, raio e mar); sons do próprio corpo (rir, chorar, espirros, tossir, bater os pés, bater as mãos e outros). Outra maneira prazerosa de trabalhar a música é a construção de bandinhas com sucatas; chocalhos (com garrafas pet, lata de leite em pó); pratos e bumbos (com tampas de lata de tinta); tambores (com embalagens de papelão);
  5. Desenvolvimento de percepção olfativa. É a percepção que ajuda a criança no reconhecimento do mundo dos perfumes e sabores: recolher plantas diversas, amassá-las e sentir o cheiro depois de algum tempo; diferenciar os cheiros do cotidiano como: pó de café, perfumes, produto de limpeza e outros; sentir o cheiro que exala da natureza.
  6. Desenvolvimento de percepção gustativa. Auxilia no reconhecimento dos sabores reais, descobrindo que cada alimento tem textura, sabor, consistência e características diferentes. Para esse reconhecimento utiliza- se os seguintes experimentos: provar alimentos exóticos (estrangeiros); provar alimentos que antes nunca havia comido por dizer que não gostava; degustar alguns alimentos de olhos fechados; diferenciar entre o doce do salgado, o azedo, o amargo, o quente do frio, o picante do condimentado.
  7. Desenvolvimento de percepção espacial. O espaço é muito mais que paredes, portas, janelas, ruas, casas, entradas e saídas, é saber ter direções para onde ir. Por isso o espaço é um grande desafio na infância, e na vida adulta pois precisa de um pleno domínio de direção. A escola precisa de proporcionar a criança essas noções de direção como ir na cozinha, ir ao banheiro, entrar e sair de ginásio, de salas administrativas, nunca será possível conseguir todo o desenvolvimento das noções espaciais trabalhando apenas com papel ou atividade em quadra. É necessário pensar e aceitar que é no espaço social, o desenvolvimento mais fértil e mais consistente em relação a esta idade. Assim fazer passeios com as crianças pela cidade, shopping, passear de ônibus se faz necessário na prática do professor, por mais que seja desafiador para ele, é necessário para o desenvolvimento intelectual das crianças, para a realização de algumas atividades que descreve: encontrar palavras em caça-palavras; encontrar saídas em labirintos em papel impresso; encontrar ruas em um mapa. Algumas brincadeiras como: corrida de ovo na colher; pular corda; cabra- cega; amarelinha; tiro ao alvo; estafetas com arcos.
  8. Desenvolvimento de percepção temporal. É uma tarefa árdua como diz Almeida (2006, p. 93):

        A noção de tempo, por exemplo, é bastante complicada para que uma criança assimile. Quantos pais quase enlouquecem quando percebem que seus filhos não lhes obedecem. Chamar ou avisar uma criança que está no quarto brincando pode dar conta que estamos falando: a mãe grita da cozinha para a criança que está no quarto (Filha, em 10 minutos sairemos para a escolinha. Arrume suas coisas e pegue sua mochila).

    Deve-se levar em conta que a única noção de tempo que a criança tem é de desenvolver os hábitos cotidianos como: dormir, acordar, tomar banho, almoçar, jantar, ir à escola e outras atividades mesmo assim ela ainda não sabe a hora que tem que realizar essas atividades, por isso quando a mãe diz falta 10 minutos para ir a aula, amanhã viajaremos, essa assimilação ainda não e feita pela criança, por isso pais educadores devem ser bastante tolerantes nesta tarefa de tempo para a criança, desenvolver algumas atividades poderão ajudar, como: usar o calendário para marcar as atividades escolares por mês; relembrar o que aconteceu no dia anterior; contar e recontar histórias e fazer perguntas sobre os acontecimentos; pedir que coloquem em sequencia a história.

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