A importancia do sitio do picapau amarelo para a educação
Por: eglenick • 28/11/2020 • Trabalho acadêmico • 3.138 Palavras (13 Páginas) • 494 Visualizações
PROJETO E PRÁTICA DE AÇÃO PEDAGÓGICA
A importância de Monteiro Lobato e O Sítio do Picapau Amarelo para a educação
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA CRIANÇA E DA LITERATURA INFANTIL 5
CAPÍTULO II – MONTEIRO LOBATO 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
INTRODUÇÃO
A literatura infantil é um ramo dedicado especialmente às crianças. Nela se incluem histórias fictícias, biografias, novelas, séries, poemas, obras folclóricas ou obras de um contexto real.
Neste trabalho, vamos contextualizar os aspectos da criança ao longo da história. Além disso, a linha do tempo da literatura infantil.
Trataremos da literatura infantil escrita por Monteiro Lobato, suas principais obras e sua importância para a Educação, especificamente O Sítio do Picapau Amarelo, resgatando as cantigas de roda, as brincadeiras, os brinquedos de época e os jogos folclóricos, refletindo sobre as possibilidades que isso pode trazer para o desenvolvimento da criança, principalmente se tratando dentro da sala de aula.
O Sítio do Picapau Amarelo é uma série de 23 volumes, escrito pelo autor brasileiro Monteiro Lobato. Os livros contêm personagens comuns e folclóricos, com uma ficção infantil que aborda questões da infância como questionamentos e brincadeiras faz-de-conta, típicos desta fase.
Com o estudo do Sítio do Picapau Amarelo pode-se valorizar as expressões folclóricas, como forma de preservação do conhecimento popular e resgate da identidade cultural brasileira, integrando as diversas áreas de estudo, além de trabalhar diversas questões de crítica e de reflexão.
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA CRIANÇA E DA LITERATURA INFANTIL
Escrever sobre a história social da criança é muito mais que compreender como, cronologicamente, os fatos ocorreram; é entender que, ao longo do processo histórico mudou-se a mentalidade e a concepção de infância em nossa sociedade.
Iniciaremos com a história da criança na Europa. Segundo Freitas (2009), no final da Idade Média a criança era considerada um adulto em miniatura. Não eram percebidas, nem ouvidas, vistas apenas como um indivíduo que precisava de certa atenção, sendo inocente e dependente ou maduro o suficiente para fazer parte do mundo adulto.
A partir do momento em que as mães precisaram se ausentar do lar para trabalhar, terceirizaram o cuidado dos filhos, surgindo então os espaços assistenciais (charityschool). Isso se deu por mudanças econômicas, políticas e sociais, a partir do século XVIII, que trouxeram um “novo valor” para a criança. Com a necessidade de solidificar mais ainda a educação, foram criadas escolas, partindo então para uma visão de sujeito histórico, e não apenas como um ser anônimo.
A inserção da criança no mundo escolar se deu no início com objetivo assistencialista, cujo foco era a guarda, higiene, alimentação e os cuidados físicos. Apesar dessas características, Kuhlmann (2001) ressalta que essas instituições se preocuparam com questões não só de cuidados, mas de educação também.
Uma nova era na Educação só se deu início no final do século XVIII, com a Revolução Industrial. A escolaridade tornou-se obrigatória por ser reconhecida como de caráter relevante para o desenvolvimento social. Surgiu nesta época um maior interesse na Educação Infantil, principalmente por parte de médicos, como por exemplo, a médica psiquiatra italiana Maria Montessori (1879 – 1952). Montessori desenvolveu materiais adequados à exploração sensorial das crianças, visando o desenvolvimento de sua autonomia e independência. Neste momento também, foram difundidas novas vertentes escolares.
No cenário brasileiro, a história em relação à Educação Infantil está intimamente relacionada à condição social da criança. Embora no Brasil não tenha existido o regime feudal, antes da colonização existia a Educação Tribal, também conhecida, como Educação Difusa (ARANHA, 2012).
Com a chegada dos colonizadores portugueses, o cenário da educação brasileira sofreu alterações, por passarem a residir no Brasil muitas crianças de várias classes sociais e nacionalidades. A Educação ficou por conta dos padres jesuítas que foram encarregados do ensino durante o período de 1599 a 1759, também na tentativa de educar as crianças indígenas segundo o cristianismo, assim como eram educadas as crianças portuguesas. Isso para que os indígenas fossem colonizados sem muita oposição.
Os jesuítas foram os primeiros professores do Brasil, mas o processo educativo formal, com o intuito da disseminação da leitura e escrita, era disponibilizado apenas para as crianças brancas da elite. As crianças negras não recebiam educação formal, ao contrário, eram separadas dos pais e vendidas a outras famílias para trabalhar.
Ressaltamos que a história social da criança brasileira tem seu início pautado no cenário de dependência da colônia, da escravidão negra africana, da tentativa de reeducar os indígenas e, entre outros fatores, da organização social difundida pela metrópole portuguesa.
A partir do Período Republicano Brasileiro (1889), surge uma nova visão da infância e da adolescência, dando o início a discussões referentes a esses temas, segundo as autoras Elisa e Solange pode-se afirmar que ocorre a partir do século XX uma valorização do sujeito criança, e é a partir desse momento, que a infância passou a ser conhecida e construída como um período da vida em que o ser humano possui necessidades específicas, peculiares ao período em que se encontra. A criança passa a ser reconhecida explicitamente como sujeito de direitos, pela sociedade e Estado, por meio das leis e estatutos de proteção e amparo a criança e ao adolescente (SCHULTZ; BARROS, p. 2, 2011).
Na atualidade, a concepção de infância se constitui como resultado das transformações socioculturais, psicológicas, econômicas e políticas ocorridas ao longo dos tempos, no cenário internacional e nacional, sendo entendida como um ser que pensa e sente de forma diferente dos adultos, que está em desenvolvimento e que vive, convive e interage em um meio social segundo seus recursos já desenvolvidos.
Em meio à história da trajetória da concepção de infância e de reconhecimento da criança, escrevemos a seguir sobre a importância da literatura infantil para o desenvolvimento infantil.
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