A comunicação e a produção de conhecimentos

A comunicação e a produção de conhecimentos

Os atos de ler e escrever e a diversidade de textos, em diferentes linguagens, fazem parte do seu cotidiano, enquanto universitário(a). A aprendizagem continuada destes atos ocorre em cada momento de diálogo e leitura, de questionamentos e confrontos, em todas as atividades que se desenvolvem nos espaços da vida acadêmica.

O domínio que cada pessoa tem das diferentes formas de expressão em Língua Portuguesa colabora para a contínua aprendizagem de processos e de fenômenos nas diversas áreas do conhecimento.

Para isso, é importante estabelecer alguns objetivos em seus estudos, que contribuem para a sua formação pessoal e profissional. Entre eles destacamos:

• ampliar o domínio que você tem da leitura e da escrita em Língua Portuguesa;
• identificar as variedades de uso da Língua Portuguesa para a expressão de seus conhecimentos sobre as ciências e a cultura;
• aplicar as técnicas de expressão falada e escrita nas situações de diálogo e de exposição de ideias, de sentimentos, por meio de textos orais e escritos;
• comunicar-se adequadamente, em Língua Portuguesa, nas modalidades oral e escrita, no contexto das relações familiares, acadêmicas e profissionais.

Se prestarmos um pouco mais de atenção em nossa volta, veremos uma quantidade enorme de elementos que levam o homem a sempre produzir linguagem, e essa linguagem se dá a partir da relação, por exemplo, entre o ser humano com as coisas ou pessoas que o rodeia.

Sabemos que a palavra linguagem se refere a toda forma de comunicação existente entre os seres, tanto humanos quanto animais. Em uma colmeia, por exemplo, há comunicação entre todas as abelhas que a compõe, de forma a manter a harmonia entre as funções daquelas que cuidam dos ovos produzidos pela rainha, das que cuidam de produzir o alimento, e assim por diante. Portanto, podemos dizer que, se há comunicação entre as abelhas, então há produção de linguagem.

A linguagem produzida pelos seres humanos é bem mais complexa que a produzida pelos outros seres da natureza. Enquanto os animais produzem linguagem com um determinado fim, por exemplo comunicar onde existe alimento, o homem produz várias linguagens, para inúmeros fins.

Em nosso dia a dia, há uma série de elementos, chamados de signos, que nos trazem informações sobre alguma coisa. Vamos citar um exemplo simples, retirado de uma cena cotidiana: no meio urbano, ao sair de casa, você sabe, pelos sinais de trânsito, se poderá passar por uma rua em determinado sentido, ou se poderá estacionar o carro em determinado local. Isso é possível porque em algum momento houve um acordo entre os indivíduos de nossa sociedade estabelecendo que o sinal ↑ traz, no trânsito, a informação de que é permitido seguir por aquela rua.

Em uma abordagem geral das teorias da comunicação, podemos dividir a linguagem em duas grandes categorias:

• a linguagem verbal
• a linguagem não verbal.

A linguagem verbal compreende toda a comunicação que ocorre entre os indivíduos por meio de textos verbais, sejam esses textos escritos ou orais. Exemplificando: entrevista, debate, relatório, monografia, resenha, contos, poemas, entre outros.

Já a linguagem não verbal compreende toda comunicação em que há a ausência do elemento verbal. Exemplificando: quando você vê que está prestes a chover devido à coloração e a determinado formato que as nuvens assumem. Os sinais de trânsito, os signos visuais para expressar silêncio, proibido fumar, e também as obras de arte são exemplos de linguagem não verbal.

Ao olharmos para uma obra de arte, mesmo que não tenhamos conhecimento teórico para analisá-las, nossa percepção é automaticamente aguçada, e sem perceber começamos a buscar sentidos na obra de arte, tentando entender não o que o autor quis dizer, mas o que ela significa para nós. Isto é uma forma de comunicação, porque a obra nos passa uma mensagem e é não verbal porque essa comunicação não se utiliza de palavras, mas de percepções.

A linguagem não verbal não é composta apenas de elementos estáticos como obras de arte, sinais de trânsito e fotografias. Também, a produção de qualquer forma de movimento que nos leva a produzir sentidos constitui uma forma de linguagem não verbal.

 

Atenção!

Veja que há uma grande diferença entre um movimento qualquer e um movimento que carrega sentido.

Imagine que você esteja em casa sozinho(a). O simples fato de você levantar o braço com o dedo indicador apontando para cima constitui um movimento, mas esse movimento pode não ter nenhum sentido, pois não transmite uma mensagem a ninguém. No entanto, esse mesmo movimento, dentro de uma sala de aula, passa ao professor a mensagem de que aquele aluno que levanta o dedo deseja algo como fazer uma pergunta sobre o conteúdo, ou pedir permissão para sair de sala. Esse mesmo movimento de levantar o dedo, se feito perto de outras pessoas, em baixo de uma árvore, passará a mensagem de que há algo em cima da árvore como frutas ou outra coisa que tenha despertado a curiosidade.

Outra forma de linguagem não verbal são os sons que transmitem uma mensagem em dado contexto, sem fazer o uso da palavra. Voltemos aos nossos exemplos cotidianos. Se você tomar um apito e de repente apitar dentro do quintal de sua casa, o som emitido será apenas um som produzido por um apito. Não tem sentido específico. Porém, o som desse mesmo apito, em uma partida de futebol, transmite uma mensagem, que pode ser uma falta, um impedimento, entre outras coisas. A música é outro exemplo, porque é um som que faz sentido e os diferentes sons estão inseridos em um contexto. Quando uma pessoa diz que não gosta de determinada música porque essa música é triste, é porque houve uma mensagem transmitida pela música e que a remete a um contexto,  a uma determinada situação.