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APRENDENDO DE UMA FORMA LÚDICA: COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

Por:   •  9/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  6.151 Palavras (25 Páginas)  •  160 Visualizações

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APRENDENDO DE UMA FORMA LÚDICA: COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

Jessica Oliveira de Jesus¹

Renato Rodrigues²

RESUMO:

 

A presente monografia tem como objetivo principal dar destaque ao papel do brincar e do jogar dentro do processo da aprendizagem, dando a ele e verdadeiro valor como uma ferramenta educacional indispensável para o desenvolvimento cognitivo do aluno, bem como atenuante na absorção de informações e na maneira de solucionar conflitos.  Tendo isso em vista e observando-se que os jogos e as brincadeiras da cultura infantil são continuamente ignorados pelas instituições educacionais em geral, assim, objetiva-se ressaltar a relevância do aspecto lúdico para o aperfeiçoamento cognitivo e emocional da criança. Sendo assim, há a chance de demonstrar a possibilidade de uso da brincadeira na aprendizagem, abrindo espaço para uma reflexão teórica a respeito de usar o lúdico como instrumento primordial no processo de refinamento do conhecimento. Dessa forma, são demostradas as ideias fundamentais dos diferentes resultados que a brincadeira traz no fazer pedagógico e no crescimento humano com a finalidade de proporcionar ao profissional docente a reflexão sobre a aplicação do lúdico na formação, promovendo a autonomia intelectual da criança.

 

PALAVRAS-CHAVE: Brincadeira. Jogos. Aprendizagem. Lúdico

 

1 INTRODUÇÃO

 

Dentro da veracidade brasileira atual, as terminologias brincar, brinquedo e brincadeira são tidos como coisas imprecisas, o que nos faz perceber que há um nível baixo de conhecimento neste campo e desinformação significativa sobre o trajeto histórico em que estes termos foram compostos que englobam valores, maneiras de vida, num dado espaço que descreve uma cultura e expressa uma linguagem individual. O elemento lúdico ou ação lúdica  engloba o brinquedo, o jogo, o brincar e a brincadeira. Cada um destes fatores com uma determinada compreensão.  A visão sobre o que seria o brinquedo é muito abrangente dentro do aspecto lúdico, ele é observado como um objeto sobre o qual se declina à ação da atividade lúdica do brincar através da autossuficiência, imaginação e criatividade do indivíduo que brinca.  Tendo em mente como o brincar e o jogo são entendido, percebe-se que continuam sendo vistos como processos de mesma origem; porém, o brincar se compõe em ação, imitação, manifestação livre; O jogo por sua vez, estabelece-se num espaço de vivência distinto do universo comum, no qual o imaginário e a realidade se enredam e existe um conjunto de normas definidas que quando infringidas possa destruir este universo, que é um lugar de execução de habilidades adquiridas por experenciação e vivência.  No decorrer deste trabalho toma-se o elemento lúdico ou atividade lúdica ou recreativa e o brincar como termos sinônimos no tocante do espaço da ludicidade. O brincar é uma atividade fundamental ao ser humano. O homem sempre brincou sem diferença de regras, entre adultos, crianças e animais no percurso da história do homem. Sendo assim, a ludicidade conquistou um nível de excelência no aprimoramento dos vários fatores humanos. O artifício lúdico é componente desde o início da construção social e cumpre papel indispensável na construção da cultura e no aprimoramento humano em sua conjuntura. Sem dúvidas, o lúdico é um procedimento social, que antecede à cultura, o qual é fruto dos intercâmbios das sociedades humanas, que em seu fundamento encoraja ações e emoções que ultrapassam as necessidades momentâneas da vida humana.

 

2 O PRAZER EM PRENDER NA LUDICIDADE

 

2.1 O lúdico e sua origem

 

 Fortuna (2001) afirma que a origem da terminologia lúdico é oriunda da palavra latina "ludus" a qual faz referência ao jogo. Caso a palavra seja estudada isoladamente no que tange seu significado de origem, o termo lúdico estaria fazendo menção apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento natural.  A evolução semântica da palavra lúdica, contudo, não parou apenas nas suas origens e seguiu as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser caracterizado como traço essencial de Psicofisiologia do modo de agir humano. De maneira que a definição deixou de ser o somente sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica ultrapassam as demarcações do brincar voluntário. (FORTUNA, 2001). Percebeu-se e ultrapassando as necessidades básicas do psicológico e do físico, a ludicidade faz parte das práticas fundamentais da dinâmica humana, tendo como aspectos a autenticidade funcional e satisfatória. Sendo útil ele não deve ser confundido com o mero reincidente, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem esbanja movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de energia.  Pela ótica de Luckesi (2000) são as atividades lúdicas que oportunizam uma vivência efetiva, ou seja, em totalidade, em que a criança pode ser envolvida de maneira global, estando ajustável e saudáveis. Dessa forma, elas não são descobertas nos prazeres estereotipados, no que é dado pronto, pois, estes não possuem a marca da particularidade do sujeito que as vive.

 

Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivência, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida. (LUCKESI, 2000, p. 16)

 

Admite-se que uma aula com aspectos lúdicos não precisa ter somente jogos ou brincadeiras. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma ação lúdica do educador e dos alunos. Assumir essa postura implica sensibilidade, engajamento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, essencialmente, uma mudança afetiva.  Entende-se que o processo lúdico exige uma predisposição interna, sendo que é um processo que não pode ser adotado meramente pela adoção de novos significados e de saberes, ainda que estes sejam indispensáveis para o embasamento de uma nova visão referente ao tema. Uma fundamentação teórica embasada dá o suporte necessário ao professor para o entendimento dos porquês de suas ações. Trata-se de ir um pouco mais distante ou, talvez melhor dizendo, um pouco mais a fundo. Trata-se de formar novas atitudes, daí a necessidade de que os professores estejam integrados com o processo de formação de seus educandos. Isso não é simples, pois, implica romper com um paradigma, com um padrão já formado, já internalizado.  Percebe-se que quando a escola não esta organizada para abranger o lúdico como fundamento de aprendizagem ela comumente torna-se um ambiente onde a criança recebe os vários assuntos e conhecimento de forma passiva, sem haver a permuta entre professor e aluno para que o processo de aprendizagem seja decisivo e traga bons resultados, o que torna a escola um ambiente tradicional e inapropriado as necessidades reais e atuais dos alunos. Portanto é tão frequente ouvirmos falas que apoiam e enaltecem a importância do lúdico estar presente na sala de aula, e reclamações dos futuros educadores, como também daqueles que já se encontram exercendo a profissão, de que se fala da importância da ludicidade, se abordarem temas  de ludicidade, mas não se vivenciam atividades lúdicas. Falase, mas não se faz de verdade, não é tão simples uma mudança mais radical pelas próprias experiências que o professor tem ao longo de sua construção acadêmica.  Citando a percepção de Luckesi (2000), quando em uma sala de aula se tem o planejamento baseado no lúdico, convivesse com o inesperado, no qual o processo criativo norteia o modo como a aprendizagem deve ser guiada. Dessa forma, a centralização de transmissão de conhecimento que divide a sala em alunos bons e ruins torna-se arcaico, o que leva o educador a reconhecer a relevância de que o aluno tenha uma postura ativa nas condições de ensino, sendo sujeito de sua aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são rotineiramente estimuladas.  Entende-se que essas ações, geralmente, não são verdadeiramente instigadas no espaço educacional. As atividades lúdicas concedem que o indivíduo vivencie sua inteireza e sua autonomia em um tempo-espaço próprio, único. Esse momento de inteireza e encontro consegue gerar oportunidades de autoconhecimento e de maior consciência de si.

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