A VISÃO DAS DIVERSAS CIÊNCIAS QUE ESTUDAM A CRIANÇA, A INFÂNCIA E FAMÍLIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA

A VISÃO DAS DIVERSAS CIÊNCIAS QUE ESTUDAM A CRIANÇA, A INFÂNCIA E FAMÍLIA.

Trabalho apresentado à professora

Maria de Lourdes Mattos Barreto

 como exigência da disciplina

ECD 796 – ECD- 796 Bases teórico-Metodológicas

da pesquisa com crianças e famílias

Aluna: Cristiane Lopes Rosado

VIÇOSA-MG

JULHO /2010

A VISÃO DAS DIVERSAS CIÊNCIAS QUE ESTUDAM A CRIANÇA, A INFÂNCIA E FAMÍLIA.

Resumo: Este artigo apresenta reflexões conceituais e teórico-metodológicas consideradas relevantes no planejamento de pesquisa com famílias e crianças. Evidenciam-se as conseqüências da transição paradigmática da ciência na produção de conhecimento relacionada à família e a criança, principalmente, na variação dos objetos de estudo e estratégias de investigação. Frente à complexidade do tema família e criança, para a qual encaminhar-se uma multiplicidade de olhares teóricos possíveis e de visão das varias ciências, surge à necessidade do uso adequado e combinado de diferentes estratégias e instrumentos metodológicos.

O fato de que a visibilidade social da criança, ou seja, o lugar e o papel que a criança ocupa na sociedade, bem como a percepção de suas peculiaridades, decorre do contexto histórico, social e ideológico e reflete-se no atendimento às suas necessidades de desenvolvimento e educação.

O artigo tece um painel teórico parcial dos estudos sobre (e com) crianças nas ciências sociais e em vários campos da ciência abrindo um dialogo entre a Psicologia, a sociologia, a Antropologia, a História, a filosofia e a Educação.

No entanto, o texto pretende levantar algumas discussões mais gerais relevantes para a pesquisa das ciências que realiza estudos com as crianças e com as famílias, como a definição e os usos dos conceitos de cultura e de sociedade.

Palavras-chave: Criança, infância, família, pesquisa com crianças, visão das várias ciências sobre o tema .

Introdução

 Este artigo faz parte de uma revisão bibliográfica apresentada através de textos do programa da disciplina ECD- 796 Bases teórico-Metodológicas da pesquisa com crianças e famílias e de textos que complementam a temática .

 “A fascinação pelos anos da infância, um fenômeno relativamente recente” (Heywood, 2004, p.13), fez com que o conceito de infância sofresse alterações significativas ao longo da história. Compreender o que foram esses conceitos, analisando a infância do ponto de vista histórico, pode nos revelar muito sobre a sua situação nos dias atuais.

Como pudemos perceber, a maneira como a infância é vista atualmente é conseqüência das constantes transformações pelas quais passamos, e que é de extrema importância nos darmos conta destas transformações para compreendermos a dimensão que a infância ocupa atualmente. “Este percurso (esta história), por outro lado, só foi possível porque também se modificaram na sociedade as maneiras de se pensar o que é ser criança e a importância que foi dada ao momento específico da infância” (Bujes, 2001, p.13).

Segundo Áries (1976) a concepção de infância não é um fenômeno natural, mas é fruto de uma longa construção sócio-histórica da sociedade moderna e contemporânea. Até por volta do século XVI à criança ainda era vista como um grupo de "adultos em miniatura" que não possuía grande importância na sociedade da época. Na idade média a infância terminava aos sete anos de idade, pois era nesta idade que a criança passava a ler e escrever, dominando a palavra ela, teoricamente, passaria a compreender o mundo adulto. A criança passa a não ser vista mais como, uma miniatura do cosmos adultos, bem ao contrário, um ser humano de pouca idade que constrói seu próprio universo, capaz de incluir lances de pureza e ingenuidade, sem eliminar, todavia a agressividade, resistência, perversividade, humor, vontade de domínio e de mando.

As crianças mostram suas compreensões de mundo na contemporaneidade e compreendem sua participação neste mundo de uma forma bastante lógica e criativa. Elas acompanham as transformações históricas e sociais e também produzem mudanças, configurando-se assim agentes ou atores históricos e sociais.

Todos esses campos reforçaram a necessidade de pesquisas que permitissem conhecer as crianças. Diante dessa multiplicidade de áreas do conhecimento e diante da diversidade de linhas teóricas dentro de cada área, a infância é hoje um campo temático de natureza interdisciplinar, e essa visão se difunde cada vez mais entre aqueles que pensam a criança, atuam com ela, desenvolvem pesquisa e implementam políticas públicas. O campo não é uniforme nem unânime, felizmente. Diversos são os modos de ler e se apropriar das teorias; diversas são as portas de entrada, as abordagens, as posições, temas de interesse, estratégias.

Nesse contexto, muitos pesquisadores têm buscado conhecer a infância e as crianças com um conceito de infância e uma prática de pesquisa que podem ter enfoques teórico-metodológicos diversos, mas com os quais as crianças jamais são vistas ou tratadas como objeto à criança e vista como parte integrante e como um sujeito ativo.

O campo de estudos sobre a infância a partir de uma perspectiva sociológica, antropológica, Psicológica, Historia e na educação é relativamente recente. Em conseqüência disso, pode-se dizer que a literatura sobre o tema não é extenso. Ademais, os pesquisadores não estão de acordo em vários pontos, inclusive sobre a própria história dos estudos sobre criança. Neste texto, apresentarei uma seleção de algumas idéias e alguns pesquisadores da infância da criança, e da família com o intuito de realizar um breve histórico do tema, concentrando-me principalmente na literatura produzida no Brasil. No entanto, o levantamento não se pretende em concordar ou discordar dos autores e sim mostrar um pouco mais sobre as pesquisas realizadas pelas ciências em relação ao tema.

O artigo tem por objetivo revisar a literatura estudada sobe o tema proposto pela disciplina ECD- 796. Através da revisão procurarei colocar não só os autores estudados, mais outros que abordam a mesma temática proposta pela disciplina.

O primeiro é sobre infância: a infância é socialmente construída em todos os níveis e isso tem implicações em como ela é estudada e teorizada. A segunda é sobre criança: deve-se reconhecer seu status e os seus direitos como o ponto de partida para a pesquisa. Em terceiro a Família e sua importância social.