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A Supervisão Escolar

Por:   •  5/4/2019  •  Projeto de pesquisa  •  7.915 Palavras (32 Páginas)  •  204 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O ser humano é um ser social, não vivemos sozinhos, ainda mais nessa era tecnológica, com a invenção das redes sociais, essa tarefa ficou ainda mais difícil, por mais que a pessoa queira isolar-se, não é uma tarefa tão fácil, sendo assim o Supervisor Escolar, é um profissional de enorme relevância na unidade escolar, e sua atuação não é somente burocrática, antes imaginávamos o supervisor escolar, como um ser sisudo, autoritário, somente dava ordens e em nada, ou muito pouco contribuía com a dinâmica da escola, sua atuação, visita, colocava medo nas pessoas, assim de pouco servia a figura do supervisor escolar.

1. O SER HUMANO E A CONSTRUÇÃO DO SABER

Passou o tempo, veio a modernização das máquinas, revolução industrial século XVIII, advento da indústria, onde a sociedade saiu do modo de vida feudal e passou a industrialização, temos esse profissional como um observador, de grande visão, mas nessa época nossa escola era tradicional, com a perspectiva de formar trabalhadores para a indústria, o chão de fábrica, e o pensamento abstrato, refinado, as posições superiores, as profissões de grande destaque sobravam para as elites e o pobre sempre ficava em 2º plano, no decorrer dos séculos nossa educação passou do modo tradicional com o professor no centro do processo, onde sua voz e presença, tinha o poder, e avançamos com o advento da indústria a educação tecnicista, onde a ideia era a de desenvolver os processos da melhor forma possível, o aluno era incentivado a realizar provas, ter conteúdo e notas e assim somente seu rendimento era observado, o seu lado pessoal, emotivo, era descartado, o educando era analisado de forma quantitativa.

Complementando essa visão tecnicista, para efetivar o seu projeto educacional, a ditadura se utilizou da violência, mas também promulgou leis e decretos buscando criar uma aparência de legitimidade para suas imposições. Nesse contexto, três leis foram fundamentais: a Lei nº 5379/67, que criou o Movimento Brasileiro pela Alfabetização – Mobral; o Decreto-lei nº 869/69, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de disciplinas da área de Educação Moral e Cívica nas escolas; e por fim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – 5692/71, que normatizou a reforma do ensino de 1º e 2º graus.

Tais leis buscavam tornar a educação mais adequada ao modelo econômico adotado pelos militares. Eles se preocuparam em criar um sistema de ensino que atendesse às necessidades do desenvolvimento capitalista, por meio da qualificação técnica da mão de obra, ainda que em patamares mínimos. Ao mesmo tempo, pretendia-se garantir que a escola fosse uma difusora privilegiada dos valores conservadores do regime, desde o início da escolarização.

Para receber essa qualificação mínima, as crianças, adolescentes e jovens das camadas mais pobres da população precisavam estar na escola – mas não estavam. Assim, os militares se propuseram a universalizar o ensino de 1º grau, dos 7 aos 14 anos (equivalente ao atual Ensino Fundamental), com a ampliação do número de vagas nas escolas, mas não se preocuparam em aumentar as verbas para a educação básica. Foi o início do processo de precarização da escola pública, que ainda tem reflexos nos dias atuais.

O ensino de 2º grau, correspondente ao atual Ensino Médio, não era obrigatório e muito menos universalizado, e também foi reestruturado. A ditadura realizou sua expansão com destaque para o ensino técnico. Esperava-se que os alunos dos cursos profissionalizantes, em sua maioria jovens pobres, pudessem atender a demanda das novas fábricas que se instalavam no país e precisavam de “peões” mais qualificados.

Não estava nos planos da ditadura que esses alunos almejassem prosseguir nos estudos com vistas ao ensino superior, mesmo porque as vagas nas universidades públicas eram limitadas e os projetos para o ensino superior eram elitistas.

Tanto a ampliação de vagas no 1º grau quanto o estímulo à formação profissionalizante de 2º grau esbarraram na falta de professores capacitados. E as universidades estavam longe de conseguir formar profissionais em quantidade suficiente para suprir as necessidades previstas na lei 5692/71. A “solução” foi baixar o nível de requisitos para o exercício da docência, tornando comum que as escolas contratassem professores sem formação completa. a educação básica foi profundamente afetada pela ditadura militar. Logo de início, educadores e estudantes foram perseguidos, calados, expulsos, presos, exilados e alguns assassinados. Com isso, o governo autoritário abria caminho para a aplicação de suas políticas educacionais, que possuíam dois grandes objetivos: o primeiro era a formação da mão de obra adequada ao modelo de desenvolvimento econômico dos militares. O segundo era a difusão de uma ideologia favorável ao regime entre as crianças e adolescentes, começando por impor aos jovens um padrão de comportamento regrado e obediente. Estes aspectos se interligavam, pois uma rígida disciplina escolar, baseada no medo, poderia fortalecer a obediência social no ambiente de trabalho e promover o aumento da produtividade na economia, diante desse cenário A expansão do sistema escolar público, com vistas à universalização do 1º grau, era uma exigência importante do desenvolvimento do capitalismo monopolista e foi a principal medida da Reforma do Ensino na ditadura. De fato, a rede de escolas expandiu-se significativamente no período. Mas esse crescimento não foi acompanhado dos investimentos necessários. Tanto assim que, em 1982, quase no final da ditadura, o Banco Mundial divulgou um estudo em que o Brasil aparecia como o país da América Latina com menor percentual de gasto público na educação: apenas 6,5% do PIB. O Haiti, penúltimo colocado da lista, gastava 11,3% (dados do PNAD, The World Bank, 1982).

Os resultados dessa política desastrosa foram a rápida deterioração da qualidade do ensino, a drástica redução nos salários dos professores, a contratação de docentes sem formação adequada, e também a falta de materiais básicos requeridos no cotidiano escolar.

Não era incomum, por exemplo, que em algumas regiões do país fossem contratadas pessoas que tinham apenas o 1º grau completo para lecionar neste mesmo nível de ensino. A situação não era melhor no 2º grau profissionalizante, chegando-se ao ponto de alunos terem de desenhar o teclado das máquinas de escrever em folhas de papel para que pudessem realizar as tarefas da aula de datilografia, pois as escolas não possuíam tais máquinas.

É importante lembramos que antes do golpe de 1964, a escola pública no Brasil era voltada para a formação das elites dirigentes e das camadas sociais dominantes. É comum ouvirmos dos mais velhos que a escola pública, no passado, tinha “mais qualidade”. Essa afirmação se refere a uma escola sem a presença das classes trabalhadoras. Ou seja, antes da ditadura, a escola pública era uma instituição que recebia maiores investimentos estatais e tinha objetivo de formar os melhores gerentes do status quo.

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