A RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO
Por: paulobud • 12/10/2016 • Artigo • 1.317 Palavras (6 Páginas) • 564 Visualizações
2- RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO
Conforme Guimarães (2013) a interação professor/aluno é inevitável no processo de aprendizagem, analisando a educação moderna e institucionalizada, olhando especialmente para a escola. O contato entre professor e aluno pode tomar várias direções. Pode haver casos em que haja uma rica experiência e crescimento de ambas as partes ou poderá também ocorrer justamente o oposto, em que a relação seja algo desgastante, cansativa, forçada e sem vida. Existem vários fatores que podem interferir neste relacionamento, ajudando ou também prejudicando.
Para Piaget (1992) a aprendizagem do aluno terá significado quando ele for um indivíduo que pratica a ação. Isso se dará quando a criança receber informações relativas ao objeto de estudo para organizar suas atividades e agir sobre elas. Geralmente os professores “jogam” somente os símbolos falados e escritos para os alunos, alegando a falta de tempo. Segundo Piaget esse tempo utilizado apenas para a verbalização do professor é um tempo perdido, e se gastá-lo permitindo que os alunos usem a abordagem tentativa e erro, esse tempo gasto a mais, será na verdade um ganho.
Segundo Vasconcellos (1995), a prática realizada em sala de aula exige do professor o entendimento de como acontece e se constrói a aprendizagem na vida do ser humano. Para que haja a compreensão deste processo, é necessário que o professor crie vínculos afetivos com seus alunos, ter em mente que o seu aluno é um ser cheio de idéias, experiências próprias que precisa ser escutado para a construção de seu conhecimento.
Um professor não é somente alguém que aplica conhecimentos produzidos por outros, não é somente um agente determinado por mecanismos sociais, mas sim um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua prática a partir dos significados que ele mesmo dá, um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele a estrutura e orienta.
A relação professor-aluno deve ser uma relação de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento. Assumindo o professor um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente. Por essa razão cabe a ele - professor - considerar também o que o aluno já sabe, ou seja seus conhecimentos prévios (cultural, intelectual) para construir assim uma melhor aprendizagem.
Ser professor requer muito mais que apenas transmitir conhecimento, em alguns casos o professor, que é visto por ser o detentor de toda a sabedoria, precisa rever seus conceitos de aprendizagem e ensinamentos, estudar novas formar de alcançar seus objetivos, sendo um destes objetivos que o aluno não deve somente armazenar informações. O professor pode ensinar ao aluno a trabalhar e utilizar as informações para o desenvolvimento intelectual, afinal o aluno que aprende a memorizar, significa que tenha conhecimento? Significa ser inteligente? E o Professor? Este é o maior desafio para um professor: não se resumir em somente dar aulas, mas sim promover a autonomia intelectual dos alunos, que garante a prontidão para aprendizagem permanente.
2.1 O Adolescente X O Professor
A adolescência tem que ser compreendida como um processo bio-psico-social e não somente como uma época de imaturidade em busca da maturidade. É uma atitude muito simplista rotular os adolescentes, especialmente os alunos do ensino médio, como indivíduos imaturos que precisam ser submetidos a regras muito rígidas.
A adolescência é uma fase de conflitos internos e o interesse para aprender algo escolar muitas vezes não é despertado, até porque estão em fase de transição e não observam algumas vezes a importância desse estudo. A motivação principal de ir à escola é encontrar os amigos ou seu parceiro(a). Para atingir esse jovem só o diálogo profissional não resolve, outras estratégias têm que ser colocadas em prática como por exemplo a afetividade com o aluno, a criação de um vínculo.
Outro ponto de bastante relevância é o fator familiar, a família do educando pode estar passando por situação financeira complicada, brigas familiares, ou vícios. Podem estar em processo de separação ou já estão separados
Nogueira (1999) relata o relacionamento familiar com essa perspectiva:
Cada família transmite a seus filhos, mais por vias indiretas que diretas, um certo capital cultural e um certo ethos, sistemas de valores implícitos e profundamente interiorizados, que contribui para definir, entre coisas, as atitudes face ao capital cultural e à instituição escolar. A herança cultural, que difere, sob dois aspectos, segundo as classes sociais, é a responsável pela diferença inicial das crianças diante da experiência escolar e, consequentemente, pelas taxas de êxito (NOGUEIRA, 1999, p.41, 42).
Sendo assim, se o relacionamento da família é abalado de alguma forma, o aluno sofrerá algum tipo de dano (psicológico, físico ou emocional) e isso irá refletir no seu ambiente acadêmico. Para compreender o educando hoje, não se pode deixar de observar como está sua família e o meio em que ele vive.
É preciso salientar que o estudante não tem problemas específicos com a autoridade exercida pelos professores. O problema está em como essa autoridade é exercida. A autoridade não pode ser imposta a qualquer custo, ela deve ser conquistada e seu alicerce tem que ser o respeito e confiança.
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