A escola e o processo de aprendizagem

“A Escola e o processo de ensino aprendizagem, educar para autonomia ou para submissão”.

Através de citações entre os filmes, “Entre os Muros da Escola”(2008) e “Escritores da Liberdade”(2007), pode-se identificar as teorias curriculares envolvidas na prática dos docentes, a partir das categorias: função da escola, conhecimentos, relações de poder, organização curricular, postura do professor, aluno, relação professor e aluno, cultura, diversidade e o espaço físico escolar. E, a partir desses paradigmas discutir sobre a escola que temos e a escola que queremos.

O filme francês “Entre os Muros da Escola”, podemos observar a função da instituição escolar, como uma simples reprodutora do conhecimento adquirido, sendo transmitidos descontextualizados da realidade e cultura dos educandos. Como exemplo pode-se citar o momento que uma aluna questiona o uso do modo “imperfeito do subjuntivo” no seu cotidiano, alegando que ninguém fala naquele tempo, e o professor só explica que a linguagem é uma maneira diferente de falar, mas não exemplifica em qual situações são usados e nem sua finalidade. Em outra ocasião a aluna diz ao professor que não aprendeu nada e foi promovida, ocorrendo assim a memorização do conteúdo e não o seu entendimento.

No filme “Escritores da Liberdade” observamos a função escolar apresentada de maneira tradicional com relação a escola. Podemos observar esta questão na prática docente exercida na ocasião pela professora Gruwell, mesmo sem o aval da direção ela busca uma emancipação do educando e a formação da criticidade social, respeitando os saberes pré existentes de cada aluno. No filme isto se torna visível na cena que ela utiliza o gênero musical rap, para ensinar poesia e o conceito de rima interna.

Tratando dos conhecimentos explícitos nos filmes podemos destacar no primeiro como saberes valorizados os da cultura branca europeia, ou seja os ideias da elite francesa. Em “Escritores da Liberdade” isso também acontece, mas com a atuação da professora Gruwell houve quebra de paradigmas, ou seja, observando grandes problemas sociais de seus alunos ela resolve adotar novos métodos de ensino, valorizando assim as pessoas aos seus saberes. Os conhecimentos são transmitidos de forma a levar a uma atitude reflexiva e ligados a realidade de vida dos alunos.

Como oposição temos o professor Marin, um ser absoluto em sala de aula, sua autoridade é indiscutível, um ditador autoritário. Em suas aulas é preciso pedir para se levantar, a presença do diretor é igualmente poderosa. Através disso percebe-se que a escola tem o controle sobre o aluno, sendo esse o seu comportamento no meio social, com igual respeito e submissão.

No filme “Entre os Muros da Escola” o aluno é visto como objeto do ensino; onde cabe a ele somente ouvir, memorizar e reproduzir aquilo que foi estudo em sala de aula, tendo um comportamento adequado, quieto e submisso e só se posiciona se for solicitado. A relação professor e aluno mantém um distanciamento do educando, detendo o poder decisório quanto a metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula, etc.

No filme “Escritores da Liberdade”, na questão de relações de poder, o professor é o detentor do saber e ainda encontramos separações, como a sala dos alunos mais avançados, ou seja, a sala dos melhores. Mas encontramos outra realidade na sala da professora Gruwell, formada por alunos infratores que vieram do reformatório e considerados casos perdidos. A educadora tem uma visão construtivista na relação professor e aluno, se tornando aberta no ponto de vista do educando, propiciando assim uma troca de conhecimentos e reflexão de conteúdos, criando desta forma uma prática transformadora, que busca desmitificar e questionar junto com os alunos. Isso mostra o exemplo de uma professora não autoritária que procura ser mais como uma mediadora, orientadora do conhecimento entre os educandos e preocupando com a formação de um vínculo afetivo.