ANTROPOLOGIA, CULTURA E EDUCAÇÃO
Por: Nandamarques • 11/1/2016 • Dissertação • 912 Palavras (4 Páginas) • 697 Visualizações
ANTROPOLOGIA, CULTURA E EDUCAÇÃO.
Ao longo dos anos muitas foram às discussões, e diversas atribuições foram dadas ao termo gênero, referindo-se as relações sociais desiguais entre homens e mulheres. Suas múltiplas facetas torna o conceito difícil de ser compreendido em sua totalidade, mas nas ultimas décadas o termo gênero vem sendo usado não apenas para designar indivíduos de diferentes sexos ou coisas sexuadas, mas sim como características que enfatiza a noção de cultura na esfera social.
Quando observamos que em nosso mundo há mulheres e homens e que estas e estes são diferentes entre si, nem sempre nos damos conta do longo processo histórico e cultural que os dividem em dois grupos. Constatamos com bastante facilidade que existem disparidades entre mulheres e homens: nos direitos e deveres, no acesso a postos de comando, no direito à opinião, nos salários e etc.
Além de categoria histórica, o conceito de gênero pode ser empregado também como uma categoria política para analisar a questão da igualdade e da diferença, apontando para uma nova perspectiva de interpretação.
Por “gênero”, eu me refiro ao discurso sobre a diferença dos sexos. Ele não remete apenas a ideias, mas também a instituições, a estruturas, a práticas cotidianas e a rituais, ou seja, a tudo aquilo que constitui as relações sociais. O discurso é um instrumento de organização do mundo, mesmo se ele não é anterior à organização social da diferença sexual. Ele não reflete a realidade biológica primária, mas ele constrói o sentido desta realidade. (SCOTT, 1998, p.15).
Em linhas gerais, gênero é uma categoria usada para pensar as relações sociais que envolvem homens e mulheres, relações historicamente determinadas e expressas pelos diferentes discursos sociais sobre a diferença sexual. Entender as relações de gênero como fundadas em categorizações presentes em toda a ordem social, permite compreender não somente a posição das mulheres, em particular, como subordinada, mas também a relação entre sexualidade e poder.
Desse modo, o conceito de gênero também nos ajuda a compreender que essa maneira de organizar a sociedade em feminino e masculino também gera preconceito e discriminação em relação aos homens. Do mesmo modo que a cultura constrói um jeito de ser feminino como sendo a maneira correta de ser mulher, constrói também um jeito de ser masculino, que é a forma ideal de ser homem.
Ainda se verifica na sociedade brasileira uma dose significativa de preconceitos e discriminações, pois todo aquele que fugir a um determinado padrão de consumo, de racionalidade, das preferências estéticas, de exercício da sexualidade, é alvo de preconceitos. “[...] além de negar esse estereótipo, é assumido como mecanismo psicológico, o insulto àquele que foge a regra e viola o perfil do ser masculino. As humilhações sexistas é um desses mecanismos”. (JUNQUEIRA, 2009).
Na escola não acontece o contrário, os sujeitos que fogem à norma e discrepem da maioria social, são colocados à margem. No âmbito escolar essa exclusão é refletida na elaboração do projeto curricular, no qual a atenção é voltada para a maioria, os quais são vistos como normais.
Segundo Junqueira, sobre o ambiente escolar:
“[...] configura-se um lugar de opressão, discriminação e preconceitos, no qual e em torno do qual existe um preocupante quadro de violência a que estão submetidos milhões de jovens e adultos LGBT – muitos/as dos/as quais vivem, de maneiras distintas, situações delicadas e vulneradoras de internalização da homofobia, negação, autoculpabilização, autoaversão. E isso se faz com a participação ou a omissão da família, da comunidade escolar, da sociedade e do Estado (JUNQUEIRA, 2009, p.15)
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