A leitura como fonte de inclusão social dos discentes da EJA
Por: mariaednagarcia • 18/8/2016 • Artigo • 5.898 Palavras (24 Páginas) • 409 Visualizações
MARIA EDNA GARCIA CARVALHO
FABIANY MARIA DOS SANTOS
A LEITURA COMO FONTE DE INCLUSÃO SOCIAL DOS DISCENTES DA EJA
Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação Lato Sensu da Faculdade Iguaçu, Capanema- PR, como requisito parcial para obtenção do Titulo em Educação de Jovens e Adultos sob a orientação da Professora Especialista Denize de Souza Franção.
UBIRATÂ – PR
2011
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade compreender a trajetória histórica da modalidade de ensino EJA, apresentando algumas mudanças na metodologia diferenciada deste ensino em relação ao ensino regular, para atender a necessidade do grupo de jovens e adultos trabalhadores de baixa renda, buscando também entender em que aspecto EJA pode ser considerado um programa de inclusão. Esta política de ensino busca atender e compreender as dificuldades dos discentes na inserção do mercado. Assim, apresenta a forma e as perspectivas de elevação cultural e profissional que esta oferece ao jovem e adulto trabalhador na busca da melhor qualidade de vida. Apresenta também, que esta modalidade de ensino EJA, ainda depara com dificuldades políticas no sentido de sua ampliação e divulgação, porém mesmo assim pode tornar o educando melhor formado. Foca também a necessidade de formação do profissional docente para ministrar esta modalidade de ensino. Para esse estudo foi realizado uma pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave: EJA, , Trabalhador, Mercado.
INTRODUÇÃO
A proposta é fazer um resgate histórico da Educação de Jovens e Adultos – EJA –, procurar evidenciar a trajetória dessa modalidade de ensino no Brasil, que têm passado por várias turbulências e falta de políticas públicas. Observando as transformações sociais, políticas, econômicas e culturais do mundo contemporâneo, constata-se que a instituição escolar também tem passado por constantes transformações, pois a transformação tecnológica e a busca de melhores condições sociais para todos fundamentam-se na vida escolar e, na educação do cidadão, neste caso, o jovem e adulto trabalhador.
Desta forma, será apresentado o histórico da EJA, enfocando os principais fatores que são necessários para avaliar a trajetória dessa modalidade de educação e a suma importância da leitura como principal fonte na inclusão de jovens e adultos trabalhadores de baixa renda, pois através desta adquiri-se conhecimentos, podendo então integrar-se no mercado de trabalho com finalidade de melhorar sua qualificação profissional e conseqüentemente elevar a sua qualidade de vida.
Para desenvolver a trajetória da modalidade EJA, faz-se necessário entender que a educação é a base, a raiz para a transformação do ser humano, na sua realização profissional e pessoal, para então galgar novos degraus que o levarão a melhores condições sociais nessa sociedade que enfrenta grandes problemas devido à desigualdade social do país.
A pesquisa consiste em uma abordagem histórica sobre a EJA, enfocando sua trajetória no decorrer dos anos, estabelecendo sua importância como forma de educação a jovens e adultos. Contou como metodologia a pesquisa bibliográfica, visando estabelecer vínculos com a EJA nos dias de hoje.
2 AS TRANSFORMAÇÕES E HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL
Esse capítulo tem como objetivo fazer um resgate histórico da EJA no Brasil enfocando os períodos de transformações ocorridas no ensino de jovens e adultos trabalhadores. A educação no Brasil Colonial a jovens e adultos estava mais ligada à religiosidade do que no âmbito educacional. Dessa forma a educação brasileira era privilégio da elite, por esse motivo o papel do estado quase não se fazia presente, uma vez que se tratava de uma cultura escravista com predomínio do autoritarismo, portanto, mesmo que a constituinte determinasse a educação como direito de todos na prática não se realizava.
Na década de 1930, os formuladores de políticas educacionais tomaram a alfabetização de adultos como aquisição de um sistema de código alfabético, com o objetivo de levar a população apenas adquirir a prática da leitura e da escrita.
... Os formuladores de políticas e responsáveis pelas ações tornam a alfabetização de adultos como aquisição de um sistema de código alfabético, tendo como único objetivo instrumentalizar a população com os rudimentos da leitura e escrita. A principio, para que os colonos pudessem ler o catecismo e seguir as ordens da corte, depois para que pela leitura e escrita houvesse uma melhor adaptação dos trabalhadores às tarefas exigidas pelo estado...(MOURA, 2006, p.18)
Posteriormente o país, sob a ditadura de Vargas, buscava a formação de um estado moderno nacional. Neste período, promoveu à expansão do sistema educativo, sendo de responsabilidade do governo federal a oferta do ensino gratuito, bem como a ampliação da educação e definição de diretrizes educacionais para todo o país, e seria de responsabilidade dos Estados e Municípios que o programa funcionasse.
Em 1945, após a segunda Guerra Mundial, a criação da UNESCO e da SENEA, contribuíram de forma positiva para o surgimento de discussões e implementações de ações referente à redução do analfabetismo, dando início também a campanhas voltadas para o melhoramento da educação de jovens e adultos, aperfeiçoamento profissional e ao desenvolvimento comunitário. Porém, essas campanhas foram extintas no final dos anos 1950, permanecendo apenas o supletivo, o qual foi assumido pelos governos de Estados e Municípios.
Neste período a Educação de Jovens e Adultos no Brasil ficou estagnada, passando do campo de ações para o campo das reflexões e discussões sobre o analfabetismo. O país neste momento encontrava-se em busca de um novo projeto pedagógico, então surgiu como referência os trabalhos de Paulo Freire, que passou a coordenar o “Plano Nacional de Educação de Adultos”. Para Paulo Freire era a grande oportunidade de transformar o quadro educacional no Brasil, no sentido de transformar qualitativamente a educação e não apenas quantitativamente como era a prática desenvolvida até então. O objetivo de Paulo Freire era desenvolver uma aprendizagem reflexiva, crítica e contextualizada, fazer com que o educando aprendesse não só a ler, escrever e contar, mas constituir um cidadão com formação de consciência crítica.
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