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AS ATRIBUIÇÕES DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NO COTIDIANO ESCOLAR, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Por:   •  8/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  5.344 Palavras (22 Páginas)  •  188 Visualizações

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AS ATRIBUIÇÕES DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS  NO COTIDIANO ESCOLAR, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS [1](EJA) 

Elengleides Sant’Anna Coelho

RESUMO: o objetivo do presente estudo é analisar a efetividade da orientação educacional dentro do ambiente escolar para a mediação de conflitos, tendo como o foco a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para isso, a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica do tema, relacionado a educação de jovens e adultos, analisando violência e violência escolar. Conclui-se, portanto, que inserir a mediação de conflitos na unidade educacional, em se tratando da EJA, não deve ser apenas para resolver problemas pontuais, mas inserido no currículo, para que se possa aproveitar da diversidade que somente a EJA apresenta, que pode desenvolver métodos de resolução de conflitos ricos e diferenciados para toda a comunidade escolar.

Palavras-chave: educação, EJA, conflitos.

  1. INTRODUÇÃO

Muito tem se discutido no âmbito educacional brasileiro, em como enfrentar a sequência de episódios violentos que envolvem o espaço escolar. Houve ideias interessantes, porém, pouco eficazes, como é o fato do encaminhamento de crianças e adolescentes, ao aconselhamento tutelar.

De acordo com Chrispino (2007), os acontecimentos que acabam por se repetir nos diversos pontos do país, acabam por expor uma dificuldade brasileira em lidar com atos de violência dentro da escola. Não é um evento digno apenas de escolas brasileiras, no entanto, uma vez que tal dificuldade já foi experimentada por outros países o que seria, por si só, segundo o autor, um convite para a reflexão de educadores e de gestores políticos, visto que o movimento mundial em educação indica semelhança de acontecimentos, ainda que não tenham acontecido em mesmo tempo histórico.

O que é observado nas escolas brasileiras, essa violência crescente, não é um problema antigo, quando se trata de países como o Estados Unidos, França, Reino Unido, Espanha, Argentina e Chile, dentre outros, onde já se percebe um conjunto de políticas públicas mais ou menos eficientes, dirigidas aos diversos atores que compõem este complexo sistema que é o fenômeno violência escolar.

Debarbieux e Blaya (2002), colocam que os citados países acabaram por desenvolver programas de redução de violência escolar. No Brasil, segundo Chrispino (2007), os estudos em relação à referida temática vem aumentando como os de Abramovay e Rua (2002), do próprio Chrispino (2002), dentre outros.  

Chrispino (2007), afirma que diversos estudos publicados espalharam ideias e esclareceram os problemas, bem como listaram alternativas já testadas em outros países que permite com que a sociedade brasileira possa reunir as informações necessárias para enfrentar um importante problema como é a violência dentro da escola.

E essa temática não é de exclusividade do ensino fundamental ou médio, em que alunos brigam com colegas ou mesmo faltam com respeito aos seus professores. A violência ocorre também na Educação de Jovens e Adultos, que reforça que mesmo em se tratando e alunos mais velhos, que o que acontece na sociedade, é transferido ao ambiente escolar.

Assim, o objetivo do presente estudo é analisar a efetividade da orientação educacional dentro do ambiente escolar para a mediação de conflitos tendo como o foco a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para isso, a metodologia utilizada foi a revisão crítica de literatura em educação, educação de jovens e adultos, violência, violência escolar.


  1.  DESENVOLVIMENTO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino que nos últimos anos vem ocupando, lentamente, lugar de destaque na dinâmica dos processos educativos, tanto na área de pesquisa, bem como nas práticas educacionais.

Não existe uma formação acadêmica específica que atenda todas as necessidades dos profissionais que atuam nesta área. O que existe são alguns poucos educadores, que tentam por meio de grupos de discussão, debates ou trocas de experiências, se qualificar e, assim, melhorar a sua precária formação.

O profissional que atua na EJA deve ter como princípio estar permanentemente construindo sua prática de ensino, adaptando-se as necessidades de seus alunos jovens e adultos, através de: reflexão, pesquisa, descoberta, ação, fundamentação, revisão e construção teórica e não simplesmente através da aprendizagem de novas técnicas, pois não existe uma receita pronta ou modelos metodológicos perfeitos e acabados que garantam a solução dos problemas e o sucesso de suas práticas. É necessário haver uma articulação entre teoria e prática baseando-se nas necessidades dos alunos que estão em busca de conhecimento exigidos pelo mercado de trabalho e que sentem necessidade de ter seus direitos de cidadãos respeitados, mas que trazem consigo uma grande e rica bagagem de experiências de vida.

A educação de jovens e adultos (EJA), sempre compreendeu, conforme Haddad e Pierro (2000), um conjunto bastante diversificado de processos e práticas tanto formais quanto informais de construção do conhecimento que, de acordo com os autores, estão intimamente relacionadas não só à aquisição desse, mas também à sua ampliação não esquecendo a necessidade de desenvolvimento também de competências técnicas e profissionais ou de habilidades socioculturais. A sistematização é responsável por parte do desenvolvimento desses processos, mas acontecem não somente no ambiente escolar, acontecem no âmbito familiar, laboral, de lazer, religioso bem como as redes sociais.

Assim, subtende-se que ao tentar contar a história de um universo que é tão amplo e diversificado de práticas formativas pode fracassar, uma vez que a EJA compreende quase todos os domínios da vida social não somente do aluno, mas dos professores, de toda gestão escolar e da comunidade na qual a escola está inserida. Pode-se dizer, portanto, que a educação brasileira, de um modo geral, acaba por ter uma história que acaba sempre remetendo a práticas informais como, por exemplo, formação política, qualificação para o trabalho e para a geração de renda, conforme já citado anteriormente.

Chrispino (2007) coloca que, no entanto, é a alfabetização e elevação de escolaridade que tendem a ocupar o centro do debate público atual a respeito da EJA no Brasil. O mesmo autor ainda afirma que tal prioridade de discussão se dá pelo fato de que a Constituição Federal de 1988 de assegura o ensino fundamental público e gratuito em qualquer idade, colocando a EJA no rol dos direitos da cidadania.

Ao final dos anos 1940, foram implementadas as primeiras políticas públicas nacionais de educação escolar para adultos, que disseminaram pelo território brasileiro campanhas de alfabetização. No início da década de 1960, movimentos de educação e cultura popular ligados a organizações sociais, à Igreja Católica e a governos desenvolveram experiências de alfabetização de adultos orientadas a conscientizar os participantes de seus direitos, analisar criticamente a realidade e nela intervir para transformar as estruturas sociais injustas. Diretriz totalmente contrária teve o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) da década de 1970, conduzido pelo regime militar no sentido de sua legitimação (HADDAD e PIERRO, 2000. p. 33).

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