ANÁLISE CRÍTICA
Por: pollyanna32 • 31/5/2016 • Resenha • 1.208 Palavras (5 Páginas) • 742 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS- CECEN
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
PROFESSORA: IVA SOUZA
GRADUANDA: JULLYANNA BECKMAN - 1387102
ANÁLISE CRÍTICA
VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento – 2ª parte: Fundamentos Histórico- Antropológicos e Epistemológicos. 12 ed. São Paulo: Libertad Editora, 2004.
A presente obra, publicada por Celso Vasconcellos, oferece uma importante contribuição para uma visão livre de distorções quanto ao Planejamento Educacional até então vigente nas escolas de nosso país. A partir de sua análise histórica e epistemológica a respeito do Planejamento, o autor nos mostra como se deu esse processo em sua gênese.
A atividade de planejar, segundo ele, surgiu ao longo do processo de hominização, enquanto o homem se determinava como tal a partir de sua ação transformadora do espaço em que vivia, não se acomodando e ficando restrito à mera adaptação à natureza. Essas ações interventivas não eram impensadas. Pelo contrário, tinham um direcionamento e visavam um fim. É o que concorda Marx (1980, apud Vasconcellos, 2004) quando aborda o trabalho do homem como “atividade produtiva adequada a um determinado fim e que adapta certos elementos da natureza às necessidades particulares do homem”.
Essa ideia, já traz atrelada em si a concepção de planejamento. Segundo Konder (1981 apud Vasconcellos, 2004) “o ser humano [...] é capaz de antecipar na sua cabeça os resultados das suas ações, é capaz de escolher os caminhos que vai seguir para tentar alcançar suas finalidades”. Dessa forma, é entendível que o homem, desde a gênese de sua hominização, trouxe atrelado consigo o planejamento de suas ações que tinham como objetivo suprir suas necessidades. Necessidades essas, explicadas pelo autor sob o prisma da vontade (dimensões da existência: física, afetiva, intelectual, estética, espiritual, social, econômica, etc.) e/ou do desejo (pulsão, tendência).
A partir dessas atitudes que desencadearam grande transformações no ambiente em que viveram nossos antepassados até o espaço em que vivemos hoje, é que o homem se descobriu autônomo em relação à natureza. E junto com essa descoberta, se tornou autor de um novo universo, qual seja o mundo da cultura, do conhecimento e da significação das coisas e de sua própria existência.
O pensamento do homem, segundo Vasconcellos, passa por uma reconstrução onde o mesmo passa a pensar um objeto mesmo quando este não se encontra presente diante de si, tornando-o objeto de consciência, estabelecendo uma relação entre o real e o ideal. E é aí onde o planejamento tem uma forte base, na representação desde a elaboração até a realização de uma determinada ação.
O autor também apresenta três elementos básicos que constituem as dimensões de uma ação intencional: Necessidade; Objetivo; Plano de ação. Vasconcellos afirma que esses três elementos determinam a ação, e estão inter-relacionados pois o que faz com que o homem tenha conscientemente uma determinada ação é a necessidade, que o motiva a buscar algo (objetivo), de uma determinada maneira (plano de ação). Quando o autor fala de ação, deixa bem claro que é no seu sentido consciente e voluntário, ou seja, intencional, onde o sujeito sabe o quê e por quê está tomando determinada atitude. O autor também explica que a ação não é um mero reflexo do estímulo.
Como dito anteriormente, a Necessidade abordada pelo autor vem no sentido de vontade e desejo. E para confirmar a importância que esse fator tem para uma ação, Vasconcellos cita Leontiev (1978) “A primeira condição de toda atividade é uma necessidade”. É o que nos afirma a ideia de que o homem, desde o princípio, teve suas ações carregadas de um sentido, visando corresponder a uma carência. A importância da necessidade está no impulso de se agir em prol de uma falha, construindo novas possibilidades de “tapar” aquele vazio ou de substituir uma coisa, que não deu certo, por outra.
Em seguida o autor conceitua Objetivo como o “agir de acordo com finalidades que se propõe, mais ou menos explicitamente. ” (p.71). Reforçando sua ideia com o que explica Rubinstein (1967) “A peculiaridade específica da atividade humana consiste em que se trata de uma atividade consciente e orientada a um fim. ” E como Plano de Ação o autor determina como “os passos que o sujeito estabelece mentalmente como forma de atingir os objetivos.” (p.71) Após a conceituação desses três elementos, o autor passa para o Planejamento em uma perspectiva metodológica e dialética de transformação. Passa a se questionar sobre a relação entre planejamento e método, tendo em vista que a exigência de uma ação organizada.
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