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ARTIGO AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS DOCENTES NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA

Por:   •  29/10/2021  •  Artigo  •  2.014 Palavras (9 Páginas)  •  183 Visualizações

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AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS DOCENTES NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA.[pic 1]

Elisângela Maria Teixeira [1]

RESUMO

O presente estudo visa abordar os principais desafios enfrentados pelo professor em suas práticas pedagógicas desenvolvidas com os alunos com o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) nas classes regulares. O objetivo geral é conhecer a prática docente direcionada aos alunos com autismo, e de forma mais específica, identificar as dificuldades que os professores encontram para a inclusão desses alunos na sala de aula, partindo do seguinte problema: Quais as principais dificuldades na prática pedagógica dos professores com relação aos alunos com autismo? A metodologia utilizada se deu por meio de abordagem qualitativa como pesquisa bibliográfica fundamentada nos autores: Cunha (2011); Silva (2012); Brentani (2013); entre outros teóricos que debatem a problemática. De maneira geral, o autismo é um tema ainda pouco conhecido pelos profissionais da área da educação e, por esse motivo, muitos professores encontraram diversas dificuldades em suas práticas pedagógicas com alunos autistas. Como resultado desse estudo, constatou-se que as principais dificuldades dos docentes são: desenvolver atividades que supram as necessidades da criança com autismo, lidar com seus comportamentos, bem como desenvolver estratégias de interação e comunicação com seus alunos autistas, causadas pelo desconhecimento e ausência de formação adequada (currículo pedagógico), que oriente sua prática pedagógica para realizar o ensino estruturado de modo a oferecer ao aluno a possibilidade de desenvolvimento. É preciso, pois, formar o professor dentro de uma perspectiva psicoeducacional adequada aos aspectos do transtorno, de forma a torná-lo mais capacitado para responder às demandas desse público.

Palavras-chave: Dificuldades dos professores. Inclusão. Autismo.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” visando garantir plena igualdade no acesso e permanência na escola, bem como inclusão de alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino (BRASIL, 1988).

Vale ressaltar que falar em Inclusão no contexto da escola significa discutir acerca inserção de todos os alunos, independente de condições sociais ou de seu desenvolvimento cognitivo, no contexto educacional regular, a fim de diminuir a segregação historicamente praticada com relação a esse grupo, bem como fomentar a socialização dessas pessoas dos diferentes contextos sociais.

Entretanto, é importante destacar que não é fácil conviver com a diversidade, e não é diferente quando se trata da inclusão dos alunos com necessidades especiais na educação regular. São muitos os desafios enfrentados pelo professor diariamente, por exemplo, docentes que possuem alunos com o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), cada vez mais frequente nas classes regulares das escolas públicas e particulares do país.

Dessa forma, se faz necessária essa discussão no sentido de contribuir na superação dessas dificuldades e caminhar para uma educação cada vez mais igualitária e inclusiva.

2. O AUTISMO: CONSIDERAÇÕES GERAIS

O termo Autismo é de origem grega que significa “de si mesmo”. Está dentro do grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro, conhecido como transtornos do espectro autista (TEA). O TEA é um conjunto de manifestações que afetam o funcionamento social, a capacidade de comunicação e o modelo padrão de comportamento, sendo em alguns casos, acompanhado de deficiência intelectual. O espectro é constituído por alguns transtornos, como o Autismo, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Rett, que fazem parte do CID 10 (classificação internacional de doenças) de Transtornos Globais de Desenvolvimento.

Segundo Silva (2012) “o autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 3 anos de idade e se prolonga por toda vida”. Afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento e dentre essas a mais afetada é a interação social. De acordo com Brentani (2013), o TEA refere-se a um grupo de transtornos caracterizados por um espectro compartilhado de prejuízos qualitativos na interação social, associados a comportamentos repetitivos e interesses restritos pronunciados, e descrito pela primeira vez pelo psiquiatra infantil Léo Kanner, na década de 40.

Para a ciência, o autismo ainda tem causa desconhecida.  Existe a hipótese de que é um fenômeno de causa genética, associada a mecanismos alérgicos não identificados e desenvolvidos ainda no útero durante a gestação.  Esses processos desencadeiam inflamação que altera o desenvolvimento do cérebro. Na tentativa de descobrir mais evidências científicas sobre as possíveis causas do autismo que a bióloga Patrícia Beltrão Braga e sua equipe, em parceria com o professor Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia desenvolveu o projeto ”A Fada do Dente”, onde arrecada dentes de leite de crianças com autismo e com as células da polpa do dente, realiza uma reprogramação celular, transformando-as em células-tronco que são diferenciadas em neurônios. Esse processo permitiu identificar diferenças biológicas

Ainda sobre as possíveis causas do autismo, Cunha (2011) explica:

Ainda que não sejam satisfatoriamente conhecidas, alguns estudiosos acreditam que os fatores metabólicos decorrentes de alterações bioquímicas são, de certa forma, submetidos aos efeitos do ambiente e modificados por ele. Em razão disso existe uma grande preocupação atual com a toxidade dos metais pesados e a sua influência nos processos biológicos que levam aos sintomas.

Não existe um teste médico específico para o identificar o autismo, e o diagnóstico baseia-se na história de vida do paciente, no comportamento observado em diversas situações e em testes educacionais e psicológicos, todos realizados por uma equipe multidisciplinar. Como os sintomas variam muito, as vias para a obtenção do diagnóstico também podem variar.

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